Portugal - Dicionário

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Paim (Roque Monteiro).

 

n.      25 de maio de 1643. 
f.       24 de junho de 1706.

 

Comendador de Santa Maria de Campanhã no bispado do Porto, da Ordem de Cristo, doutor em Direito civil pela Universidade de Coimbra, secretário de Estado, do expediente e mercês do rei D. Pedro II, e seu grande valido; senhor da Honra de Alva, da Vila do Cano, dos Reguengos de Agrela e Maia; conselheiro da fazenda de capa e espada; desembargador extravagante da Casa da Suplicação, etc. 

Nasceu em Lisboa a 25 de maio de 1643, faleceu a 24 de junho de 1706. Era filho de Rodrigo Fernandes Monteiro, desembargador do paço e juiz de inconfidência e coutadas do rei, e de sua mulher, D. Constança Paim. 

Estudou na universidade, onde se doutorou, conforme dissemos, regendo depois algumas cadeiras, e entrando na carreira da magistratura esteve na Relação do Porto, donde passou à Casa da Suplicação em 1666. Deixando a magistratura por ordem de D. Pedro II, foi por ele nomeado seu secretário e juiz da Inconfidência, conselheiro da Fazenda, ouvidor da Casa de Bragança, e por varias vezes serviu os cargos de secretário de Estado, mercês e assinatura. 

Casou com D. Joana Francisca de Meneses, filha de Lourenço de Melo da Silva de Mesquita, senhor do Couto de Lagiosa e da casa e morgado da Amoreira e Outiz, e de sua mulher D. Bernarda Micaela da Silva. Deste matrimónio, entre outros filhos, houve D. Constança Monteiro Paim, administradora do morgado de Alva, que casou com D. João Diogo de Sousa de Ataíde, 1.° conde de Alva, e D. Maria Antónia Monteiro Paim, administradora do referido morgado, como sucessora de sua irmã; casou com D. Rodrigo de Sousa Coutinho, segundo filho dos 10.os condes de Redondo, Fernão de Sousa e D. Luísa Simoa de Portugal. 

Roque Monteiro Paim deixou publicada a seguinte obra: Perfídia judaica, Christus vindex munus principis, Ecclesia Lusitanae ab apostatis liberato, discurso jurídico e político, Madrid, 1671. Era uma violentíssima invetiva, em que o autor pretendia a total exterminação da raça hebraica, escrita na ocasião em que o desacato perpetrado na igreja de Odivelas em 10 de maio de 1671, trazia alvorotados os ânimos devotos, que pretendiam à força imputar aquele atentado aos cristãos-novos.

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume V, págs
. 376-377.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral