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Passos
(José Gerardo Ferreira).
n.
11 de novembro de 1801.
f. 12 de abril de 1870.
Marechal
de campo, grã-cruz das ordens da Torre e Espada e de S. Bento de
Avis, par do Reino, ministro de Estado, ajudante de campo do rei D.
Pedro V, governador civil e comandante militar da ilha da Madeira,
etc. Nasceu em Elvas a 11 de novembro de 1801, faleceu em Ajuda a 12
de abril de 1870.
Assentou
praça em 1818 no Regimento de Infantaria n.º 17, sendo
despachado alferes para o n.º 5 da mesma arma em dezembro
de 1820; fez parte da expedição mandada à Baía em 1822, e
voltando ao reino foi em 1823 frequentar o curso da Academia de
Marinha. Os acontecimentos políticos de 1828 o obrigaram a
interromper a frequência do 3.º ano em que estava matriculado, e a
emigrar para Galiza, passando daí a Inglaterra, onde chegou em fins
de dezembro; dirigiu-se em seguida para as ilhas dos Açores, e
assistiu à acção da Vila da Praia, em 11 de agosto de 1829, à
tomada das ilhas do Faial e S. Miguel e fazendo parte do exército
libertador veio para Portugal, sendo um dos heróicos defensores da
cidade do Porto. Promovido a capitão graduado de artilharia a 6 de
agosto de 1832, ganhou dai a pouco o hábito da Torre e Espada pelos
serviços prestados na acção de 29 de setembro, comandou o
distrito de artilharia formado por oito baterias de posição,
assistiu depois à defesa das linhas de Lisboa, sendo ferido no dia
5 de setembro de 1833, comandando uma bateria volante na divisão de
operações que foi ao norte do reino sob o comando do duque da
Terceira, entrou em vários recontros e combates, e por ultimo na
batalha Asseiceira, em Maio de 1834, onde conquistou o grau de
oficial da Torre e Espada.
Sendo
elevado a major efectivo em Setembro de 1834, era comandante
interino do regimento de artilharia e comandante militar de
Santarém, quando rebentou a revolta dos marechais, e não aderindo
a esse movimento, tomou acertadas medidas para se opôr aos
revoltosos, pelo que foi elogiado pelo governo. Posteriormente,
sendo já coronel do 2.º regimento seguiu a causa da revolta
chamada de Torres Novas em 1844, de que resultou ser demitido.
Depois da amnistia voltou ao serviço, e em 1846 foi colocado à
frente do 1.º regimento da sua arma. No mês seguinte teve o
encargo, provisoriamente, do governo da praça de Elvas, e tendo
exercido esta comissão até meados de setembro voltou a tomar conta
do seu regimento. Logo em seguida ao golpe de estado de 6 de outubro,
tiraram-lhe o comando, e ficando depois colocado na disponibilidade,
só voltou ao serviço, em 1851, sendo-lhe então dada a graduação
de brigadeiro. Em Junho de 1854 foi nomeado governador civil e
comandante militar da ilha da Madeira, permanecendo nesta situação
até que em junho de 1856, a seu pedido, regressou ao continente,
tendo sido nesse intervalo nomeado ajudante de campo do rei D. Pedro
V, quando este príncipe assumiu o governo, em setembro do ano
anterior de 1855. Elevado a brigadeiro efectivo em 1858 e a marechal
de campo em julho de 1862, foi em setembro deste ultimo ano
encarregado da direcção de todos os negócios militares e do
governo civil de Braga, quando em consequência da revolta que então
se deu, foram suspensas as garantias naquele distrito.
Em
1863 comandou por alguns meses a 1.ª Divisão Militar, e em 14 de janeiro
de 1864 foi chamado aos conselhos da coroa como ministro da Guerra,
elevado cargo em que se demorou até 5 de março de 1865. Nesta
curta gerência publicou algumas medidas importantes, e entre elas
uma organização geral do exercito e um regulamento de administração
militar. Em 1866 fez parte da comissão encarregada do
estabelecimento do campo de manobras, foi nesse ano 2.º comandante,
e em 1867 comandante em chefe das tropas reunidas em Tancos, e em dezembro
de 1866 foi nomeado inspector do campo de instrução e manobras.
Mais tarde ainda comandou alguns meses a divisão do Alentejo. Também
foi administrador da Casa de Bragança. Além das honras já
apontadas o general Ferreira Passos recebeu muitas distinções do
governo e das nações estrangeiras, e os arminhos de par do reino.
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