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Soropita (Fernão Rodrigues Lobo).
n.
f.
Jurisconsulto
e muito apreciado advogado em Lisboa, que floresceu nos fins do século
16 e princípios do 17.
Tornou-se
mais conhecido por ser o editor das poesias líricas de Luís de Camões.
Soropita passou a Coimbra a formar-se em leis, e na universidade
teve fama de estudante folgazão e trocista. Graduando-se em leis,
veio exercer a advocacia para Lisboa, e aqui se relacionou com o
grande poeta Camões.
Nas
lutas que em Portugal se travaram por morte do cardeal D. Henrique,
mostrou-se inclinado ao partido do prior do Crato, o que não
impediu de fugir de Lisboa, quando em 1589 a esquadra inglesa
desembarcou em Cascais, para sustentar os direitos do D. António, e
talvez o receio do ser vítima dos espanhóis, que redobravam de
crueldade, o impelisse a ir ter com sua mãe a Palmela e a partir
com ela para Setúbal. Logo voltou a Lisboa, e aqui continuou a
advogar, e em 1595 publicou a 1.ª edição das Rimas de Camões,
precedidas de um prefácio em que fez a crítica elogiosa da obra, e
em 1597 imprimiu uma alegação de direito a favor de Francisco
Correia num pleito que este sustentou com D. Manuel de Ataíde a
propósito da sucessão da vila de Belas. Em 1601, quando Francisco
Rodrigues Lobo publicou a sua Primavera,
vivia ainda, tanto assim que a parodiou, e em 1606, fatigado do
mundo, recolheu-se como tantos outros a um convento, e foi para a
serra de Arrábida fazer penitência.
Estavam
manuscritas todas as obras de Soropita, e Barbosa citava a paródia
da Primavera, a Jornada
de Coimbra a Lisboa, o
Namorado de Lisboa, um
discurso jocoso sobre os costumes do seu tempo, e outros
acerca das barbas. Em 1868 saiu no Porto um volume de inéditos, com
o titulo de Poesias e provas ineditas de Fernâo Rodrigues Lobo
Soropita, com uma prefação e notas de Camilo Castelo Branco.
Fernão Rodrigues Lobo Soropita Vício
da poesia
Fernão Rodrigues Lobo Soropita Tonel
de Diógenes
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