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Pereira
da Silva
(Silvério
Augusto).
n.
3 de janeiro de 1827.
f. 5 de abril de 1910.
Fidalgo
de nascimento; general de divisão reformado.
Nasceu
em Leiria a 3 de janeiro
de 1827, faleceu em Lisboa em 5 de abril de 1910. Era filho de
Joaquim Augusto Pereira da Silva da Fonseca, da casa de Alcobaça, e
de D. Maria Luísa Mascarenhas de Ataíde.
Pertencia
à arma de engenharia, e reformou-se a 4 de janeiro de 1897. Entrou
para o serviço de obras públicas em Dezembro de 1853, servindo no
distrito de Leiria até dezembro de 1855. Desde essa data até outubro
de 1857 no de Coimbra, sendo pela portaria de 5 deste mês nomeado
director do distrito da Guarda, donde foi transferido para Aveiro em
16 de dezembro do mesmo
ano. Em 1858 foi-lhe também incumbida a direcção das obras da
barra de Aveiro. Durante o tempo em que esteve encarregado destas
duas direcções, foi em comissão duas vezes ao distrito de Viseu,
uma ao da Guarda e outra ao de Viana, tendo elaborado alguns
projectos para o primeiro. Em 1864 teve incumbência da fiscalização
e construção do caminho-de-ferro americano das minas do Braçal ao
rio de Vouga. Passou a exercer as funções de chefe da 4.ª divisão
de obras públicas em 1869; a 25 de agosto de 1870 director de
Aveiro, e 4 de junho de 1873 promovido a major. Nomeado vogal da
comissão encarregada do estudo de diferentes projectos para
melhoramentos da barra do Douro e construção do porto artificial
em 1879-1880, juntamente com outros engenheiros e de inspeccionar os
distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu, e em
agosto
de 1886 da inspecção regional dos Açores e Madeira, sendo
exonerado em Setembro de 1887, e nomeado vogal adido da junta
consultiva de obras públicas e minas; em 1889 fez parte da comissão
do exame do 1.° lanço do caminho-de-ferro americano da Golegã por
Torres Novas e Alcanena e se estava nas condições de ser aberto à
circulação; em 1890, para classificar os engenheiros de 4.ª
classe; 20 de junho do mesmo ano, em comissão para o lugar de
governador civil de Aveiro, exonerado a seu pedido a 30 de outubro
desse ano; em 1891, encarregado da direcção das obras públicas de
Lisboa, e nesse mesmo ano vogal da comissão encarregada de rever a
organização dos serviços técnicos de 1886 e de que examinou as
linhas-férreas urbanas de Lisboa; em 1891, nomeado presidente da
comissão encarregada de examinar o projecto e contrato das obras e
melhoramentos do porto de Lisboa e de propor as alterações do
mesmo projecto e contrato, e nesse mesmo ano a seu pedido exonerado
da direcção de Lisboa, sendo louvado, voltando para o seu lugar de
vogal da junta consultiva. Em 14 do março de 1892 foi mandado
inspeccionar as obras do porto de abrigo do Funchal e a praia de
Espinho. No mesmo ano procedeu à vistoria das margens do rio
Mondego e campos adjacentes, para a comissão de sindicância à
Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses; classificado
inspector de 1.ª classe, em 1 de dezembro de 1892, colocado como
vogal efectivo do conselho superior, e em 3 de dezembro do mesmo
ano, nomeado inspector de edifícios públicos e trabalhos diversos;
em 9 de maio de 1893, para inspeccionar os armazéns da alfândega de
Lisboa. Nesse mesmo ano foi nomeado presidente da comissão
encarregada de propor providencias para a organização dos serviços
de faróis e edifícios públicos, em 21 de junho de 1893
transferido do cargo de inspector de edifícios para o de obras hidráulicas;
em 30 de julho de 1893 promovido a general de brigada; em 5 de agosto de 1893 de fazer parte da comissão encarregada de proceder
ao estudo das alterações a fazer na empreitada do porto de Lisboa.
Foi louvado pelos serviços que prestou nesta comissão; em 19 de maio de 1894 nomeado para proceder a uma inspecção no porto de
Viana do Castelo, e em Dezembro do mesmo ano a ir inspeccionar o
porto artificial de Ponta Delgada. Em 30 de abril de 1895
encarregado de examinar os documentos existentes no ministério
relativos a reclamações da Companhia das Águas. Em 1897 foi
promovido a general de divisão, e em 8 de junho de 1898 dispensado
do serviço temporariamente, para desempenhar uma comissão de alto
interesse publico do ministério da marinha. O conselheiro Silvério
Pereira da Silva esteve dirigindo as obras do porto de Lourenço
Marques desde 1896 a Setembro de 1899. Quando ali esteve fez várias
alterações ao primitivo projecto de grande alcance e utilidade,
trabalho que distintamente justificou em um extenso relatório, que
por essa ocasião apresentou ao ministério da marinha e se encontra
publicado. Foi louvado pelos seus relevantes serviços nesta comissão.
Em novembro de 1899 apresentou-se no ministério das obras públicas,
por ter sido dada por finda a comissão que desempenhou no ministério
da marinha, sendo em fevereiro de 1900 classificado inspector geral,
e nesse mesmo ano nomeado vogal do conselho técnico de obras públicas,
e em 1901 presidente do mesmo conselho e vogal do conselho de
tarifas. Ainda por decreto da mesma data, exonerado do cargo de
vogal do conselho superior de obras publicas, sendo louvado, e
nomeado em seguida vice-presidente do referido conselho, lugar que
ocupava ainda quando faleceu. Por despacho de 19 de dezembro de 1910
foi nomeado para o alto cargo de director geral de obras públicas e
minas. Além de todos estes serviços citados, teve uma infinidade
de projectos sobre estradas, caminhos-de-ferro, obras hidráulicas e
pontes, muitas das quais dirigiu. Em 1846 entrou em campanha,
portando-se com bravura, sendo ferido. Foi ele o primeiro que
empregou entre nós o «beton» nos arcos de pontes, fazendo sobre
isso um estudo que lhe fora pedido pelo ministro de então. Esta
ponte foi na estrada de Ovar à vila da Feira. Em 1876 apresentou um
projecto de ponte de ferro e madeira na exposição de Filadélfia,
o qual foi premiado com medalha de prata.
O
conselheiro Silvério Pereira da Silva era extraordinariamente
modesto; recusou sempre veneras, possuindo unicamente a grã-cruz de
Avis, sendo grande oficial, comendador e cavaleiro da mesma ordem,
distintivos de bons serviços militares que não podia recusar.
Possuía também uma medalha de prata por salvar três pescadores em
Aveiro num dia de temporal. Por essa ocasião foi-lhe oferecida uma
medalha de ouro, e aos companheiros que o acompanhavam, uma de
prata. Devolveu-a, dizendo que tinha arriscado a vida da mesma forma
que aqueles, e portanto não devia haver excepções.
Silvério Augusto Pereira da Silva Genealogy
(Geni)
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