|
|
|
Vasconcelos (D. Agostinho Manuel de).
n. 1581.
f. 20 de agosto de 1641.
Cavaleiro da Ordem de Cristo e
historiador. Foi um dos fidalgos portugueses que se tornou
tristemente célebre, por ter sido um dos que conspiraram contra a
independência de Portugal, logo depois de proclamada em dezembro de
1640. Nasceu em Évora no ano de 1581, sendo filho de Rui Mendes de
Vasconcelos e D. Ana de Noronha, descendentes de nobilíssimas
famílias.
Formou-se em direito civil na
Universidade de Salamanca, mas não se dedicou mais ao estudo e à
jurisprudência, e consagrou-se pelo contrário ao culto da
história e da poesia. Foi sempre um grande partidário do domínio
espanhol, o que o levou à desastrosa conspiração, de que resultou
o seu trágico fim, e essa adesão manifestou-a até nos seus
escritos, que sempre compôs em linguagem castelhana.
As suas obras são as seguintes: Vida
de D. Duarte de Meneses, terceiro conde de Viana e sucessos
notáveis de Portugal no seu tempo, Lisboa, 1627; Sucessão
do sr. rei D. Filipe na coroa de Portugal, Madrid, 1629; Vida
e acções de el-rei D. João II, decimo terceiro rei de Portugal,
Madrid, 1629; esta obra foi depois traduzida em francês, e
publicada em Paris no ano de 1641. Escreveu também um Discurso
sobre a Casa de Bragança na ocasião da vinda da princesa D.
Margarida de Portugal, em que faz altos elogios ao duque D.
Teodósio, e à casa de Bragança Por ele se vê que D. Agostinho
Manuel era afeiçoado à casa ducal, depois dinastia reinante,
contra a qual, contudo, conspirou. Esta obra, que não chegou a
imprimir-se, parece ser a mesma que a indicada por outros
bibliógrafos com este titulo: Memorial da genealogia e
privilégios da Casa de Bragança. Mas não foi com esse
discurso que D. Agostinho Manuel se mostrou afeiçoado à casa de
Bragança, por que ainda depois da revolução do 1.º de dezembro,
escreveu, também em castelhano um manifesto em defesa dos direitos
de D. João IV, intitulado: Manifesto na aclamação d'el rei D
João IV, que se imprimiu e n Lisboa, em 1641.
Poucos meses depois, contudo, D.
Agostinho Manuel, ou porque entendesse que D. João IV não
recompensara a sua dedicação, ou porque supusesse que efetivamente
o reino não podia resistir às forças de toda a Espanha, ou porque
sentisse em fim reviver os seus antigos entusiasmos pela causa
espanhola, aderiu facilmente à conjuração tramada pelo marquês
de Vila Real e pelo arcebispo de Braga, e auxiliou-a eficazmente
arrastando para a conspiração principalmente alguns cristãos
novos em quem tinha influencia. Descoberta a conspiração, D.
Agostinho Manuel foi logo preso no Limoeiro, condenado à morte,
sendo executado a 20 de agosto de 1641 na praça do Rossio, contando
apenas cinquenta e sete anos de idade.
|
|
|
|
|