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Vasconcelos (Augusto César de).
n. 1821.
f. 15 de setembro de 1862.
Oficial do corpo de estado-maior.
Nasceu no Porto em 1821, sendo filho de Frederico Pinto Pereira de
Vasconcelos.
Estudou na Universidade de Coimbra,
formando-se em matemática, e tendo assentado praça em 1838, foi em
novembro de 1844 despachado alferes para o Regimento de Infantaria
n.º 8. Estava frequentando a Escola do Exercito, quando em 1840, na
ocasião em que se receou um rompimento entre o nosso governo e o do
país vizinho por causa da navegação do rio Douro, se adotaram
várias providencias militares, e sendo então mandado servir no
estado-maior do exercito de observação que nessa época se formou,
regressou depois á Escola do Exercito c concluiu em 1842 o curso de
estado-maior, tendo alcançado o 1.° prémio em todas as cadeiras,
menos uma em que obteve um prêmio honorifico.
Promovido em 1843 para o
estado-maior, foi em junho de 1846 nomeado lente substituto da
Escola do Exercito, e pedindo a exoneração em março de 1849,
voltou a servir no mesmo estabelecimento comissionado em novembro do
mesmo ano. No exercício deste lugar que desempenhou até março de
1854, deu manifestas provas dos seus conhecimentos especiais como
oficial do estado-maior, merecendo subidos elogios pelo modo como
dirigiu os trabalhos de reconhecimentos militares executados pelos
alunos da escola nas férias de 1853 e 1854. Esses trabalhos que
tiveram por objeto as linhas e posições de Torres Vedras, acham se
devidamente arquivados na biblioteca da Escola do Exercito. Nomeado
em 1856 chefe de secção do comando em chefe, serviu nessa
repartição até ela ser extinta cm 1859, e passando então a
subchefe da 3.ª repartição da Secretaria da Guerra, aí se
conservou até 1852, sendo no intervalo incumbido de algumas
comissões importantes.
Em maio de 1862 foi nomeado chefe do
estado-maior da 4.ª divisão militar, cujo quartel-general era em
Braga, e rebentando nessa cidade o movimento de 15 de setembro desse
ano, o major Vasconcelos caiu vítima da sua dedicação assassinado
barbaramente por um bando de soldados indisciplinados, que não
obedeciam a nenhuma ideia generosa. Dentro em poucos a revolta
acabou, mas infelizmente nos poucos instantes que teve de
existência, tirou a vida a um dos mais distintos oficiais do nosso
corpo do estado-maior, e a um dos mais prestantes membros do nosso
exército. Por iniciativa do general barão de Wiederhold, saiu
póstumo um escrito do major Vasconcelos, com o titulo de: Memória
sobre o corpo do estado-maior do exercito português oferecida em
1857 a S. M. el-rei o senhor D. Pedro V.
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