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Manuelinho.
É
este o nome que aparece firmando os actos do governo democrático,
que regeu Évora durante alguns meses depois dos tumultos de 1637,
que foram os predecessores e como que os precursores da revolução
de 1 de dezembro de 1640. Quem fosse esse Manuelinho, não se sabe
positivamente. Parece que era um desses dizidores,
meio loucos, que sabiam de cor uma imensidade de profecias, e as
recitavam pelas ruas e pragas. Assim o supõe pelo menos D.
Francisco Manuel de Melo. Sendo o seu nome muito popular em Évora,
e sendo ele ao mesmo tempo pelo seu estado mental verdadeiramente
irresponsável, tomaram-no para suposto chefe do movimento os
fautores da revolução, e em seu nome legislaram. Manuel Severim de
Faria supõe que esse Manuelinho seria um Manuel Martins, irmão da
Misericórdia de Évora, que em 1637 aparece assinado, sem designação
de ofício, no livro das eleições dos irmãos. O carácter meio
fantástico deste vulto misterioso despertou o interesse de poetas e
romancistas, que o fizeram protagonista de vários trabalhos literários.
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