Vasconcelos (Francisco Augusto Florindo de Moita e).

n.      2 de janeiro de 1836.
f.       

Funcionário público, deputado, escritor, etc. Nasceu em 2 de janeiro de 1836. 

Encetou a sua carreira pública alcançando, por concurso, em novembro de 1854, o lugar de amanuense de 2.ª classe no Ministério das Obras Publicas, e pela sua dedicação ao trabalho e muito merecimento, foi em 1858 despachado amanuense de 1.ª classe. Depois foi nomeado para fazer parte do pessoal da comissão portuguesa na exposição internacional de Londres, em 1862, e na de Paris em 1867, onde redigiu um bem elaborado catálogo da secção portuguesa, e teve a honra de ser adjunto do grande júri internacional. Na exposição do Porto, em 1865, desempenhou as funções de jurado e membro da comissão de exame, juntamente com o distinto estadista João de Andrade Corvo e com o professor José Horta. 

Depois destes notáveis serviços subiu a 1.º oficial em 1873, sendo no ano seguinte, 1874, nomeado chefe da repartição de estatística, onde deixou bastantes vestígios da sua passagem, tendo em 1878 transferência para a repartição do comércio e industria. A sua atividade logo ali se evidenciou, publicando o Anuário Estatístico, que veio preencher uma notável lacuna, e que entre muitos testemunhos de apreço, lhe trouxe o de uma honrosa carta do célebre economista Maurício Block; pouco depois dava ainda uma nova prova de amor ao trabalho útil e profícuo, organizando o Censo geral da população do país, cuja revisão não fora mais atendida desde 1864. Também prestou valiosa cooperação na refundição do regulamento geral dos correios, telégrafos e faróis, que lhe trouxeram as mais subidas afirmações de consideração da parte de um ministro seu adversário político, e depois o monumental trabalho do inquérito industrial, de cuja comissão foi membro e secretário zeloso, sendo por ele redigidos e coordenados todos os documentos preparatórios, e tendo sabido arcar com o trabalho hercúleo de fazer imprimir, corrigir e coordenar todos os resultados dessa importante operação do inquérito, tendo ainda além disso desempenhado notório papel na comissão da exposição retrospetiva da arte ornamental, verificada em 1882. 

Entrando na política militante, filiado no partido regenerador, foi eleito deputado em 1874, pelo círculo de Figueiró dos Vinhos, e nas legislaturas de 1875 e de 1878 foi na câmara o 2.º secretário, e depois 1.°, lugar que exerceu sob a presidência do duque de Ávila; e ao lado do visconde de Soares Franco, 1.º secretário da Câmara dos Pares, na sessão solene das cortes celebradas para o juramento do príncipe real D. Carlos, mais tarde rei D. Carlos I. Na legislatura imediata foi eleito deputado pelo círculo de Abrantes. Mouta e Vasconcelos publicou em alguns jornais diversos artigos em que afirmava os seus profundos conhecimentos em ciências económicas. 

Foi nomeado para fundar o primeiro banco de crédito agrícola e industrial, em virtude da lei de 1867. Era agraciado com o hábito de Cristo, a grã-cruz de Isabel a Católica e a comenda de Carlos III, ambas de Espanha, e com a do Leão Neerlandês, dos Países Baixos.