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Vale (Vitorino José de Almeida
Soares Serrão, barão do).
n. 20
de julho de 1788.
f. 26 de dezembro de 1836.
Brigadeiro do exército, cavaleiro
das ordens de Avis, e de S. Fernando de Espanha, condecorado com a
medalha da Guerra Peninsular, e com a da batalha de Vitoria, etc.
Nasceu em Setúbal a 20 de julho de 1788, faleceu em Lisboa a 26 de
dezembro de 1836. Era filho do major António Marcelino Soares
Serrão e de D. Eufrásia Balbina Rosa Benedita de Almeida.
Destinando-se à vida militar,
assentou praça de voluntário no Regimento de Infantaria de
Setúbal, depois n.º 7, no 1.º de agosto de 1800, principiando a
fazer serviço em 1804, sendo então reconhecido cadete. Obteve
licença para frequentar os estudos, e matriculou-se no Colégio dos
Nobres, mas em 1808, não querendo obedecer ao general Junot, pediu
a sua demissão, porém apenas o povo português se levantou contra
o domínio dos franceses, tomou as armas em defesa da pátria, e em
janeiro de 1809 foi feito alferes do seu antigo regimento, e em
março seguinte promovido a tenente por distinção por ter sufocado
uma insurreição militar em Tomar, e daí a pouco, mais de seis
meses elevado a capitão, posto em que tomou parte em toda a Guerra
Peninsular.
Em dezembro de 1820 foi promovido a
major, e em maio de 1821 a tenente-coronel do 1.º batalhão de
infantaria da Legião Constitucional, com o qual embarcou para a
América, e desprezando os oferecimentos que o governo brasileiro
lhe fez para ficar ao serviço do novo império, depois da
proclamação da independência do Brasil, a 11 de janeiro de 1822,
voltou a Portugal. A legião foi então dissolvida em Setúbal pelo
general Póvoas e o tenente-coronel Serrão, depois de estar algum
tempo preso, foi desligado do exército. Em 1826 tornou para o
serviço, e em 1828 aderindo à revolta de 16 de maio, que foi
desastrosa para os revoltosos, Vitorino Serrão teve de emigrar para
Inglaterra com sua mulher e filho, e de lá para França, sofrendo o
desgosto da perda de sua esposa, D. Maria Vitoria Caldas, que
faleceu em Brest a 28 de junho do ano de 1829. De França passou
Vitorino Serra para a ilha Terceira, e aí tomou parte na campanha
da Liberdade, sendo promovido a coronel graduado, ficando então nos
Açores como governador das tropas liberais, quando veio para
Portugal o exército libertador. Chamado a Lisboa em 1833 com o
batalhão de fuzileiros terceirenses foi no ano seguinte promovido a
coronel efetivo, e nesse mesmo ano de 1834 a brigadeiro.
Por decreto de 9 de outubro de 1835
foi agraciado com o título de barão do Vale. Em 1835 teve o
encargo do comando em chefe da divisão auxiliar á Espanha, mas
pouco tempo exerceu essa importante comissão, porque a sua saúde
estava muito arruinada. Pediu em 1836 a sua exoneração, que lhe
foi concedida, e pouco depois faleceu. O barão do Vale havia
passado a segundas núpcias com sua cunhada D. Rita Isabel Caldas,
sendo ambas as senhoras filhas de Fernando António Mendes Caldas,
cavaleiro da Ordem de Santiago, criado particular da rainha D. Maria
I, e de sua mulher, D. Ana Domingas Caldas.
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