Portugal - Dicionário

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marquês de Soveral
O marquês de Soveral, de
acordo com a Vanity Fair

 

Soveral (Luís Maria Pinto de Soveral, marquês de).

 

n.      [ 28 de maio de ] 1851.
f.       [ 5 de outubro de 1922 ].

 

Ilustre diplomata, conselheiro de Estado, par do Reino, etc. 

Nasceu em S. João da Pesqueira, em 1851. 

Depois de ter feito os seus preparatórios e frequentado, como aspirante de Marinha, algumas cadeiras da Academia Politécnica do Porto, partiu para a Bélgica, onde fez com distinção o curso do ciências políticas e administrativas. Voltando a Portugal fez concurso para segundo secretário, e entrando na carreira diplomática, foi nomeado adido à legação de Madrid, conquistando logo as maiores simpatias pela sua afabilidade e fino trato, como um verdadeiro homem de corte. Foi depois nomeado, em 1877, adido à legação de Viena de Áustria, sendo promovido em concurso no ano seguinte ao lugar de segundo secretário na corte de Berlim, onde serviu com muita distinção, sendo mais duma vez encarregado de negócios, até ao mês de outubro de 1881, em que passou a Madrid como primeiro secretário. Dali foi transferido para Roma, em 1884, e em 1890 teve transferência para Londres, depois do grande conflito do ultimato de 11 de janeiro, indo substituir o então ministro naquela corte, o conselheiro Barjona de Freitas, apesar do seu cargo de 1.º secretário. 

Foram relevantíssimos os serviços que prestou como encarregado de negócios, em circunstâncias tão especiais e difíceis, conseguindo pelo seu zelo, inteligência, e fino tacto diplomático, que as relações o amizade entre as duas nações se fossem desde então estreitando. Foi ele que, vencendo numerosas dificuldades, que celebrou um modus vivendo com a Inglaterra. A impressão que o trabalho de Soveral causou aos dois governos foi tal, que obteve logo, em 13 de janeiro de 1891 a nomeação de ministro de Portugal em Londres, passando a ser persona, mais que gratissima da corte inglesa. Prosseguiu então nas negociações do tratado de 11 de junho de 1891. Conservou-se, naquela corte até 1895, sendo muito estimado e considerado. O rei Eduardo VII tratava-o com toda a intimidade; foi agraciado com a grã-cruz, da mais prestigiosa ordem de Inglaterra, e o monarca inglês punha à sua disposição o iate real para o trazer a Lisboa, como se fosse do rei da Portugal, e hospedava-o no seu próprio palácio. 

Em 1893 foi ministro dos Negócios Estrangeiros na presidência de Hintze Ribeiro. Nesse ano deu-se a questão da ilha da Trindade, questão melindrosíssima, a cuja solução muito honrosa o seu nome ficou ligado. Como se sabe, as negociações relativas a essa questão foram entabuladas entre os gabinetes de Londres, Rio de Janeiro e Lisboa, e superiormente dirigidas por lorde Salisbury, ministro dos estrangeiros de Inglaterra, Dr. Carlos de Carvalho, ministro do Brasil, e Luís de Soveral de Portugal. Nesta questão anglo-brasileira, a forma como se houve o ministro português, foi um dos mais notáveis acontecimentos que abrilhantou a sua já brilhante carreira diplomática. 

Em 1898 foi nomeado par do Reino, tomando posse no respectiva câmara no dia 17 de março; em 1900 recebeu a mercê do título de marquês de Soveral. No ano de 1903, quando o rei de Inglaterra visitou Lisboa, o marquês de Soveral fez parte da comitiva real. Em 1907 foi representar Portugal, na Conferência de Paz, que se realizou em Haia. O distinto diplomata, depois da implantação da Republica em 1910, tem-se conservado em Londres, afastado completamente da política.

 

 

 

 

 

Marquês de Soveral
Nova Cidadania

Luis Maria Augusto Pinto de Soveral, marquês de Soveral
Genealogy (Geni.com)

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume VI, págs. 1109-1110
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Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2016 Manuel Amaral