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Nossa
Senhora da Luz (Joaquim António Velez Barreiros, 1.º barão
e 1.º visconde de).
n. 25
de novembro de 1802.
f. 1
de outubro de 1865.
General
de divisão, par do reino, ministro de Estado honorário, comendador
das ordens de Nossa Senhora da Conceição e da Torre e Espada; grã-cruz
da de Santo Estanislau da Rússia, da de Carlos III de Espanha;
comendador da Ordem militar de S. Fernando, de Espanha; grande
oficial da Legião de Honra, de França; condecorado com a medalha
n.º 9 das campanhas da Liberdade, e com a medalha
espanhola de Mendigorria. Nasceu em S. Julião da Barra a 25 de novembro
de 1802, faleceu em Lisboa em 1 de outubro de 1865.
Tendo
estudado no Real Colégio Militar e concluído o respectivo curso,
assentou praça e foi logo despachado alferes em dezembro de 1820.
Em janeiro de 1823 partiu para a Baia, e regressando a Portugal em
Setembro desse ano, foi em julho de 1827 promovido a tenente. Abraçando
a causa liberal foi reunir-se aos defensores da ilha Terceira, e
tomando aí parte na acção de 11 de agosto de 1829 e depois nas
tomadas das ilhas do Pico, S. Jorge, Faial e S. Miguel, e sendo
nomeado tenente de engenharia em 1830, acompanhou o exercito
libertador que veio desembarcar nas praias do Mindelo. Durante o
cerco do Porto distinguiu-se em varias ocasiões, e continuando a
servir nas forças do comando de Saldanha, mereceu que este ilustre
general dissesse dele em atestado "Há longo tempo que conheço
o merecimento deste digno oficial, e com maior particularidade desde
Fevereiro de 1832 até ao fim da luta com a usurpação. Em toda
esta época assistiu (com uma só excepção) a todas as acções e
batalhas que tive a fortuna de comandar, e em todas elas foi sempre
o seu comportamento tão distinto que nem uma só vez deixei de o
recomendar muito particularmente a S. M. I. o duque de Bragança.”
Tendo
ascendido durante a guerra civil ao posto de tenente coronel, foi em
novembro de 1834 mandado para Espanha como comissionado do nosso
governo junto do general em chefe do exercito de Isabel II, e aí
permaneceu até fins de 1837 assinalando-se em diversos combates
contra os carlistas, sendo ferido em Arlahan e granjeando, pelo modo
como se comportou, a estima e os louvores de muitos generais da nação
vizinha. Em 1840 foi a Londres encarregado pelo governo de uma
comissão nesse país, e voltando à pátria em dezembro de 1843,
tomou posse da inspecção-geral das obras públicas do reino, para
que fora nomeado no princípio desse ano. Com a revolução de 1846
tornou Velez Barreiros à carreira militar, e sendo em Outubro
nomeado quartel-mestre general do rei D. Fernando, foi, por decreto
de 23 de janeiro de 1847,
agraciado com o titulo de barão, em Junho promovido a brigadeiro, e
em agosto encarregado da pasta dos negócios estrangeiros, a qual
conservou até 18 de dezembro. Depois da regeneração foi ministro
interino do Reino, Estrangeiros e Marinha, e deixando esses lugares
quando se reconstituiu o gabinete pela chegada do marechal Saldanha
a Lisboa, passou a exercer as funções de chefe do estado maior do
comando em chefe do exercito juntamente com as de director geral das
obras públicas, e depois que foi extinto aquele comando foi nomeado
para o do Corpo do Estado Maior. Em 1860 foi com os coronéis
Maldonado e Magalhães a França para assistir ás manobras de
Chalons e estudar as instituições militares daquela nação,
apresentando, depois do seu regresso a Portugal, um relatório que não
foi impresso, mas em que o ilustre general manifestou claramente os
seus vastos conhecimentos militares e apresentou muitas ideias, de
cuja adopção resultou grande proveito e vantagem ao nosso exercito
e à defesa do país.
Em
1853 foi eleito par do reino, e por decreto de 16 de junho de 1854
elevado ao título de visconde de Nossa Senhora da Luz. Casou em 30
de agosto de 1837 com D. Rosa Montufar Infante, filha dos marqueses
de Selva Alegre, de Espanha.
O
seu brasão de armas é o seguinte: Escudo partido em pala; na
primeira as armas dos Avilezes ou dos Velezes: Em campo verde uma
torre de prata, com as portas e as frestas do mesmo metal; ao pé da
porta uma cabeça de moiro toucada de prata e cortada em sangue,
junto dela uma maça de azul com o cabo de ouro; na segunda a dos
Bairros ou Barreiros: Em campo de ouro três troncos de arvores de
preto, com nós, em banda.
Barreiros, Joaquim António Velez (1803-1865)
Respublica Repertório Português de Ciência Política
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