|
|
|
Pacheco
Pereira
(Duarte).
n.
6 de abril de 1503.
f. c. 1530.
Célebre
herói cognominado por Camões e pelos nossos clássicos o
Aquiles Lusitano; cavaleiro da casa de D. João II, governador
do castelo de S. Jorge da Mina, etc.
Nasceu
em Santarém, sendo filho de João Pacheco e de D. Isabel Pereira.
Era homem de grande erudição, e tendo-se dedicado às armas,
partiu para o Oriente a 6 de abril de 1503 na esquadra capitaneada
por Afonso de Albuquerque, indo como comandante da nau Espírito
Santo. Chegando a Cochim, Duarte Pacheco logo se distinguiu
numas correrias contra o samorim de Calecute, vencendo-o em sete vitórias
sucessivas. O rajá de Cochim consagrou tanta admiração ao bravo
guerreiro, que quando Afonso de Albuquerque regressou ao reino,
pediu-lhe que o deixasse ali ficar, para o proteger dos ataques do
samorim seu inimigo. Assim o fez Afonso de Albuquerque, e Duarte
Pacheco ficou à frente de uns cento e cinquenta homens como capitão
de mar. Nessa qualidade deixava-lhe Afonso de Albuquerque uma nau,
duas caravelas e a chalupa de outra nau tripulada por cem homens,
deixando-lhe ainda mais cinquenta homens numa tranqueira que
levantara em Cochim. À frente dessa insignificante esquadrilha fez
Duarte Pacheco algumas pequenas expedições marítimas em que fez
presas importantes; mas o samorim, sabendo da pequeníssima força
portuguesa que ficara em Cochim, deliberou expulsar da Índia esses
importunos estrangeiros, e infligir uma severa lição ao rajá de
Cochim, pelo bom acolhimento que lhes dera. Coligou, porém, todos
os rajás vizinhos, e reunindo um exército de 50.000 homens, uma
esquadra de cento e cinquenta navios, marchou sobre Cochim. O rajá
nosso amigo julgou-se perdido completamente, e com o ânimo
verdadeiramente generoso aconselhou Duarte Pacheco a que não
sacrificasse os seus poucos soldados nessa tormenta, e fosse
invernar à costa da Arábia, deixando-o a ele afrontar sozinho a
tempestade, e curvar-se ao domínio do indignado samorim. Duarte
Pacheco era extremamente colérico, e indignado com esta resposta,
esteve quase para arremeter contra o próprio rajá, dizendo-lhe que
não havia de o abandonar, e que prenderia o samorim de Calecute,
mas isto com tanta fúria, que o pobre rajá se calou, julgando que
Duarte Pacheco perdera o juízo.
Nos
meados de março de 1504 apareceu o samorim de Calecute com o seu
grande exército, pretendendo passar o rio no vau de Cambalam. Esse
vau, porém, fortificara-o Duarte Pacheco admiravelmente, e distribuíra
com a máxima habilidade os setenta portugueses de que podia dispor,
combinando as caravelas e as chalupas, com as restingas e os bancos
de areia, aproveitando o melhor que podia a artilharia de que
dispunha, e que era relativamente numerosa; tinha também mil
soldados de Cochim; mas esses estavam profundamente aterrados
e fugiram aos primeiros tiros. Só ficaram os que estavam a bordo
das caravelas misturados com os portugueses. O samorim investiu o
vau com a maior confiança; tinha consigo uns bombardeiros
italianos, mas a artilharia era insignificante. Em compensação,
Duarte Pacheco tinha dezoito peças de diferentes calibres, estava
bem munido de panelas de pólvora e de alcanzias e de quantos artifícios
lhe podia. ministrar a arte pirotécnica do seu tempo. Bem
manobrada, a nossa artilharia repeliu constantemente o inimigo, e
este, depois de perdas enormes, viu com o maior espanto que não
pudera forçar um passo defendido apenas por setenta e tantos
homens. Um dos estratagemas; de que se servira Duarte Pacheco, fora
o de atar umas às outras as caravelas e as chalupas, de modo que
formava assim na água uma verdadeira falange composta e unida que
tomava todo o passo. Era invencível, e nada poderiam, contra ele os
50.000 homens do samorim, nem 500.000 que fossem. O samorim, porém,
supôs que a vitória era devida simplesmente ao valor pessoal de
Duarte Pacheco, e resolveu, portanto, desviá-lo da luta, operando
uma diversão e ameaçando a nau que estava defronte de Cochim.
Duarte Pacheco, efectivamente, correu em seu auxílio, mas nem por
isso os defensores do vau de Cambalam deixaram de repelir o inimigo,
e quando Duarte Pacheco voltou, e voltou com uma rapidez
maravilhosa, a derrota do samorim foi completa. Desesperado, o
samorim tentou abrir passagem por outro vau mais distante, onde
quando vazava a maré não podiam chegar os nossos navios, ao mesmo
tempo que empregava os seus navios contra os nossos no primeiro vau.
Duarte Pacheco, dividiu também facilmente as suas forças, porque
ao passo que, mandava os escaleres para o vau onde não podiam
chegar as caravelas, conservava-se com estas a meia légua de distância,
repelindo a esquadra inimiga. Quando a maré encheu e permitiu aos
navios portugueses subir o rio, Duarte Pacheco, fazendo um supremo
esforço, repeliu a tiro de peça os navios inimigos, subiu
rapidamente o rio, e apareceu quando menos o esperavam, no vau onde
os nossos soldados combatiam. Estas súbitas aparições de Duarte
Pacheco é que sobretudo aterravam o inimigo. Contudo, Duarte
Pacheco percebeu que nesse segundo vau é que estava o grande
perigo, e como os soldados do rajá de Cochim quase lhe não serviam
para mais nada, apesar de já terem adquirido grande força moral
com as inesperadas vistorias dos portugueses, mandou guarnecer o vau
de estacaria, e julgou poder confiar neles bastante para lhes
entregar a defesa dessa mesma estacada, mas enganou-se, e esse
engano foi causa do maior perigo que ele correu em todos estes
combates homéricos. Efectivamente as tropas do samorim puseram em
fuga os soldados de Cochim e o pior ainda foi que, por causa da
fumarada da batalha, estiveram muito tempo os nossos sem ter
conhecimento da fuga dos seus aliados.
Assim
conseguiram os de Calecute travar com os nossos uma luta corpo a
corpo, e era esse o grande perigo, porque cinquenta homens não
podem deixar de ser esmagados por 50.000. O que nos valeu nessa
ocasião foi a maré, quando principiaram a aparecer na foz do rio
as ondas espumosas que anunciavam que o vau ia deixar de ter pé, os
nossos redobraram os esforços, e os inimigos foram mais uma vez
repelidos. Desesperado com as suas infrutíferas tentativas, vendo
de mais a mais o seu exército dizimado por uma epidemia que o
assaltara, o samorim resolveu dar um ataque decisivo e vigoroso,
empregando para isso todos os recursos da sua estratégia. Primeiro
mandou fazer uns burlotes que deviam ir cair sobre os navios
portugueses; depois uns oito castelos blindados que dominavam a
nossa esquadra. Estes estratagemas eram perfeitamente primitivos, ou
pela invenção, ou pelo modo como eram empregados. Os burlotes, não
tendo quem os dirigisse, foram esbarrar numa jangada chapeada de
ferro que Duarte Pacheco dispusera diante da esquadra, onde arderam
inofensivamente, dando até descanso aos nossos combatentes. Os
castelos ainda produziram ao principio algum terror, porque se
mostravam invulneráveis as nossas peças, mas um camelo, peça de
grande calibre, que Duarte Pacheco assestou contra os castelos donde
caía sobre os nossos navios um chuveiro de setas e balas, ao sétimo
ou ao oitavo tiro demoliu-os, e toda a estratégia do samorim ficou
assim completamente frustrada. Este malogro das suas esperanças
desanimou completamente o samorim
de Calecute, que tentou ainda umas duas investidas, mas que
retirou depois tão profundamente abatido, que, deixando o trono, se
acolheu num desses mosteiros bramânicos, em que se passa a vida em
penitência. É difícil de exprimir o júbilo e o entusiasmo do rajá
de Cochim. Duarte Pacheco pouco tempo se demorou a receber as
congratulações do seu aliado.
Sabendo
que o feitor de Quiloa, António de Sá, que estava nessa cidade com
vinte homens, se via em grande perigo quando se soubera da expedição
com que o samorim ameaçava os portugueses, correu em seu auxílio,
mas já o encontrou em segurança. Precedera-o a notícia das suas
espantosas vitórias. Entretanto chegava a Cochim uma esquadra
comandada por Lopo Soares de Albergaria, a quem o rajá de Cochim
contou as maravilhas que em sua defesa Duarte Pacheco praticara.
Lopo Soares de Albergaria tratou o herói com as honras que lhe eram
devidas, e ofereceu-lhe lugar a bordo dos seus navios. Duarte
Pacheco aceitou, e partiu para Portugal, apesar das suplicas do rajá
de Cochim, que se julgava perdido com a partida do seu heróico
defensor, e que para o deter lhe oferecia riquezas e algumas terras
do seu domínio, que Duarte. Pacheco agradeceu, mas não aceitou. O
rajá, não sabendo como havia de manifestar-lhe o seu
reconhecimento, pediu a um português perito em heráldica que
imaginasse um brasão comemorativo das façanhas do herói, e
concedeu-lho num diploma ingenuamente redigido mas extremamente
honroso. (V. neste vol. pág.
326). Na esquadra de Lopo Soares de Albergaria, que era composta
de catorze naus, partiu Duarte Pacheco, chegando a Lisboa a 22 de julho
de 1505. A sua gloriosa fama havia-o precedido. O rei D. Manuel foi
buscá-lo a bordo, e ordenando solene procissão, o levou à Sé e
desta igreja para a de S. Domingos, conservando-o sempre a seu lado
debaixo do palio. Em S. Domingos houve sermão alusivo aos seus
triunfos, pregado pelo bispo de Ceuta, D. Diogo Ortiz de Vilhegas. Não
satisfeito ainda o monarca com uma tão pública e honrosa ostentação,
fez patente os elevados merecimentos do herói a todas as cortes da
Europa, e ao papa, a quem entregou a carta D. João Sutil, bispo de
Safim. Na Ásia também Duarte Pacheco se tornou notável,
reprimindo o atrevimento do corsário Mondragon que infestava as
nossas costas, ao qual num combate renhido e violento, na altura do
Cabo de Finisterra, a 18 de janeiro de 1509, não somente o
aprisionou com três naus, mas lhe meteu a pique ainda outra.
Em
remuneração dos grandes serviços prestados para imortal fama do
nome português, o rei D. Manuel o nomeou governador do castelo de
S. Jorge da Mina. Nesse castelo foi vítima das maiores intrigas,
sendo falsamente acusado de escandalosa ambição, descuidando a
arrecadação da fazenda real, tratando unicamente com cuidado da
sua própria, buscando aumentar uma preciosa fortuna, com que
regressaria opulento à pátria. O monarca, acreditando nessas
intrigas, mandou ordem para o prenderem, e que viesse para o reino.
Duarte Pacheco entrou em Lisboa de ferros aos pés, ficando
encarcerado alguns anos até que se justificasse a sua inocência.
Finalmente foi solto, mas posto de parte, ficando reduzido a grande
pobreza e sua família, vindo a falecer obscuramente. Duarte Pacheco
era casado com D. Antónia de Albuquerque, filha de Jorge Garcez,
secretário do rei D. Manuel, e de D. Isabel de Albuquerque.
Deixou
manuscrita a seguinte obra: Principio
do Esmeraldo «de situ orbis», feito e com posto por Duarte Pacheco
cavaleiro
da casa del-rei D. João II, de Portugal, que Deus tem, dirigido ao
muito alto e poderoso príncipe, e sereníssimo
senhor, o senhor Rei
D. Manuel Nosso Senhor, o primeiro. d'este nome, que reinou em
Portugal; constava de 4 livros; tendo o 1.º 33 capítulos, o 2.º
11, o 3.º 9, e o 4.º 16; acompanhados de 16
mapas iluminados e algumas estampas pequenas. O manuscrito
original da obra de Duarte Pacheco Pereira, que ele deixou inédita,
existia em meados do século 18 na livraria do marquês de Abrantes,
segundo informa Barbosa Machado na sua Biblioteca
Lusitana, cujo primeiro volume saiu à luz em 1741.
Presentemente ignora-se o que é feito dele e considera-se perdido:
Apógrafos, de que haja conhecimento, existem dois, um na Biblioteca
Pública de Évora (códice CXV-1-3),
outro na Biblioteca Pública de Lisboa, comprado em 1867 (códice
B, 17, 7). O autor da Biblioteca
Lusitana também dá noticia de que do Catálogo dos livros de
D. Rodrigo da Cunha (1577-1643) se via que este prelado possuía uma
cópia do manuscrito original. É inteiramente desconhecida. No catálogo
dos manuscritos da Biblioteca Pública Eborense, falando do códice
CXV-14, Cunha Rivara diz: «é outra cópia mais moderna e tirada
da antecedente (o códice CXV-1-3). Foi enviada ao Governo Civil em
4 de setembro de 1844, por ter sido requisitada para o Ministério
do Reino em Portaria de 27 de agosto de 1844.» Não tornou a
entrar. Conformemente o próprio Duarte Pacheco declara (no Prólogo,
no capítulo oitavo do livro III, no capítulo sexto do livro IV), o
plano da sua obra «de cosmografia, e marinharia» era descrever a
costa africana, começando no estreito de Gibraltar, na direcção
do sul, até o cabo de Guardafui, e daí à costa meridional da Ásia,
abrangendo «toda a Índia». A obra havia de repartir-se em cinco
livros, cabendo aos três primeiros a parte da costa africana que
vai até ao rio do Infante (o Great
Fish River dos mapas ingleses, na Colónia do Cabo), isto é, até
o limite dos descobrimentos anteriores ao reinado de D. Manuel; ao
quarto a costa africana do rio do Infante ao cabo de Guardafui; ao
quinto a costa da Arábia meridional, da Pérsia e da Índia. Mas o
autor não levou ao termo o seu empreendimento e levantou mão
justamente quando ia entrar na parte de maior novidade do seu
trabalho, quer dizer, quando começava a descrever a, costa africana
além do rio do Infante. Com efeito, segundo o testemunho de Barbosa
Machado, o manuscrito original constava de quatro livros, tendo o
quarto apenas seis capítulos, exactamente o que se contém nas cópias
das Bibliotecas de Évora e de Lisboa Que a morte o não colheu
imprevistamente no meio do seu lavor, vê-se das seguintes notícias
cronológicas. Porquanto se refere no Prólogo aos descobrimentos de
Vasco da Gama, Duarte Pacheco não deu principio à composição
antes dos últimos meses de 1499, e o Sr. Gama Barros na sua História
da Administração Pública em Portugal, (II, pág. 294) supõe
mais provável que ele pusesse mãos à obra só depois que chegou a
Lisboa de volta da Índia em Junho ou Julho de 1505; em todo o caso
redigiu o capítulo 14 do livro I antes de findar o ano de 1505, e o
capítulo 19 do mesmo livro depois 1506; traçou as primeiras linhas
do capítulo 6 do livro IV, em que a obra ficou suspensa, ainda em
vida de D. Manuel (que faleceu em 1521).
Esteve
por governador de S. Jorge da Mina do 1520 a 1522; era ainda vivo em
5 de fevereiro de 1526, mas já
não existia em 22 de junho de 1534. No entender do Sr. Augusto Epifânio
da Silva Dias, no seu estudo adiante referido, a razão de Duarte
Pacheco deixar o trabalho em meio foi não possuir ainda as informações
que havia mister. A obra foi empreendida, consoante a fórmula
ritual, debaixo da alta protecção do monarca (D. Manuel); mas as
explorações, que o próprio Duarte Pacheco declara no Prólogo,
serem necessárias para a descrição da costa africana, do rio do
Infante em diante, não se fizeram tão depressa e nem por isso
deixavam de afluir ao reino o ouro e os escravos da África e as
drogas e especiarias da Ásia,
e demais Duarte Pacheco encontrou no público, em lugar do
devido favor, baixas invejas, pelo menos em mais de um passo ele se
queixa dos detractores que nada fazem e só sabem morder. Do título
posto por Duarte Pacheco à sua obra «Esmeraldo de
situ orbis» a segunda parte, de
situ orbis, é como todos sabem, o título do tratado geográfico
de Pomponio Mela; a primeira parte, «Esmeraldo», é obscura. Na
qualidade de mera conjectura propõe o Sr. Epifânio Dias uma
explicação. Um tratado de geografia e de história natural, de um
escritor árabe da primeira metade do século 14, obra muito
derramada naquele tempo, intitulava-se «Pedra preciosa das
maravilhas e Pérola das cousas memoráveis». Não será pois
despropositado supor que Duarte Pacheco desse à sua obra geográfica
o nome de uma pedra preciosa, a esmeralda, empregando o vocábulo não
com a terminação que tem em português e castelhano, senão com a
que tem na língua italiana, na qual se diz smeraldo,
conformemente ao latim smaragdus.
Das duas cópias que existem do Esmeraldo,
a que pertence à Biblioteca de Évora, é, seguido o parecer
autorizado do sr. Gabriel Pereira e do sr. Pedro de Azevedo, do
reinado de D. João V, ou seja da primeira metade do século. 18; a
da Biblioteca de Lisboa é feita em papel da Fábrica da Lousã, que
foi fundada, ao que se lê no Portugal
Antigo e Moderno de Pinho Leal, em 1748, e, atenta a letra, é
da segunda metade do século 18. O manuscrito original era
enriquecido de mapas e desenhos, do que nos assegura o autor da Biblioteca
Lusitana; infelizmente ambas as cópias apenas trazem designado
o lugar que eles haviam de ocupar. Para a celebração do quarto
centenário do descobrimento da América, a Inspecção Geral dos
Arquivos e Bibliotecas Públicas deu à estampa pela primeira vez,
em 1892, o Esmeraldo em
edição feita pelos cuidados de Rafael Eduardo de Azevedo Basto,
conservador do Arquivo da Torre do Tombo. Abre o volume por uma notícia
preliminar seguida da transcrição de vários documentos inéditos,
alguns acompanhados do respectivo fac-símile,
e fecha por umas notas a quatro lugares do texto do Esmeraldo
seguidas de um «Índice remissivo dos nomes históricos e geográficos
e das coisas mais notáveis contidas no volume. Em 1903 publicou o
Sr. Augusto Epifânio da Silva Dias a sua edição critica do Esmeraldo,
precedendo-a duma introdução de que copiámos alguns períodos,
e fazendo uma rigorosa crítica, assaz erudita, da edição de 1892.
|
Duarte Pacheco Pereira e os "Esmeraldo" Viagens
dos Portugueses na «Bibliotheca Universalis»
|
|
|
|
|