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Oblatos,
devotos e familiares.
Certas
dádivas que antigamente se faziam, às igrejas e aos conventos.
Consistiam não só em dinheiro e géneros, mas em bens de raiz, e
muitas vezes até nas próprias pessoas e famílias dos doadores.
Antes
do 4.º Concílio
Lateranense, em 1215, não havia regularidade na recepção dos
oblatos. Uns se votavam à Igreja com suas mulheres e filhos para
serem admitidos à profissão monacal, prometendo estabilidade,
conversão e obediência; outros ficavam no século, com a
liberdade, porém, de professarem o monacato que quisessem; mas
todos eram considerados familiares do mosteiro, e cujo abade
obedeciam, e dele recebiam vestuário e sustento. Havia outros
doadores, mesmo sem profissão monacal de espécie alguma, que se
vestiam de forma diferente dos monges. Outros faziam-se escravos,
com suas mulheres e filhos, dos mosteiros ou igrejas a que tinham
dado os seus bens, tendo por verdadeira nobreza o título de escravos
de Jesus Cristo. Estes, ou punham sobre a cabeça uma moeda de
quatro dinheiros, e a lançavam logo no altar, e com isto se
confessavam escravos do Senhor, ficando a chamar-se servos
de quatro dinheiros; ou
prendiam ao pescoço a corda do sino, e deste modo protestavam ser
servos de gleba, e sem liberdade alguma. Outros,
finalmente, pagavam ao mosteiro certo censo anual, que
voluntariamente haviam imposto nas suas fazendas, das quais muitos
ficavam meros usufrutuários. Os mosteiros que tiveram maior número
destes familiares, servos e escravos foram os de Alpendurada, Lorvão,
Maceira-Dão, Tarouca, Salzedas e Arouca.
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