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Pinheiro
(D. Miguel Ximenes Gomes Rodrigues Sandoval de Castro e Viegas, 1.º
visconde de).
n.
25 de fevereiro de 1806.
f. 22
de maio de 1884.
General
de divisão reformado, do conselho do rei, comendador das ordens de
Cristo, da Torre e Espada, e de Nossa Senhora da Conceição de Vila
Viçosa; cavaleiro da de Avis; condecorado com a cruz de ouro das
campanhas do Rio da Prata; grã-cruz da Ordem de Isabel a Católica,
comendador da de Carlos III, cavaleiro de 1.ª classe da de S.
Fernando, todas de Espanha. Nasceu em Montevideu a 25 de fevereiro
de 1806, faleceu em Lisboa a 22 de maio de 1884. Era filho de D.
Manuel Ximenes Gomes Sandoval de Castro e Vargas, comendador das
ordens de Cristo e de Isabel a Católica, e de sua primeira
mulher D. Margarida Rodrigues Calheiros.
Tendo-se
alistando num dos batalhões cívicos de Montevideu, foi em 23 de março
de 1823 despachado alferes ajudante, e depois promovido a tenente, e
havendo tomado parte com esse corpo nas operações militares em que
andava empenhada a nossa Divisão de Voluntários do Rei, quando
esta força retirou para Portugal, veio também para aqui o jovem D.
Miguel, que chegou a Lisboa em 1824. Desconhecem-se as circunstâncias
particulares da sua vida no período que desde então correu até
aos fins do ano de 1832, em que emigrando para o Porto, entrou como
voluntário nas fileiras do exército libertador. Servindo às
ordens do general Zagalo, assistiu ao ataque da Foz em 24 de janeiro
e passando a 22 de fevereiro a servir às ordens do general
Saldanha, tomou parte brilhante no resto da campanha, merecendo logo
em 25 de outubro ser nomeado tenente do estado-maior do exército,
em atenção aos seus bons serviços e à maneira distinta porque se
portara em todos os combates travados nas linhas do Porto e depois
na defesa da capital. Acompanhando sempre o seu general quando este
foi em seguimento do exército miguelista, assinalou-se novamente na
tomada de Pernes, Luna e Torres Novas, sendo-lhe em vista da
recomendação de Saldanha mandada contar a sua antiguidade no exército
português desde 1823, e dando novas provas de valor e coragem na
batalha de Almoster, foi agraciado com a comenda da Torre e Espada,
tendo já anteriormente merecido o grau de cavaleiro da mesma ordem.
Terminada a guerra foi D. Miguel Ximenes promovido a capitão para o
estado maior em 24 de julho de 1834, e continuando sempre ao lado do
marechal, entrou na revolta de 1837, e foi por isso, segundo as
disposições da convenção de Chaves, separado do quadro do exército.
Jurando depois a nova constituição, foi colocado em maio de 1838
na 3.ª secção, e em 1840, quando Saldanha foi a Espanha tratar da
questão do Douro, levou consigo o seu antigo ajudante que regressou
a Lisboa em junho de 1841. Reintegrado no serviço activo, serviu
sempre às ordens do marechal até 1851, assistindo à batalha de
Torres Vedras, e sendo então agraciado cem a comenda da ordem de
Nossa Senhora da Conceição.
Quando
o marechal Saldanha, em abril de 1851 se resolveu definitivamente a
fazer uma revolução para derrubar o ministério do conde de Tomar,
foi D. Miguel Ximenes um dos seus mais dedicados companheiros e um
dos oficiais que mais trabalharam para fazer vingar esse movimento,
e por isso, quando a guarnição do Porto se pronunciou e se formou
o exército regenerador, foi Ximenes escolhido para exercer o
importante cargo de ajudante-general dessa força. Tendo triunfado a
revolução o marechal veio para Lisboa; seguiu-se a sua nomeação
de presidente do conselho de ministros, a de ministro da guerra e de
comandante em chefe do exército; tratando de organizar a secretaria
desse comando, nomeou D. Miguel subchefe do estado-maior,
concedendo-lhe ao mesmo tempo a graduação de brigadeiro, e o título
de visconde de Pinheiro, em duas vidas, por decreto de 21 de maio de
1851. Em Agosto seguinte foi nomeado governador-geral de Angola, mas
continuando ainda a desempenhar as funções de sub-chefe do
estado-maior general só em julho de 1853 é que partiu para o
ultramar, onde foi curta a sua demora. A noticia de ter sido aberta
naquela província ultramarina uma subscrição para o general
governador, sem que ele a isso se opusesse, e favorecendo-a até
pelo contrário, segundo, então se disse, causou em Portugal uma
grande sensação. Este triste facto foi levado às câmaras,
discutido largamente na imprensa, e o governo julgou conveniente
mandar recolher o general, que a titulo de doença voltou para
Lisboa em agosto de 1854, passando de novo a ocupar o seu antigo
lugar no comando em chefe do exército, até que esta repartição
superior foi extinta. Posteriormente serviu algum tempo de chefe de
estado-maior no comando do corpo a que pertencia, e em 1865 foi
promovido a general de brigada e depois nomeado vogal do Supremo
Conselho de Justiça Militar. Quando em dezembro de 1869 alguns
oficiais fizeram uma manifestação a favor do marechal Saldanha e
contra o ministro que então tinha a pasta da guerra, o visconde de
Pinheiro tomou parte nisso e mais tarde acompanhou Saldanha no
movimento de 19 de maio de 1870; não teve nenhuma outra comissão,
e continuou sempre no Supremo Tribunal até ser reformado no posto
de general de divisão em 1874.
O
visconde de Pinheiro casou a 15 de dezembro de 1833, com D. Maria
José de Azevedo e Silva, filha de José Luís da Silva, cavaleiro
da Ordem de Cristo, e de sua mulher, D. Maria Carlota de Azevedo.
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