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© BNP
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José
da Silva Tavares |
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Tavares
(José da Silva).
n. 14 de fevereiro de
1788.
f. 14 de setembro de 1858.
Religioso
da Ordem reformada de
Santo Agostinho; vulgarmente chamados frades grilos, escritor
muito apreciado, etc. Nasceu na freguesia de S. Miguel, de Urgival,
concelho de Barcelos, a 14 de fevereiro de 1788, faleceu em
Inglaterra a 14 de setembro de 1858. Era filho de João da Silva
Tavares.
Professou
no convento do Grilo, de Lisboa, a 25 de junho
de 1805, tomando então o nome de frei José da Sacra Família, como
então se tornou mais conhecido. Passou à Universidade de Coimbra a
frequentar o curso de teologia, em que se doutorou a 20 de julho de
1814, e seguindo depois os estudos de filosofia, formou-se nesta
faculdade, no ano de 1821. Em 1824 foi nomeado professor de aritmética
e de filosofia no colégio das Artes em Coimbra, donde foi
transferido para o Real Estabelecimento do bairro de Belém, em julho
de 1832, vindo a reger a cadeira de filosofia nacional e moral. As
suas ideias políticas eram altamente absolutistas, de que já dera
provas públicas quando em 1823 pregou na capela da universidade um
sermão em acção de graças pelo êxito da Vilafrancada, no ultimo
dia dum tríduo dirigido à Senhora da Conceição, sermão que se
imprimiu em 1821. A queda do poder absoluto, em 1833, magoou o
profundamente, e dando-se em seguida a extinção das ordens
religiosas, resolveu sair de Portugal, e emigrou para França,
saindo de Lisboa em direcção ao Havre no dia 9 de setembro de
1834. Para sossego de consciência solicitou de Roma um breve de
secularização, que lhe foi concedido a 7 de maio de 1835. Tratou
então de se dedicar ao ensino particular, a em 1836 entrou para o
estabelecimento de educação do príncipe José de Chimay em
Menards, para reger a cadeira de língua e de literatura portuguesa,
que efectivamente leccionou até 1838, ano em que se resolveu a
estabelecer por sua conta um colégio em Fontenay-aux-Roses, o qual
se inaugurou a 17 de novembro de 1838. Este colégio português
chegou a adquirir uma verdadeira celebridade, e não só ali foram
educados muitos portugueses que fizeram depois uma figura distinta
na sociedade, mas também muitos franceses ali receberam primorosa
educação. Por motivos que nunca foram bem averiguados, Fr. José
da Sacra Família abandonou a direcção do colégio e abandonou a
França, indo fixar a sua residência em Inglaterra. Não tardou
também a ser ali muito considerado na sociedade católica e obteve
a paróquia de Santa Helena de Bront-Word que fica a algumas léguas
de Londres. Ali faleceu com setenta anos de idade, vitima dum cancro
no estômago, causando a sua morte o maior sentimento. Foi sepultado
naquela igreja, assistindo à cerimónia o cardeal Wiseman e outras
personagens importantes da sociedade católica de Londres. O funeral
foi feito à custa de Francisco José da Silva Torres e de sua
mulher D. Antónia Adelaide Ferreira, que nessa ocasião estavam em
Londres.
Além
do sermão já citado, publicou: Lições elementares de Geografia
e Cronologia, com seu atlas apropriado, acomodadas ao estado de
conhecimentos e mais circunstancias dos alunos da aula de Aritmética
e Geografia do Real Colégio das Artes da Universidade,
Coimbra, 1830, com 3 estampas; saiu sem o seu nome. Em Paris
publicou, também sem o seu nome, uma nova edição dos Elementos
de Aritmética,
de Bezout, feita sobre a de Coimbra, mas anotada e adicionada com um
valioso apêndice; e igualmente uma tradução portuguesa de Cornélio
Nepote, e uma colecção de temas para uso das aulas, etc. Em 1851
publicou em Paris uns Elementos de geografia
e de cosmografia. Frei José
da Sacra Família colaborou na organização do Mapa geral histórico,
cronológico, literário, etc., de Portugal.
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Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume VII, pág. 37.
Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2016 Manuel Amaral
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