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Noronha
(D.
Tomás de).
n. [
1870 ].
f. [ 1934 ].
Bacharel
formado em Direito pela Universidade de Coimbra, professor e
escritor, etc.
Fez
o Curso Superior de Letras, de que foi aluno distinto. Em 1901
partiu para a Índia a ocupar o seu lugar de professor de alemão no
liceu de Nova Goa. O sr. D. Tomás de Noronha tem colaborado em vários
jornais, e nas Novidades de 25 de julho de 1906 publicou: Dois
perfis (D. Maria
Amália Vaz de Carvalho e Teófilo Braga). Em Coimbra é o seu nome
muito conhecido, tendo ganho ali as gerais simpatias desde o seu
tempo de estudante laureado. Foi ele o autor da peça de despedida
do seu ano, A Barca dos RR, e nessa época publicou o Umbrano
(Lisboa, 1899) elegia, em tercetos quinhentistas, e mais tarde
outro livro de versos: Tempos perdidos. Quando esteve na Índia
publicou (em 1905) um livro, com o título de Contos da Índia, que
mereceu lisonjeiros artigos de toda a imprensa. O livro encerra
quatro contos: O meu
guia, O bacharel Crisóstomo,
Milagres de S. Francisco e Rucuminó.
Em
1906 publicou a sua Carta aos portugueses da Índia, sobre a Assistência
Escolar. O sr.
D. Tomás de Noronha, tendo durante alguns anos estudado as condições
económicas, sociais e intelectuais da Índia portuguesa, julgou
oportuno lançar as bases duma prestimosa associação, a Assistência
Escolar, destinada a aproveitar as faculdades do indígena na
aquisição duma instrução sólida e prestadia. Dirigiu-se nesse
intuito, aos portugueses da Índia, na carta pública, acima citada,
a qual foi traduzida em inglês, em marata e em concanim, fazendo-se
sucessivamente quatro edições. Em Goa e Bombaim foi a generosa
iniciativa do sr. D. Tomás de Noronha secundada desde logo pelas
personagens mais evidentes e prestigiosas daquela nossa província
ultramarina, representantes do jornalismo, das finanças, do comércio
e do professorado. Os fundadores da Assistência Escolar foram
os srs. visconde de Wrem, em Bombaim; e em Goa, o general Augusto
Carlos de Sousa e Brito, António Maria da Cunha, Francisco Wolfango
da Silva, João Filipe Ferreira, Luís Guilherme Dias, tesoureiro;
Luís de Meneses Bragança, Manuel Pedro de Sousa Franklin, Síuramá
Santicá Sinay Cundoicar, Visnem Seuay Dempó e o rei de Sundem.
Em
1906 o Sr. D. Tomás de Noronha teve a honra de ser recebido pelo
falecido rei D. Carlos I e por sua majestade a rainha senhora D. Amélia,
que lhe falaram dos seus livros que de há muito conheciam,
elogiando-os e prometendo auxiliar a Assistência
Escolar, por ser uma obra muito simpática, destinada a prestar
grandes serviços.
O
sr. D. Tomás de Noronha é professor num dos liceus de Lisboa.
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