Nasceu
em Lisboa no real paço das Necessidades a 16 de setembro de 1837,
onde também faleceu a 11 de novembro de 1861, sendo baptizado na
capela do mesmo paço a 1 de outubro seguinte pelo cardeal patriarca
de Lisboa D. Fr. Patrício da Silva, capelão-mor da rainha D. Maria
II. Era filho desta soberana, e de seu marido, o rei D. Fernando.
Chamava-se D. Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael
Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio
Amélio.
Educado
primorosamente, assim como seus irmãos, pelos melhores professores
de Lisboa, e principalmente por sua mãe, que teve sempre a justíssima
reputação de excelente educadora, revelou desde muito novo as
brilhantes qualidades que o ornavam, a sua notável inteligência, a
sua tendência para um perseverante estudo, e as mais nobres e mais
elevadas qualidades de espírito e de coração. Foi jurado e
reconhecido príncipe real e herdeiro da coroa pelas cortes gerais a
26 de janeiro de 1838, tendo de idade pouco mais de quatro meses.
Contava dezasseis anos quando faleceu sua mãe, a 15 de novembro
de 1853, a quem sucedeu no trono. Marcando-se aos dezoito anos
a maioridade dos reis de Portugal, D. Pedro V era ainda menor, e
nesse mesmo dia foi convocado o Conselho de Estado, que deliberou
confiar a regência do reino, durante a menoridade do jovem monarca,
a seu pai, o rei D. Fernando, visto não haver disposição alguma a
tal respeito na Carta Constitucional, deliberação que foi depois
confirmada pelas Cortes Gerais, e de que prestou juramento na sessão
de 19 de dezembro de 1853. D. Pedro V e seu irmão D. Luís, que
mais tarde lhe sucedeu no trono, empreenderam uma viagem de instrução
e recreio pela Europa. Em maio de 1854 saíram a barra de Lisboa a
bordo do vapor Mindelo,
indo directamente a Londres, passando depois à Bélgica,
Holanda, Prússia, Áustria, França e Saxe-Coburgo-Gotha, voltando
a Londres, donde regressaram a Lisboa. Em todas estas cortes
granjearam os régios viajantes as maiores provas de consideração
e de simpatia. No ano seguinte, 1855, empreenderam nova viajem,
visitando outra vez algumas das terras já citadas, e também a Itália,
Suíça, etc.
No
seu regresso, completando D. Pedro V, dezoito anos a 16 de setembro,
foi nesse dia declarada a sua maioridade, e prestou juramento em
sessão solene das Cortes. Realizaram-se grandes e entusiásticas
festas em Lisboa, para solenizar o novo rei que ia assumir o pesado
e espinhoso cargo da governação do reino. Grandes infortúnios
começaram desde logo a assinalar o seu reinado. Em 1856 desenvolveu
se em Lisboa a cólera
morbos, e em muitos outros pontos do país, fazendo
consideráveis vítimas, e no ano seguinte, 1855, outro flagelo, que
se tornou ainda mais devastador, a febre-amarela, veio assolar a
capital. Foram dois anos de tristíssima memória, que enlutaram
milhares de famílias, extinguindo-se muitas delas completamente,
deixando muitas crianças na orfandade. A cidade de Lisboa,
principalmente em 1857, apresentava um aspecto tristíssimo. Com
especialidade. na cidade baixa, viam-se encerrados numerosos
estabelecimentos; uns, por seus proprietários terem falecido,
outros por terem saído de Lisboa fugindo ao terrível contagio. O
terror geral era indescritível; por ordem do governo foram os
jornais proibidos de darem longas noticias sobre os falecimentos,
e o número e nomes das vítimas, que chegavam a ocupar diariamente
muitas colunas; os enterros passaram a fazer-se de noite,
observando-se a maior simplicidade, não sendo permitidas as pompas
fúnebres, apenas uma sege conduzindo o morto e o padre para o
acompanhar. Não sendo suficientes os hospitais que existiam, para
abrigarem o número enorme de atacados, organizaram-se alguns provisórios
em certos pontos da cidade; numerosas procissões de penitência
percorriam as ruas, e nas igrejas todos os dias se entoavam preces.
Os teatros e outros divertimentos públicos fecharam. A consternação
era geral; as ruas viam-se desertas, o terror via-se estampado em
todas as fisionomias. Abandonaram a cidade, indo viver para os
arredores e para outras terras distantes, altos funcionários e
outros empregados públicos, capitalistas, negociantes, o próprio
patriarca, e no meio desta pavorosa e angustiosa situação sobressaía
a figura do jovem monarca que, apesar dos conselhos de quantos o
rodeavam, não quis abandonar Lisboa, e qual outro apóstolo do bem
e da resignação, se dirigia aos hospitais, sentando-se junto dos
leitos dos enfermos, a quem dirigia palavras de conforto e de
esperança. Quando os ajudantes que o acompanhavam nestas piedosas
visitas lhe pediam que não se expusesse assim tão temerariamente
ao terrível contágio, respondia secamente que se tinham medo o
deixassem, que ele podia ali estar só. Este acto de abnegação e
caridade causou a maior impressão em toda a gente e a admiração
até dos estrangeiros. Um rapaz que apenas contava 20 anos de idade,
dando um exemplo tão grandioso de amor pelos que sofriam,
procurando suavizar-lhes o sofrimento, ao menos animando-os com a
sua presença.
D.
Pedro V tornou-se muito popular; o povo adorava-o, e chamava-lhe o
rei santo. A sorte protegia-o, porque expondo-se com tanta afoiteza,
com tanta coragem ao perigo do tenebroso contágio, não teve o
menor sinal de doença naqueles meses de agosto, setembro, outubro e
novembro de 1857, em que mais se pronunciaram os efeitos da
epidemia. Pouco a pouco foram rareando os casos, que até então
eram numerosos todos os dias, e quando chegou o fim de Dezembro
estava a febre amarela completamente debelada, restando os choros e
os lamentos das pessoas que tinham perdido parentes queridos, e
crianças órfãs, que se viam sós entregues à mais profunda
tristeza e saudade. Chegou depois o ano de 1858, que trouxe para
Portugal dias mais sossegados e mais felizes. Para suavizar as angústias
dos dois anos anteriores, tratou-se do casamento do jovem monarca,
que se tornara o ídolo do povo. Essa notícia foi recebida com o
maior entusiasmo sendo a esposa escolhida a princesa de
Hohenzollern-Sigmaringen, D. Estefânia Josefina Frederica
Guilhermina Antónia, segunda filha do príncipe soberano do
Hohenzollern-Sigmaringen, Carlos António Joaquim, e de sua mulher
D. Josefina Frederica. O casamento realizou-se por procuração em
Dresde a 29 de abril de 1858, e em pessoa, em Lisboa, a 18 de maio,
na igreja de S. Domingos, um formoso dia de primavera, que parecia
vir também saudar os régios noivos, reunindo-se ao entusiasmo que
se notava por toda a parte, à alegria e satisfação que reflectia
em todos os semblantes. As aclamações e os vivas, que o povo
soltava durante o trânsito do Terreiro do Paço, onde a jovem
rainha desembarcou, até à igreja de S. Domingos, chegaram ao delírio.
A pessoa que escreve, estas linhas, bem criança então, ainda se
recorda com saudade desse dia e dos seguintes em que se realizaram
iluminações esplêndidas, parada, récita de gala no teatro de D.
Maria II, jantares diplomáticos, etc. (V. Portugal,
vol. III, págs. 211 e 212). A rainha D. Estefânia granjeou
logo também as maiores simpatias; o seu carácter, por um acaso que
poucas vezes se encontra nestas uniões monárquicas, estava em
perfeita harmonia com o carácter de seu marido. Os régios esposos
amaram-se extremosamente. Passaram em Sintra a lua-de-mel durante o
Verão desse ano de 1858, e muitas vezes se encontravam passeando
sozinhos de braço dado pelos caminhos mais solitários da serra,
passeios que muitas vezes repetiam. em Lisboa, e que inspiravam ao
povo a mais profunda simpatia, porque davam um exemplo não muito
frequente de amor no casamento e de amor no trono, e o exemplo das
virtudes domésticas mais elevadas com a pureza do seu viver, com o
afecto que os unia, o qual se manifestava a cada instante. Foi nesse
ano de 1858 que. D. Pedro V teve a nobre ideia de fundar em Lisboa
os altos estudos literários que não existiam em Portugal, e que
depois da morte dele pouco desenvolvimento tiveram. Cedeu uma parta
da sua lista civil para se comprarem inscrições, que constituíssem
a dotação de um novo estabelecimento de instrução superior, o
Curso Superior de Letras, onde se criaram as cadeiras de história,
de literatura antiga, de literatura moderna, de filosofia da história
e de filosofia transcendente, cadeiras que foram regidas por Lopes
de Mendonça, Rebelo da Silva, Jaime Moniz, etc. Era essa a fundação
querida de D. Pedro V, e muitas vezes o estudioso monarca que amava
as letras e a ciência, ia ouvir as lições dos professores,
escutando de preferência a palavra inspirada e eloquente do grande
Rebelo da Silva.
Mas
ainda não estavam completas as provações por que tinha de passar
o infeliz rei, no seu tão curto reinado de seis anos. Sucederam um
ao outro dois factos que profundamente o feriram, um como rei, e o
outro como esposo dedicado e carinhoso. Como rei, foi a questão com
o governo imperial de França, em 1859, que por causa do apresamento
da barca Charles et Georges, mandou uma esquadra às águas
do Tejo tomar aquele navio e afrontar a bandeira portuguesa; como
esposo, viu nesse mesmo ano, a 17 de julho, sucumbir, vítima duma
angina que em tão pouco tempo roubou a Portugal uma rainha bondosa
e altamente simpática, deixando D. Pedro inconsolável com tão
infausta perda. Ficou memorável a sentida carta que o monarca
escreveu ao duque da Terceira, então presidente do conselho de
ministros, carta repassada de tão profunda melancolia e escrita com
eloquente singeleza. «Eu e os meus povos temos sido companheiros de
infortúnio, diz-me a consciência que os não abandonei.» Assim
era efectivamente, e o povo também o não desamparou nessa angústia
suprema «Era um coração para a terra e um espírito para o céu»
acrescentava D. Pedro V referindo-se à esposa que perdera. Essa
carta é uma verdadeira obra-prima e não foram esses os únicos
primores que D. Pedro V legou dispersos pelas folhas oficiais. D.
Pedro V folgava de fazer as alocuções que tinha de proferir em
cumprimento das suas funções majestáticas. Esses discursos eram
sempre: cheios de ideias elevadas, e escritos num estilo nervoso de
uma grande concisão, que ás vezes descaía em obscuridade. Os críticos
acusavam esse estilo de sibilino, e diziam que el-rei, que sabia a
fundo o alemão, se comprazia nos nevoeiros da filosofia germânica.
A verdade é que ele procurava apenas consubstanciar no mais pequeno
número de palavras possível o maior número possível de ideias. Não
se limitava só a discursos a actividade intelectual do rei. Na Revista
Contemporânea escreveu com o pseudónimo de Azonbolos um
estudo acerca da tomada de Gaeta pelas tropas piemontesas. Muitos
fragmentos de estudos filosóficos e morais ficaram misturados com
os seus papéis depois da sua morte. A instrução popular foi
sempre a sua grande preocupação. Fundou a Escola Real das
Necessidades em 16 de setembro de 1856, num edifício próximo do paço,
e no paço de Mafra havia instalado uma escola, no ano anterior.
Folgava em distribuir livros em prémios às crianças, encarregara
o seu secretário Joaquim Pinheiro Chagas, pai do falecido estadista
e distinto escritor Pinheiro Chagas, de traduzir e adaptar às
escolas portuguesas a Clef de la science, do Dr. Brewer. Esta
tradução ficou interrompida com a morte do tradutor, sucedida em 3
de dezembro de 1859. Era com ele que D. Pedro V muitas vezes
desabafava as suas dores mais íntimas e cruciantes. Fora o seu
companheiro de vigília nas horas que se seguiram à, morte de D.
Estefânia, em que o triste rei, depois de alguns minutos de sono
agitado, acordava em grandes acessos de choro, e se abraçava ao seu
secretario, que, tendo também visto morrer a mulher que amava
extremosamente, sabia compreender e sabia consolar aquela dor
sincera e profunda. A morte pois desse amigo fiel e dedicado foi
para o rei mais um golpe profundo e inesperado, porque Joaquim
Pinheiro Chagas morreu na força da vida contando apenas cinquenta
anos de idade. Em 1860 o desastroso resultado da realização de uma
ideia sua muito querida, o estabelecimento de um depósito de
recrutas em Mafra, causou-lhe também impressão profunda e
dolorosa. As más condições em que este deposito foi organizado
produziram o desastre, mas D. Pedro V sentiu-o profundamente, não só
porque podia atribuir-se-lhe em parte a responsabilidade da morte de
tantos recrutas que foram ali expirar naquele matadouro, como por
ver desfeito em fumo um dos projectos, de que ele julgava que
resultariam os frutos mais profícuos. Em outubro de 1861 uma viagem
que el-rei empreendeu ao Alentejo com os seus irmãos, D. Augusto e
D. Fernando, teve os mais funestos resultados. Contraíram nessa
província umas febres paludosas, que em breve tomaram um carácter
profundamente grave. O infante D. Fernando faleceu em 9 de novembro,
e dois dias depois, a 11, falecia também o rei na florescente idade
de vinte e quatro anos. Foi então que se conheceu quanto ele era
profundamente estimado e querido. O povo apenas teve notícia da
grave doença do rei e de seus irmãos, agrupou-se aflitíssimo em
torno do palácio. Primeiro houve só a angústia e ansiedade,
depois começaram a brotar suspeitas de crime, e a morte do infante
D. Fernando, o estado gravíssimo em que se achava o infante D.
Augusto e o estado perfeitamente desesperado do rei, mais
confirmaram ainda as ideias de envenenamento. A morte do rei veio
redobrar a agitação da cidade. O enterro foi imensamente
concorrido. Os dois irmãos do rei, D. Luís e D. João, que
andavam, viajando, regressaram apressadamente à pátria, e chegaram
pouco depois da morte de D. Pedro V. Atacado por uma doença, com
sintomas idênticos aos de seus irmãos, D. João também faleceu,
no seguinte mês de Dezembro. Tudo isto deu origem aos tumultos do
Natal, classificados por José Estevão na seguinte frase célebre:
«É a anarquia da dor protestando contra o despotismo da morte.» O
sentimento era geral e profundo em todo o país.
D.
Pedro V foi duque de Saxe-Coburgo-Gotha, grão-mestre das ordens
militares de Cristo, S. Bento de Avis e S. Tiago da Espada; grã-cruz
das da Torre e Espada e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa;
cavaleiro da ordem do Tosão de Ouro, de Espanha, e da ordem Suprema
da Santíssima Anunciada, de Sardenha; cavaleiro de primeira classe,
em brilhantes, da de Hohenzollern; grã-cruz das ordens do Cruzeiro
do Sul, do Brasil; de Santo Estevão de Hungria, da Áustria; da Águia
Negra, de Saxónia Real; do Leão Neerlandês, dos Países Baixos;
do Falcão Branco, de Saxe-Weimar; da Legião de Honra, de França;
de S. Fernando e Mérito, de Duas Sicílias. D. Pedro V respeitava
os homens políticos importantes do seu tempo, e era grande
respeitador de Alexandre Herculano, a quem visitava frequentes
vezes, entretendo com o notável historiador discussões científicas;
passava largas horas, quando estava em Mafra, a consultar crónicas
e outros livros antigos daquela valiosa biblioteca. Dedicava-se à música,
tocando excelentemente piano; era notável
na esgrima, bom atirador, e desenhava com gosto e facilidade,
possuindo o dom especial de caracterizar uma pessoa ao primeiro
repente com três ou quatro traços, ficando do seu lápis muitas
caricaturas notáveis pela graça e pela rapidez e firmeza do traço.
A caça era um dos prazeres seus mais predilectos. Foi ele que
aboliu por completo o beija-mão, etiqueta palaciana que era um dos
restos legados pela soberania absoluta, e recusou-se a confirmar a
pena de morte. Não queria ver os cidadãos, entre os quais era ele
o primeiro, dobrarem o joelho na sua presença, porque essa vénia só
pertence à Divindade como só a ela pertence tirar a vida aos
homens. Entendia que a cerimónia do beija-mão era um acto de
servilismo indigno de todo o homem que se preza, como entendia que
à justiça humana unicamente compete corrigir os delinquentes, pela
reclusão e pelo trabalho, para os restituir à sociedade,
purificados e prestadios.
Acerca
do saudoso monarca publicaram-se muitos escritos: Reinado
e últimos
momentos de D. Pedro V, por José Maria de Andrade Ferreira,
Lisboa, 1861; Noticia da doença de que faleceu sua majestade
el-rei o senhor D. Pedro V, por Bernardino António Gomes,
Lisboa, 1862; Elogio histórico de sua majestade el-rei o senhor
D. Pedro V, protector da Academia Real da Sciencias, proferido na
sessão publica de 26 de abril de 1863 pelo socio efectivo Luiz
Augusto Rebelo da Silva, Lisboa, 1863; Memórias para a
historia d'el rei fidelíssimo o senhor D. Pedro V e seus augustos
irmãos, etc., por Francisco António Martins Bastos, Lisboa,
1863; Tributo português no transito do senhor D. Pedro V,
poemeto por A. F. de Castilho; saiu na Revista Contemporânea,
tomo V, pág. 399 a 411, e em separado; Palavras de D.
Pedro V, Lisboa, 1859; foram coligidas e publicadas com introdução
e notas, por J. J. Ferreira Lobo; contem todos os discursos e alocuções
do monarca; D. Pedro V,
por Henrique Freire; 5.ª edição, Lisboa, 1884; Oração fúnebre
nas exéquias do rei de Portugal o senhor D. Pedro V celebradas pela
irmandade do Santíssimo Sacramento da freguesia de S. Nicolau em 30
de janeiro de 1862, pelo padre António Maria d'Almeida, Lisboa,
1862; Oração fúnebre nas exéquias, que a câmara da vila de
Penela mandou celebrar para sufragar a alma do senhor D. Pedro V,
Lisboa, 1862; Oração fúnebre nas exéquias solenes pelo eterno
descanso de Sua Majestade D. Pedro V, celebradas na igreja catedral
do Salvador de Beja, pelo padre Alexandre Ramos, pároco de Santa
Maria da Feira, da
mesma cidade, Lisboa, 1863. Há outras orações recitadas
nas solenidades fúnebres realizadas no Porto, Aveiro, e outras
cidades de Portugal e Brasil. No estrangeiro também apareceram
algumas obras a respeito do saudoso monarca. José Silvestre
Ribeiro, na sua obra Historia dos estabelecimentos científicos,
literários e artísticos de Portugal, volumes XII e XVI, fez várias
referências a el-rei D. Pedro V, sobretudo a respeito da fundação
das escolas das Necessidades e de Mafra. Recentemente publicou-se o
Rei Santo, crónica da vida de D. Pedro V, romance histórico de
Rocha Martins, edição da Casa Editora João Romano Torres & C.ª
*
Medalha
de D. Pedro V. Instituída por el-rei D. Luís I em 15 de abril
de 1862, a fim de ser distribuída aos indivíduos que tomaram parte
na expedição enviada a Angola em 1859, e mais vulgarmente
conhecida por medalha de
Angola. É de forma
circular, tendo de um lado a efígie de D. Pedro V e do outro a
legenda Expedição
de Angola, 1860. É
pendente de uma fita azul
escura orlada de amarelo.