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Vahia (frei Jerónimo).
n. c.
1623
f. 1688.
Monge da ordem de S. Bento, pregador
de D. Afonso VI, e afamado orador e poeta latino do seu tempo.
Nasceu em Coimbra, e faleceu em 1688, tendo provavelmente entre 60 e
70 anos de idade.
Era filho de Francisco Rodrigues
Pereira e de Maria Vahia Teixeira, tinha perto de 20 anos quando
professou no convento de Tibães a 4 de maio de 1643. O seu notável
talento como orador e escritor fez com que fosse nomeado pregador do
rei D. Afonso Vl e cronista da ordem de S. Bento. Com a queda de D.
Afonso VI, perdeu frei Jerónimo Vahia todo o seu valimento, e
parece que nunca foi bem visto na corte do novo soberano, apesar de
lhe escrever muitos versos laudatórios. D. Pedro II não devia,
porém, ignorar que ele compusera um poema em honra de D. Afonso VI,
intitulado a Alfonseada, que não chegou a publicar-se. Frei
Jerónimo Vahia afastou-se da corte, e foi viver no convento de S
Romão de Neiva, próximo de Viana do Castelo, onde faleceu.
As suas numerosas poesias nunca se
publicaram em separado. Grande parte delas saíram na Fénix
Renascida, tomo I, de pág. 215 a 376; tomo II de pág. 290 a
383; tomo III, de pág. 1 a 19; e tomo IV, de pág. 34 a 150 Algumas
foram reproduzidas no Pavilhão de Apolo. Escreveu mais: Sermão
de Santa Comba, virgem e mártir, Coimbra, 1661; O pecador
arrependido se enternece na última hora à vista de Cristo
crucificado, Lisboa, 1736. É um romance que saiu póstumo, e
que se diz ter sido por ele composto durante a sua última
enfermidade; Elysabetha Triumphans Poema heroicum, duobus libris
absolutum, Lisboa, 1732. O assunto deste poema é Santa Isabel,
rainha de Portugal. Foi traduzido em português por José António
de Campos Henriques, e impresso em Paris em 1831. Deixou manuscrito
em prosa uns Anais lusitanos, e uma coleção de Orações
sagradas. Obras poéticas, deixou manuscrita, além da Alfonseada,
poema épico em 12 cantos, A Fonte dos Amores, fabula
dedicada por ele a João Soares de Brito.
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