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Xavier
de
Matos
(João).
n. [
1730 ].
f. 3 de novembro de 1789.
Poeta,
de cuja biografia pouco se sabe. Supõe-se que nasceu em Lisboa,
sendo filho de um criado da casa dos duques de Cadaval. Há também
quem diga que se formou em Coimbra na faculdade de leis ou de
cânones; mas o que se pode dar por bem averiguado é a data da sua
morte, ocorrida a 3 de novembro de 1789 em Vila de Frades, no
Alentejo.
Existe
a prova autentica num soneto, que então se imprimiu em papel
avulso, o qual tem o titulo seguinte, que serve de confirmação ao
que fica dito: Epitáfio que se gravou na sepultura do memorável
João Xavier de Matos, na matriz da vila de Frades, aonde o seu bom
amigo o bacharel Joaquim António Alho Matoso lhe fez à sua custa
as ultimas honras de corpo presente com a maior decência, no dia 4
de novembro de 1789. Também passa por certo ter sido ouvidor da
vila da Vidigueira, lugar que abandonou depois de ser preso,
ignorando-se porque motivo. A Vidigueira era nessa época da
jurisdição do marquês de Nisa, em cuja casa teve sempre grande
entrada. Passou o resto da vida entregue à poesia, versejando nos
outeiros dos conventos, compondo éclogas e canções, que depois de
impressas, vendia para se sustentar, frequentando também por favor
algumas casas dos grandes, e outras dos que o não eram, onde a
troco de algum dinheiro fazia discursos em decimas, oitavas e
sonetos. José Maria da Costa e Silva, no Ensaio Biográfico
Critico, tomo VI, de págs. 263 a 284, dedicou um extenso
capitulo à exposição e analise das poesias de Xavier de Matos,
mas da sua biografia diz muito pouco e incerto. Matos começou a
fazer-se conhecido como poeta pela publicação de algumas obras
avulsas, tais como as éclogas de Albano e Damiana, de Agrário,
Anfriso e Brás, etc., as quais foram bem aceites de muitos,
conquanto censuradas por alguns; resolveu-se enfim a publicá-las de
novo com outras composições que lhes juntou, das quais formou um
volume com o titulo de Rimas. Não se sabe a data da primeira
edição; mas seguiu-se mais tarde um segundo volume, e ambos se
reimprimiram até terceira vez, Lisboa, 1782. O volume terceiro só
veio a publicar-se em 1785, parece que pela primeira vez. O facto é
que todas estas edições se esgotaram em poucos anos, de sorte que
em 1800 saíram reimpressos os três volumes, sempre com o mesmo
titulo que nas edições anteriores, isto é, Rimas de João
Xavier de Matos, entre os pastores da Arcádia portuense Albano
Eritreu. Dedicadas à memória do grande Luís de Camões, etc.
Dadas à luz por Caetano de Lima e Melo. Quarta impressão,
Lisboa, 1800; três tomos. Mais tarde, em 1827, apareceu uma nova
edição também em três tomos. Compõem-se estes volumes de
sonetos, odes, epistolas, canções, éclogas, idílios, quadras e
motes glosados, etc., entrando nelas as peças avulsas e dispersas,
que já andavam impressas antes da publicação de cada um. No tomo
segundo há também duas tragédias, a primeira é a Penélope,
traduzida do francês do abade Genest; a segunda Viriacia, de
assunto português e original de Matos. É porém de notar, que nas
edições de 1800 e 1827, não houve o cuidado de adicionar ao já
impresso nas anteriores varias composições miúdas, que o poeta
publicara no intervalo de 1785, ano em que saiu o tomo terceiro,
até ao de 1789, em que faleceu. Assim não se vêem incluídas nos
três tomos as Rimas seguintes: Elegia na morte do ill.mo
e ex.mo sr. marquês de Nisa, Lisboa, 1784; Ao ex.mo
e rev.mo sr. D. frei Manuel do Cenáculo, bispo de Beja.
Canção, Lisboa, 1784; outra edição em 1794; Elegia à
morte do sr. D. José, príncipe do Brasil, Lisboa, 1788; Écloga
de Dorindo e Floro, Lisboa, 1739; Hino a Nossa Senhora, no
inefável mistério da sua imaculada conceição. Obra póstuma, e
pela primeira vez Impressa, 1793.
Obras
digitalizadas de Matos, João Xavier de Biblioteca Digital
Nacional
Xavier
de Matos Literatura Digital
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