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Sequeira
(Domingos
António de).
n. 10
de março de 1768.
f. 7
de março de 1837.
Ilustre
e distinto artista, o pintor mais notável não só de Portugal como
de toda a Europa, e talvez o maior do seu tempo. Nasceu em Belém a 10
de março de 1768; faleceu em Roma a 7 de março de 1837.
Era
filho de pais humildes, António do Espírito Santo e Rosa Maria de
Lima. Foi do seu padrinho, Domingos de Sequeira Chaves, que recebeu
o nome próprio, e que mais tarde adoptou o apelido. Desde muito
criança manifestou uma viva inteligência e uma grande vocação
artística. O pai vendo aquele talento que alvorecia tão
auspicioso; desejou dar-lhe uma posição mais elevada e estudos
superiores, destinando-o para médico, mas afinal, por conselho dos
que admiravam a vocação tão decidida que a criança manifestava
para o desenho, condescendeu em a aproveitar.
Fundando-se
em 1781 uma aula régia de desenho, o futuro pintor matriculou-se,
sendo um dos primeiros alunos, a 2 de dezembro do mesmo ano,
figurando no respectivo livro da matricula com o nome de Domingos
António do Espírito Santo, apelido de seu pai. Foi seu mestre
Joaquim Manuel da Rocha, pintor medíocre, mas zeloso e muito afeiçoado
aos discípulos, entre os quais se contavam os dois maiores pintores
portugueses, Domingos António de Sequeira e Vieira Portuense.
Estudou ali durante cinco anos, sendo por vezes premiado, passando
depois à aula de pintura do professor Francisco José da Mocha,
mais conhecido por Francisco de Setúbal, que também pouco o
poderia guiar, porque apesar de ser pintor de grande talento, era
muito leviano e pouco sabia. Alcançara, porém, grande fama, e
recebia muitas encomendas, e para as satisfazer, aproveitava os discípulos
para o auxiliarem. Dois anos, quando muito, seguiu Domingos António
de Sequeira as lições deste professor.
O
marquês de Marialva, que morava em Belém e era vizinho e
apreciador do talento do jovem artista, recomendou-o à rainha D.
Maria I, e obteve lhe uma pensão de 300$000 reis do régio bolsinho,
para que fosse a Roma, a cidade das artes, aperfeiçoar-se, onde já
se encontravam alguns artistas estudando, mandados pelo intendente
de policia, Pina Manique. Constituíam estes estudantes uma Academia
Portuguesa, organizada pelo modelo da Academia Francesa da vila
Medicis. Quando Sequeira chegou a Roma em 1788, foi hospedar-se na
casa do embaixador português, no palácio Cimarra, indo depois
viver na casa dum seu amigo chamado Cometti. Nas aulas da Academia
Portuguesa continuou a mostrar se aluno distintíssimo, e logo em
1789 alcançou o segundo prémio. Pouco tempo, porém, esteve
seguindo o estudo oficial da Academia, e aproveitando a faculdade
que era permitida aos alunos de escolherem professor, foi seguir as
lições de António Cavallucci, um dos mestres da nova escola de
pintura, que afastando se completamente da escola do
convencionalismo, pretendia aproximar-se da natureza, não
directamente ainda, mas procurando na arte antiga os seus principais
modelos. Sequeira trabalhava, e trabalhou muito, e frequentes vezes
sentiu o desalento invadi-lo, ao ver que tinha de refazer
completamente os seus estudos para se acomodar com a disciplina
severa do seu novo mestre, mas os quadros, que então pintou,
revelavam um notável progresso, que o devia compensar largamente
das fadigas a que tivera de sujeitar-se, porque em 1791 obteve o
primeiro prémio da Academia de S. Lucas; o assunto proposto à emulação
dos artistas fora o milagre da multiplicação dos pães e dos
peixes. Em 1794 era admitido como académico emérito, apresentando
por esta ocasião o seu belo quadro da Degolação de S. João
Baptista.
Sequeira
estudou deveras, e com afinco e ardor, visitando incessantemente
museus públicos e particulares, fazendo cópias do antigo, e
passando as noites a estudar anatomia e adquirir outros
conhecimentos indispensáveis para a sua profissão, que afinal
adoeceu gravemente, sendo-lhe necessário, para se restabelecer,
fazer uma viagem em que visitou Parma, Bolonha, Milão e Veneza.
Voltando a Roma, já o seu talento começou a ser tão apreciado que
o encarregaram de trabalhos para varias igrejas e palácios. Roma
estava sendo para Sequeira a sua segunda pátria. Conhecia muito
bem, não só a língua italiana, como também os dialectos romanos,
e valeu-lhe isso de muito numa aventura que ia sendo para ele
extremamente grave. Rebentara a revolução francesa, e os seus
princípios eram pouco estimados na cidade dos papas entre a plebe
fanática. O ódio aos franceses estava sendo uma das paixões mais
ardentes do populacho. Uma tarde, voltando do Coliseu, foi Sequeira
assaltado por um bando de populares aos gritos de: «Morra o francês!»
Sequeira, sem perder o sangue frio, explicou-lhe no mais puro
transteverino que não era francês, mas sim português de
nascimento e romano pelo afecto Deixaram-no, mas Sequeira julgou então
prudente ir residir de novo para o palácio do embaixador, porque
percebeu que nessa ocasião os estrangeiros em Roma precisavam de
ser protegidos pelas imunidades dos embaixadores. Mas os
acontecimentos políticos que revolviam a Europa, levaram o governo
português a fechar a Academia em Roma e a chamar à pátria os
artistas portugueses. Sequeira obedeceu, e partiu na esperança de
tornar em breve para Roma, e cheio de distinções com o diploma de
académico da Academia de S. Lucas, e os de sócio das academias de
Bolonha e de Florença, e tendo sido muito afectuosamente recebido
pelo papa Pio VI, que lhe enviou uma relíquia de Santo António,
honraria insigne não só pelo valor religioso da oferta realçada
pela fineza de ser a relíquia dum santo português, mas também
porque, sendo essa uma distinção que os papas faziam ás pessoas
que queriam obsequiar, eram essas dadivas levadas aos agraciados por
um camareiro num coche de gala, o que realmente devia ser uma honra
notável para um simples artista pensionado pelo seu governo.
Regressando
a Portugal, Domingos António de Sequeira percorreu de novo a Itália
do Norte, e embarcou finalmente em Génova em outubro de 1795,
chegando no ano seguinte a Lisboa, depois de oito anos de ausência Foi
aqui recebido admiravelmente. O príncipe D. João, regente do
reino, concedeu-lhe uma pensão anual de 60 moedas e casas pagas,
sem prejuízo das remunerações que houvesse de receber por cada
uma
das obras que executasse. Afluíram encomendas tanto da família
real, conventos e particulares, como dos próprios estrangeiros
amadores das belas artes, entre os quais avultava o opulento e
inteligentíssimo Beckford. Mas Domingos António de Sequeira vinha
habituado aos preços elevados de Roma, de forma que aquela afluência
decaiu rapidamente. Todos queriam ter um quadro do eminente pintor,
mas recuavam perante o exagero dos preços que ele pedia. Exagero
para os costumes de Portugal, mas não para os preços que já então
lá fora obtinham as obras de arte. Quando o conde de Vale de Reis
encomendou dez quadros de batalhas para as suas antecâmaras, e que
Sequeira lhe pediu mil moedas de ouro (4.800$000 reis), o conde
ficou espantado e desistiu da sua ideia. Sequeira, que era
orgulhoso, estimulou-se, quis coligar-se com os outros artistas para
obter que se levantassem as cotações do mercado artístico, mas os
outros, que já o invejavam, ciosos do seu grande valor,
recusaram-se.
Sequeira,
que contava enriquecer rapidamente para voltar a Roma e casar com
Nannina Cometti, senhora por quem estava enamorado, entristeceu.
Sempre fora religioso, os dissabores agravaram-lhe a sua tendência
ascética, e saiu da capital, indo ocultar o seu desanimo e
desespero no ermo da serra do Buçaco, donde passou para a Cartuxa
de Laveiras, estando, naquele convento como noviço, muito
seriamente disposto a professar. Ali esteve desde o fim do século
18 até ao ano de 1802, pintando uns quadros todos alusivos ao
estado que desejava tomar, representando episódios da vida de S.
Bruno, etc. Afinal, D.
Rodrigo de Sousa Coutinho, informado da deplorável resolução de
Sequeira, conseguiu arrancá-lo do convento, e intercedendo com o príncipe
regente, mostrando-lhe a perda irreparável que seria para a arte
portuguesa a falta de Sequeira no mundo artístico, o príncipe, por
decreto de 28 de 1unho de 1802, o nomeou primeiro pintor da corte
com um ordenado de 2.000$000 reis, e com obrigação de dirigir
juntamente com Francisco Vieira Portuense as decorações artísticas
do paço da Ajuda.
Foi
nessa ocasião que Domingos António de Sequeira deliberou fundar
uma academia de desenho e pintura ligada com as obras da Ajuda, como
em Mafra se fundara em tempo uma aula de escultura ligada comas
obras do convento. Sequeira, contudo, parece que não tinha paciência
para o ensino, porque abandonou muito a aula, como abandonou também
as obras da Ajuda, cuja direcção lhe fora confiada, e que afinal.
foram feitas quase todas por Taborda e Fuschini. De Sequeira havia
apenas a pintura de um tecto, que desapareceu por se terem
transformado as decorações da sala onde esse tecto estava, e uns
quadros pintados sobre tela, que a família real levou para o
Brasil, quando para ali foi em 1801, fugindo aos franceses, e por lá
ficaram. Representavam episódios da vida de D. Afonso Henriques. Os
directores das obras da Ajuda, Sequeira e Vieira Portuense,
abandonaram ambos aquele encargo, Vieira porque teve de ir para a
Madeira, onde faleceu. Sequeira, porque tinha muitas coisas em que
ocupar-se, e estava granjeando avultados rendimentos. Ganhava
2.000$000 reis como primeiro pintor da corte, continuava a receber a
pensão de 60 moedas anuais que lhe fora arbitrada quando regressou
de Roma, e continuava a ter casas pagas; tendo sido agraciado com o
hábito de Cristo, recebia a tença de 12.000 reis, que lhe andava
anexa. Foi escolhido para mestre de desenho dos infantes, e
cumpria-lhe exercer gratuitamente esse cargo, na sua qualidade de
primeiro pintor da corte, mas dava lhe direito a ter sege montada
por conta do paço, o que equivalia a um bom ordenado, finalmente
foi nomeado director da aula de desenho, que a junta, da Companhia
das vinhas do Alto Douro fundara no Porto, e que fora anexa à.
Academia de Marinha e Comércio da mesma cidade, legar pelo qual
recebia o ordenado de 600$000 reis anuais tendo apenas a obrigação
de ir passar todos os anos três meses no Porto para superintender
os trabalhos de que era director.
Chegara-se
ao ano de 1807, e viera a invasão francesa; Sequeira fora ao Porto
no desempenho dos seus deveres de director da aula de desenho.
Entretanto as obras da Ajuda eram suspensas pelo governo de Junot,
por ordem de 9 de Dezembro de 1807, que mandava despedir os operários,
mas a 23 do mesmo mês foi nova ordem mandando que tudo continuasse
como até aí Sequeira, chegando a Lisboa em Janeiro de 1808,
encontrou tudo no mesmo estado em que deixara, e naturalmente afeiçoado
a estrangeiros pela sua longa residência na Itália e estranho
completamente à política, relacionou-se com o conde de Forbin,
grande amador das artes, e que foi depois no tempo da Restauração
director das belas artes em França. Este conde, que também
pintava, e pintava com certo gosto, era nesse tempo ajudante de
ordens de Junot. Quis fazer uma digressão artística em Portugal, e
Sequeira acompanhou-o à Batalha e a Alcobaça, onde Forbin desenhou
o túmulo de D. Inês de Castro. Por intermédio de Forbin,
relacionou-se com outros oficiais franceses e com o próprio Junot.
Aceitou e executou encomendas para alguns deles, e não duvidou também,
e está aqui a sua culpa, fazer para Junot, que lhe prometia pagar
uns meses do seu ordenado que estavam em divida, o seguinte quadro:
«Lisboa amparada pelo Génio das Nações e pela Religião, mas
triste e melancólica, era consolada pelo vulto de Junot; a um lado.
Marte simbolizando a França, fulminava Neptuno, que representava a
Inglaterra.» Dizia-se que este quadro fora pintado com tintas
corrosivas, para durar pouco tempo. Esta versão não parece
verdadeira, porque se o fosse, não deixaria de a alegar o advogado
de Sequeira na Memória Justificativa que teve de escrever em defesa
do grande pintor, quando este foi processado por esse e outros
factos. É certo que Sequeira não se esquivou a executar o
trabalho, e pouca atenção merecem realmente as suas desculpas.
Alegou que, se Junot não fosse obedecido, o castigaria com
severidade. Mas sujeitou-se ao castigo. Mais lhe valia o ter estado
preso durante o domínio francês por não ter querido cumprir as
ordens do estrangeiro, do que estar, como obteve depois, oito meses
encarcerado por não ter manifestado suficiente patriotismo. E não
foi só um quadro que Sequeira pintou para glorificação dos
invasores. O conde de Farrobo, possuía um esboço firmado por
Sequeira, e que representava um génio pairando com um ramo de
saudades numa das mãos, e com um medalhão na outra, medalhão onde
se lia em letras microscópicas a legenda Duque de Abrantes. Em
baixo densas nuvens, sobre as quais pousava uma águia branca de
asas fechadas, abriam a cena, que representava vagamente Lisboa e a
torre de Belém, onde flutuava também dum modo quase indistinto a
bandeira tricolor.
Bem
consciente estava das suas culpas o grande pintor, porque foi um dos
primeiros que acudiram com donativos para auxilio da guerra contra
os franceses cedendo tudo quanto recebia, como pensão, do régio
bolsinho, que eram a esse tempo 688$00 reis, e mais um conto dos
dois do ordenado que recebia como primeiro pintor da corte, mas ao
mesmo tempo que se conservasse a dádiva secreta, e é por isso que
não figura na lista de donativos que apareceram na Gazeta. Mostra
isso que Sequeira, em primeiro lugar, quis, pelo valor da oferta,
desarmar as iras do governo, e ao mesmo tempo temia que a aparição
do seu nome fizesse lembrada de todos a sua transigência com o
governo intruso. Não lhe valeu essa precaução. O povo revoltou-se
contra ele e a regência viu-se obrigada a mandá-lo prender.
Efectuaram a prisão com alguma violência, na noite de Natal de
1808 uns soldados de cavalaria. n.º 4, que o levaram para o corpo
da guarda do regimento, e donde passou ao Limoeiro, até que foi
solto no princípio de setembro de 1809. Se houve processo, com
absolvição ou condenação, desapareceu completamente. O que
parece mais provável é que os protectores de Sequeira, que os
tinha muitos e poderosos, pusessem pedra em cima da questão. O que
aconteceu, em todo o caso, é que Sequeira deixou a direcção das
obras do paço da Ajuda, não demitido oficialmente, mas não lhe
sendo permitido assumir a direcção efectiva, que foi confiada a Ângelo
Fuschini. Em 1818 quiseram que ele de novo tomasse a direcção
desses trabalhos, mas Domingos António de Sequeira opôs
dificuldades.
Em
1814, tendo sido concluída a guerra com os franceses, foi Sequeira
encarregado pela regência de desenhar e dirigir a factura da magnífica
baixela de prata, com que esse governo presenteou lorde Wellington.
Em 1820, quando rebentou a revolução em 24 de agosto, Sequeira
mostrou-se sinceramente entusiasmado pelas novas ideias liberais então
proclamadas, e parece que foi encarregado de dirigir um monumento
que se projectava erigir no Rossio Em 1822 teve também a incumbência
de fazer os desenhos da medalha da Sociedade da Industria Nacional.
Em 1823, quando se discutia o orçamento, alguns deputados quiseram
que se lhe suprimisse o ordenado de 2.000$000 reis. Defendeu-o
Borges Carneiro, pondo em relevo os serviços que ele prestara à
sua pátria, ilustrando-a e honrando-a no estrangeiro. Foi grande o
debate que se travou, e por ele se sabe que Sequeira estivera em
Inglaterra, provavelmente quando se tratou da baixela para lorde
Wellington, e que a esse tempo a imperatriz da Rússia lhe oferecera
16.000$000 reis para ele ir trabalhar para os seus domínios, o que
Sequeira rejeitara. Apesar de todos estes louvores, as cortes sempre
lhe foram cerceando os vencimentos, suprimindo lhe a pensão de
400$000, e reduzindo-lhe o ordenado a 1.600$000 reis.
No
entretanto, quando veio a reacção desse ano de 1823, Sequeira,
lembrando-se da sua prisão em 1808, quis por força sair de
Portugal. Debalde o marquês de Palmela, que fazia parte do novo
governo, instou com ele para que não saísse do reino,
assegurando-lhe que nada tinha a recear, Sequeira insistiu, e então
o marquês de Palmela lhe foi levar pessoalmente a casa os seus
passaportes. A 7 de setembro de 1823 partiu para Paris, onde chegou
a 20 de outubro. Ali privado dos recursos que lhe dava na pátria a
sua posição oficial, trabalhou incansavelmente, e fez alguns dos
seus mais belos quadros, entre eles o da Morte de Camões, que
inspirou a Garrett o seu imortal poema, e que ele ofereceu a D.
Pedro, nesse tempo imperador do Brasil, que o agraciou com o habito
da ordem do Cruzeiro. Sequeira demorou-se em Paris até 15 de setembro de 1826, dirigindo se nesse ano para Roma, onde chegou a 1
de novembro. Os dez anos e meio que passou naquela cidade das artes,
foram os últimos da sua vida, e por ventura os mais bem
aproveitados no estudo, e os mais gloriosos para o distinto artista.
Além de muitos desenhos e retratos, que lhe eram pedidos com
instancia, executou em Roma não menos de catorze quadros, que em seguida
mencionamos, dos quais os quatro últimos, que só de por si faziam a
reputação de qualquer pintor, elevaram Sequeira no conceito e
estimação dos entendidos à categoria de um talento de primeira
ordem.
Eis
a nota dos catorze quadros citados: O Baptismo do Salvador e a Crucificação
do Cristo pertencentes ao duque de Braciano; A Fé,
propriedade da grã-duquesa Helena, existente em S. Petersburgo; A
Santa Verónica, encomendado para um convento de Roma; O
Caminho da Cruz, que está na igreja da Paz em Roma; A Sacra
Família; A Virgem; O Anjo Rafael e Tobias pai
e filho; Santo António pregando aos peixinhos e O
Salvador, que pertencem ao cavalheiro Miguéis; O Calvário
executado em Castelo Gandolfo, no curto espaço de três meses, no
Verão de 1827, A Adoração dos Magos, igualmente executado
em três meses e durante o verão de 1828; A Ascensão e o Juízo
Universal, foram começados e pintados, quando o grande
artista já se achava gravemente enfermo da doença que o vitimou.
Além
das composições que apontamos, consta que na quinta das Aguas Férreas,
no Porto, existe um esboceto representando Cristo sobre os joelhos
da Virgem e de Santa Maria Madalena; na galeria da casa dos duques
de Palmela, além dos quatro quadros: O Calvário, A Adoração
dos Magos, A Ascensão e O Juízo Universal, que
foram comprados em Roma pelo primeiro duque de Palmela em 1845, há
mais duas belas compilaçõezinhas de Sequeira. representando uma
Susana saindo do banho, a outra Loth deitado, e nu até à cintura
com duas filhas ao lado. Nas Academias das Belas Artes de Lisboa e
do Porto, na casa do antigo conde do Farrobo, na da condessa de
Anadia, e outras muitas, existem, ou existiram, obras de Domingos
António de Sequeira. O conde de A. Raczynski, o distinto diplomata
e grande amador das artes, dedica um longo artigo elogioso ao notável
pintor português no seu Dictionnaire Historico Artistique du
Portugal.
Genealogia
de Domingos António de Sequeira Geneall
A Morte de Camões, desenho de Domingos
Sequeira O Portal da História
Adoração
dos Magos, quadro de Domingos Sequeira O Portal da História
Milagre
de Ourique, quadro de Domingos Sequeira O Portal da História
O
príncipe regente D. João, quadro de Domingos Sequeira O Portal da História
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