Fez
o seu curso com várias distinções na Escola Médico Cirúrgica de
Lisboa, perante a qual defendeu tese, com o título de: Adrenagem
abdominal. Entrando no quadro de saúde do ultramar foi para
Luanda em agosto de 1901, onde no começo da sua carreira mostrou
logo o sincero culto que prestava do dever, levado mesmo no sacrifício,
como se reconheceu em 1902, em que foi atacado de varíola por
efeito do muito cuidado que ligava aos doentes dessa enfermidade,
que lhe estavam confiados.
Em
31 de julho do mesmo ano, estando destacado em Novo Redondo, foi
mandado seguir para Benguela, fazendo parte da coluna de operações
no Bailundo, serviço em que se conservou até 26 de outubro,
fazendo parte das forças que em 5 do referido mês atacaram a
embala grande do Quibala. Desde então até 25 de maio de 1903
esteve dirigindo no Balombo uma enfermaria militar. Recolhendo a
Luanda foi agraciado com as medalhas de prata, Rainha D. Amélia e
de bons serviços no ultramar. Esteve ainda no Alto Dande de 8 de agosto
de 1904 até 13 de novembro de 1905, e em 4 de dezembro de 1906
destacou para Novo Redondo. Manifestando-se revolta no gentio de
Amboim, para onde marchou uma força de Luanda, que recebeu alguns
ferimentos na primeira investida, Paulino Correia, acompanhado dum
enfermeiro, foi mandado seguir por ordem telegráfica, de Novo
Redondo para aquela região, onde se apresentou depois de dois dias
de marchas forçadas e fatigantes, e com o maior zelo e boa vontade
se dedicou logo no tratamento dos feridos, o que lhe exigiu dois
dias de intenso trabalho na extracção dos zagalotes, que em alguns
dos feridos foi demorada e dolorosa operação. Conservando-se junto
à coluna não se limitou só aos seus deveres profissionais mas de
carabina em punho tornou-se o mais devotado auxiliar do seu
comandante. Com o seu sangue frio e coragem animava todos. E não
foi só no serviço das marchas que ele de boa vontade se prestou a
auxiliar o comandante da coluna, ofereceu-se incondicionalmente a
prestar todos os serviços militares, não consentindo que o excluíssem
do árduo serviço de rondas, que desempenhou juntamente com os
oficiais combatentes.
Foi
a Paulino Correia que se deveu o traçado e a direcção na construção
dum reduto que se levantou em N'Gabella, margem direita do rio
Mazunge, sobado Quissacra, com plena aprovação do comandante da
coluna. Finda a campanha, que durou alguns dias, recolheu a Luanda
com a saúde bastante afectada e com os sintomas duma febre tifóide,
mas não querendo aceder aos rogos dos seus amigos para ali ficar em
tratamento, apenas se demorou quatro dias naquela cidade, seguindo
depois a ocupar o seu lugar em Novo Redondo. A doença que o
acometera foi superior à sua energia, e decorridos poucos dias o
prostrou para não mais se levantar. Foi transferido para o hospital
de Luanda, onde faleceu.