|
|
|
Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
(Ordem militar de).
Por alvará datado do Rio de Janeiro
aos 10 de setembro de 1819 ordenou D. João VI, que sendo muito
frequentes os conhecidos benefícios que a nação portuguesa
recebeu sempre do patrocínio da Santíssima Virgem da Conceição
em todas as épocas arriscadas da monarquia, de tal maneira que o
rei D. João IV, por decreto de 24 e carta régia de 25 de março de
1646, se lhe constituiu feudatário, e a fez padroeira do Reino,
continuando com a mesma devoção o rei D. Pedro II, que em 1694
confirmou a confraria dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição,
erecta na igreja de Vila Viçosa, e o rei D. João V, que por carta
régia de 12 de novembro de 1717 mandou celebrar a mesma festividade
com toda a pompa; e D. Pedro III engrandeceu a real capela da Conceição
no palácio da Bemposta, que tinha sido erecta pela rainha D.
Catarina, da Grã-Bretanha, quando se recolheu a Portugal; e a
rainha D. Maria I que em 1751 se alistou na confraria dos Escravos
da Conceição, havendo-se igualmente alistado na mesma o rei D. João
VI, então príncipe, no ano de 1769, resolvendo-se ultimamente no
dia da sua coroação, por decreto datado do Rio de Janeiro de 6 de
fevereiro de 1818, a criar a nova Ordem militar da Conceição,
cujos estatutos e desenhos das medalhas de condecoração se
encontram juntas no citado alvará de 10 de setembro de 1819.
A capital da nova ordem era Vila Viçosa, e o deão da capela real
desta vila era comendador nato da ordem, e os cónegos, prior e
beneficiados desta colegiada, e os da mesa da corporação dos
Escravos seus cavaleiros natos.
A insígnia desta ordem é uma
estrela grande de nove pontas, esmaltadas de branco e arraiadas de
ouro, tendo nove estrelas pequenas do mesmo esmalte, colocadas sobre
os raios entre cada uma das suas pontas, e decorada com a coroa real
sobre a ponta superior. Tem no centro, em campo de ouro fosco, a
saudação angélica em cifra de ouro polido, e em circunferência,
sobre faixa esmaltada em azul claro, a legenda "Padroeira do
Reino". Esta insígnia é maior ou menor como se observa
dos padrões incluídos neste artigo, notando que as maiores estão
um tanto reduzidas, sendo o diâmetro da maior de sete centímetros,
o da média de cinco centímetros e o da menor de três centímetros.
Os grã-cruzes e comendadores usam da maior, podendo usar da media
nos dias que não forem de gala. Os cavaleiros usam da menor. Para
os serventes a insígnia era igual em tamanho à dos cavaleiros, mas
toda de prata e sem ouro algum ou jóia. A insígnia ou venera da
ordem é pendente de fita de camalote azul claro, orlada de branco.
Os grã-cruzes usam dela em fita larga, traçada do ombro direito
para o lado esquerdo. Os comendadores trazem-na em fita
proporcionada, pendente do pescoço. Os cavaleiros e serventes a
usam na casa da casaca ou vestido de que fizerem uso, do lado
esquerdo. Os grã-cruzes e comendadores usarão simultaneamente da
insígnia media em chapa de ouro ou sobreposta na casaca, ou
vestido, do lado esquerdo.
A Ordem militar de Nossa Senhora
da Conceição de Vila Viçosa é composta de grão-mestre, grã-cruzes
efectivas e honorárias, comendadores, cavaleiros e serventes, sendo
o grão-mestre o rei ou a rainha reinante. Todas as pessoas reais de
um e outro sexo serão sempre grã-cruzes efectivas da mesma ordem.
Há também doze grã-cruzes honorários, quarenta comendadores, cem
cavaleiros e sessenta serventes, além dos comendadores e cavaleiros
natos, reputados extraordinários. Todos os galardoados com esta
ordem devem defender o mistério da Imaculada Conceição da Virgem
Maria. Sendo proibida pelos sagrados cânones e constituições
apostólicas a profissão solene e perpétua em duas diferentes
ordens religiosas, ficou esta ordem na sua instituição
independente de profissão religiosa. O manto branco da ordem é
igual ao das outras ordens militares, cingido com cordões azul
claro e com a insígnia bordada sobre o ombro esquerdo. Os que
tenham manto de outra ordem militar porão sobre ele a venera da
Conceição.
|
|
|
|
|
|