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Cândido Xavier Cordeiro
Cândido Xavier Cordeiro

Xavier Cordeiro (Cândido Celestino).

 

n.      [ 16 de abril de 1842 ].
f.       20 de janeiro de [ 1905 ].

 

Inspector das obras públicas e engenheiro consultor da Companhia dos Caminhos-de-ferro. 

Nasceu em Torres Novas em 1844, faleceu em Lisboa a 20 de janeiro de 1904. 

Era filho de Cândido Joaquim Xavier Cordeiro, director do dispensário farmacêutico da Universidade de Coimbra. Toda a sua vida dedicado às ciências, principalmente às matemáticas, formou-se na universidade nesta faculdade e na de filosofia, no que se distinguiu de tal forma que apesar do ilustre estudante contar apenas vinte e dois anos de idade, foi convidado a concorrer a uma cadeira de lente. Dedicando-se à engenharia, foi completar o seu curso na escola de pontes e calçdas de Paris, onde também foi estudante laureado. Apesar, porém, de tão subidas recompensas alcançadas no estrangeiro, Xavier Cordeiro era duma extrema modéstia, comprazendo-se unicamente em ser um trabalhador incansável. 

Datava de 1864 a sua carreira pública, e desde então não deixou a sua opinião de ser seguida e respeitada por colegas e estranhos. Seu nome figura em primeiro lugar na história dos caminhos-de-ferro de Portugal, pela grande parte que tomou na sua construção. Sucessivamente colaborou nos caminhos-de-ferro do Minho e Douro, no de Mormugão na Índia, na rede a cargo da Companhia dos Caminhos-de-ferro, na ponte de dois tabuleiros sobre o Lima, no viaduto de Durrães, no túnel de Tamel, na ponte Maria Pia, na ponte de D. Luís, na ponte de Lares sobro o Mondego, no túnel e estação do Rocio, finalmente em todas as obras de maior importância e beleza, neste género, ele interveio ou como autor, ou como executor, ou fazendo experiências. O seu conselho era sempre ouvido na solução dos mais difíceis problemas da engenharia em que era profundo. Nos últimos anos entregou-se aos seus estudos do projecto do caminho-de-ferro de Vale do Vouga, projecto que defendeu com ardor, mas que não chegou a ver realizado. 

Tanto na Exposição Universal de Paris de 1900, como nos congressos internacionais, foram justamente considerados os seus trabalhos, sendo altamente apreciada a sua colaboração durante trinta anos no jornal da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, obtendo uma medalha de ouro e diploma de honra. A Academia Real de Ciências de Lisboa contava-o no seu grémio, e pela comissão que desempenhou no caminho de forro, que ele estudou e dirigiu a sua construção em 1883 foi agraciado com a comenda da Ordem de Cristo. Cândido Xavier Cordeiro era também membro do Conselho Superior de Obras Publicas e Minas, inspector dos edifícios públicos, vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, e membro de muitas comissões de serviço da sua especialidade, em que era sempre Indispensável o seu concurso. Deixou muitos trabalhos sobre assuntos de engenharia, não só nacionais como estrangeiros.

 

 

 

Necrologia de Cândido Xavier Cordeiro
Occidente nº 940 de 10 de fevereiro de 1905

Dr. Cândido Joaquim Xavier Cordeiro
Familias de Leiria

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume VII, pág. 708.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral