Moço
fidalgo, conselheiro de Estado, governador da Relação do Porto,
comendador de Alvalade na Ordem de Cristo, senhor de todos os
estados da antiquíssima casa de Sousa, que herdou de seu tio Diogo
Lopes de Sousa, que morreu sem sucessão, sendo também herdeiro da
casa de seu pai, e de seus avós paterno e materno; alcaide-mor de
Arronches, comendador de Santa Maria de Vila Nova de Alvito, da
ordem de Cristo, etc.
Era
filho de Vasco de Sousa, fronteiro em Safim, e de sua mulher, D.
Guiomar da Silva.
Em
1578 acompanhou a África o rei D. Sebastião, onde ficou cativo na
batalha de Alcácer Quibir, e conseguindo depois resgatar-se à sua
custa, regressou a Portugal. Nas alterações que se seguiram,
conservou-se fiel aos governadores do reino, que acompanhou até
Elvas, mas dentro em pouco tomou o partido do rei Filipe II de
Espanha, que apenas entrou em Portugal lhe fez mercê da comenda de
Alvalade, no campo de Ourique, da ordem de S. Tiago, e do cargo de
governador da Relação do Porto, para o exercitar quando tivesse
idade, como depois fez por espaço de quase doze anos, tendo por ele
servido seu primo Pedro Guedes, senhor de Murça, que principiou a
exercer o dito cargo a 4 de janeiro de 1583, conservando-se até
1591, ano em que Henrique de Sousa tomou posse, dando-se então a
Pedro Guedes a presidência da câmara de Lisboa.
D. Henrique de Sousa passou mais tarde à corte de Madrid, teve a
nomeação de conselheiro de Estado e a mercê de conde de Miranda,
de que se passou carta a 21 de março de 1611. O monarca castelhano
também lhe fez mercê da alcaidaria-mor de Arronches, que vagara
por morte de D. Aleixo de Meneses.
Na
ocasião em que D. António, prior do Crato, se apresentou com a
armada inglesa nas costas de Portugal, que era governado pelo
arquiduque Alberto, tomou o conde de Miranda à sua conta, com seus
parentes e amigos, a ronda e cuidado da ponte de Alcântara, que
guarneceu, até que a cidade de Lisboa ficou livre da ameaça da
esquadra, que não conseguindo os seus intentos desistiu da
empresa.
O
conde de Miranda casou com D. Mécia de Vilhena, filha e herdeira de
Fernando da Silva, comendador de Alpalhão, e de sua mulher, D.
Brites de Vilhena. Retirando-se para Aveiro, para descansar,
afastou-se de todos os negócios políticos, declinando o seu lugar
de governador da Relação do Porto em seu filho Diogo Lopes de
Sousa, que já então havia sido agraciado com o mesmo título de
seu pai, e faleceu naquela cidade, sendo o cadáver trasladado para
o convento da Batalha.