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Sá
(Garcia
de).
n. c. 1460.
f. 13
de junho de 1549.
Governador
da Índia, sucessor de D. João de Castro.
Partiu
a primeira vez para o Oriente em 1518 com Diogo Lopes de Sequeira;
foi promovido no posto de capitão de Malaca, e antes de tomar posse
desse lugar, tratou de estabelecer relações comerciais entre os
portugueses e os habitantes das Molucas, relações comerciais
importantíssimas, porque dessas ilhas é que eram originarias as tão
ambicionadas e cobiçadas especiarias. Tomou posse a 28 de junho de
1522 do governo de Malaca, e exerceu-o durante o governo de D.
Duarte de Meneses, regressando ao reino no fim dos três anos
regulamentares. Em 1527 voltou outra vez à Índia na companhia do
governador Nuno da Cunha; indo provido de novo na capitania de
Malaca. Levantaram-se contra ele grandes intrigas, da segunda vez
que esteve como governador em Malaca, por isso mesmo que era
honesto, inteligente e austero cumpridor dos seus deveres. Ora, se
havia sítio no Oriente onde essas qualidades despertassem maior
hostilidade, era sem dúvida em Malaca, porque ferviam ali as
intrigas e se acumulavam os aventureiros sôfregos de riquezas e
inimigos de todo e qualquer jugo ou repressão. Como de costume também
em Lisboa se atendeu a essas intrigas, e chegou a ir ordem para que
se sequestrassem os bens de Garcia de Sá e para que ele viesse
preso para o reino. A injustiça era, porém, tão flagrante que
Nuno da Cunha não cumpriu a ordem, e quando Garcia de Sá terminou
o seu tempo de governador de Malaca, deu-lhe o comando da nova
fortaleza de Baçaim, comando em que lhe sucedeu Rui Lourenço de Távora
em 1539.
Dissiparam-se
também os preconceitos da corte contra Garcia de Sá, que chegou a
receber a nomeação de governador de Ormuz, nomeação que não
aceitou, pedindo que a transferissem para um dos seus dois genros D.
António de Noronha ou Manuel de Sousa de Sepúlveda. Foi o primeiro
o contemplado. Garcia de Sá era efectivamente pai de duas filhas
casadas, sendo uma delas a mulher de Manuel de Sousa de Sepúlveda,
D. Leonor, a trágica protagonista do naufrágio do galeão S. João,
do naufrágio Sepúlveda contado por Luís de Camões nos Lusíadas,
e a que Jerónimo Corte Real consagrou o seu mais dramático e mais
notável poema. Garcia de Sá achava-se em Goa no ano de 1518,
quando faleceu D. João de Castro, sendo então já bastante idoso.
Abertas as vias de sucessão encontrou-se o seu nome como o do
governador que devia suceder-lhe. Tomou posse do governo no dia 7 de
junho desse ano, e tornou-se logo extremamente benquisto dos
portugueses, porque era muito expedito nos seus despachos, e porque
trazia sempre os soldos pagos em dia, pelo menos quanto possível.
Tendo servido na Índia por espaço de trinta anos, Garcia de Sá
bem sabia os inconvenientes que resultavam da demora nos despachos
que fazia com que andassem pretendentes anos e anos requerendo em
Goa a paga dos seus serviços, e os inconvenientes mais graves ainda
que provinham do atraso dos soldos, que justificava todas as
piratarias que desonravam os portugueses e que apressaram a queda do
nosso domínio. Infelizmente Garcia de Sá pouco tempo governou.
Celebrou a paz com a Hidal Khan e faleceu logo depois dum ano de ter
tomado posse, em 13 de junho de 1549.
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Genealogia
de Garcia de Sá
Geneall.pt
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