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Xaro
(Manuel da Gama).
n. 22
de dezembro de 1800.
f. 10 de março de 1870.
Nasceu
em Beja a 22 de dezembro de 1800, e morreu a 10 de março de 1870.
Era filho do bacharel José António Xaro e de D. Bernarda Perpétua
Rosa da Gama Xaro.
Concluídos
os primeiros estudos entrou aos dezasseis anos de idade na Ordem dos
Carmelitas calçados, seguindo depois o curso de filosofia no colégio
da mesma ordem em Coimbra. Secularizando-se em 1825, recebeu o hábito
de freire professo na Ordem militar de Santiago da Espada e em 1827
foi provido mediante concurso num dos benefícios da igreja
paroquial de S. Sebastião de Setúbal, da qual era pároco em 1860,
exercendo conjuntamente as funções de vigário geral do
arcediagado da mesma cidade. Foi também desembargador da Relação
Eclesiástica do Patriarcado. Em 1864 era cónego da basílica
patriarcal de Lisboa. Em 1840 foi eleito deputado pelo círculo de
Beja, mas tendo aceitado o cargo com alguma repugnância, funcionou
pouco tempo como tal, retirando-se para sua casa, com o propósito
de não mais voltar.
Foi
condecorado com o hábito da Ordem de Nossa Senhora da Conceição
de Vila Viçosa, mercê que não aceitou. Era membro do Conservatório
do Lisboa, associado provincial da Academia Real das Ciências, sócio
correspondente da Sociedade Agrícola de Beja, e da Academia Arqueológica
de Madrid, etc. Respeitado por sua literatura e erudição, e
versado principalmente na arqueologia e numismática, o seu pendor
para tais estudos o levou a conceber a ideia da fundação em Setúbal
duma associação de antiquários sob o titulo de Sociedade Arqueológica
Lusitana. Chegaram a publicar-se, em 1851, três números dos Anais
desta sociedade, de que Manuel Xaro foi o principal redactor, assim
como escreveu o relatório que procede os respectivos estatutos.
Escreveu também: Reparos críticos sobre alguns passos da Crónica
d'el rei D. Pedro I de Portugal, por Fernão Lopes; saíram no Jornal
da Sociedade dos Amigos das Letras, n.º 4, Julho ,de 1836, pág.
113 e seguintes. Foi também, em 1831, um dos colaboradores do
jornal político e literário O Universal, e escreveu vários
artigos no Arquivo Pitoresco, vol. III (1860 a 1861)
rubricados com as suas iniciais ou apelido, e em alguns outros
jornais.
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