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Sousa
Coutinho
(Lopo de).
n. 1515.
f. 28 de janeiro de 1577.
Pai
do ilustre escritor frei Luís de Sousa. Era militar valentíssimo e
também notável escritor.
Nasceu
em Santarém em 1515, sendo filho oitavo de Fernão Coutinho e de D.
Joana de Brito, e neto do 2.º conde de Marialva, D. Gonçalo
Coutinho.
Em
1533 partiu para o Oriente na esquadra comandada por Pedro de
Castelo Branco. Militou debaixo das ordens de Nuno da Cunha, e
esteve no cerco de Diu, praça comandada por António da Silveira,
que no principio do cerco o encarregou da guarda das mulheres e
crianças, que para não serem bocas inúteis, deviam ir buscar água,
lenha, etc.
Foi
Lopo de Sousa Coutinho que abriu a longa série de façanhas que
neste cerco se praticaram, porque no dia 14 de agosto de 1538,
surpreendido com mais catorze soldados por uns quatrocentos homens
de Khodja Sofar, não só os repeliu, mas perseguiu-os até fora da
povoação, sendo necessário fazerem-se-lhe sinais repetidos da
fortaleza para ele voltar. Noutra ocasião fez uma sortida feliz e
atrevidíssima; mandara-o António da Silveira com uns cem
soldados descer ao fosso, mas ele que tinha consigo apenas oitenta e
cinco homens, obedeceu da mesma forma, repelindo o inimigo, e
desembaraçando o baluarte de Gaspar de Sousa, que estava sendo
vivamente atacado. Muitas outras façanhas notáveis praticou ainda
nesse famoso cerco, de que depois havia de ser historiador.
Voltando
à pátria em 1545, encontrou morto seu irmão, e tomou posse da
herança de seus pais. Nomeado governador do forte da Mina por D. João
III, pouco tempo lá se demorou, e regressando a Portugal casou com
D. Maria do Noronha, dama da rainha D. Catarina, de quem teve alguns
filhos, entre os quais o célebre frei Luís de Sousa. Foi homem
muito erudito, bom matemático e filósofo, excelente latinista, e
escritor distinto. Depois de voltar da Índia e da Mina, apenas
exerceu em Portugal o lugar de capitão-mor da Armada. A sua morte
foi devida a um lamentável desastre. Estando na vila de Povos, no
dia 28 de janeiro de 1577, quando ia a apear-se dum cavalo em que
montava, desembainhou-se-lhe a espada, e caindo sobre ela, enterrou
a no peito de forma tal, que faleceu imediatamente. Foi sepultado na
igreja do Salvador, de Santarém.
Escreveu:
Livro primeiro do cerco
de Diu, Coimbra;, 1556. Traduziu em português as comédias
de Píndaro, tragédias de Séneca, e a Farsalia
de Lucano, mas essas traduções não chegaram a ser impressas.
Escreveu ainda Empresas dos
varões ilustres
da Índia.
Lopo
de Sousa Coutinho Correio
das Lembranças
Lopo
de Sousa Coutinho Genealogy
(Geni.com)
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