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D. José António Lobo da Silveira
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O Barão Conde é uma personalidade completa desconhecida da historiografia portuguesa, não havendo praticamente nada escrito sobre a sua actividade política e militar, sabendo-se tão somente que foi um dos aristocratas da geração do rei D. José que nunca foram incomodados pelo poder sempre crescente do marquês de Pombal. Nomeado logo no princípio do reinado de D. José gentil-homem da câmara, era capitão de uma das companhias do regimento de cavalaria do Cais, de que era coronel o marquês de Marialva, mantendo-se nesse posto até 1757, ano em que foi substituído pelo filho, D. Fernando Lobo da Silveira. Nomeado estranhamente membro do Conselho de Guerra em 1758, será promovido automaticamente ao posto de mestre de campo general - posto que a partir de 1762 passará ater a denominação de tenente general -, por via das leis existentes. Em Janeiro de 1761 foi nomeado governador das armas da corte. Em 1762, quando se começou a preparar o exército para a guerra que seria declarada pela França e a Espanha por força do Pacto de Família entre as casas reinantes Bourbons, será nomeado marechal do exército. Reúne o exército em Abrantes, numa zona que, não tendo sido utilizada nas guerras anteriores como centro de operações, deve ter sido considerada zona de concentração natural no reinado de D. João V, possivelmente em 1735 quando da crise diplomática com a Espanha, já que foi nessa zona central do País que se começam a concentrar diversas manufacturas de ferro na zona de Tomar - Figueiró dos Vinhos - Foz do Alge e se tentou criar uma fábrica de artilharia, o que como Borges Macedo nota, não deve ter sido por mero acaso. Com a chegada das forças auxiliares britânicas entregou o comando do exército de campanha ao conde de Lippe, mas parece ter ficado encarregue de organizar a retaguarda - recrutamento, fardamento, transportes, mantimentos - coisas de que o exército, que em 1754 tinha sido reduzido a metade dos efectivos regulamentares, precisava urgentemente. O trabalho de D. José foi enorme, e totalmente desconhecido, mas parece que coroado de um relativo sucesso, já que o recrutamento se realizou, as fardas chegaram às tropas, mesmo que à custa da uniformização, e o exército conseguiu, pior ou melhor, manter-se em campanha, com armas, munições, mantimentos e transportes. Desde, pelo menos, 1768 que era tratado por Marechal general. D. José António foi feito marquês de Alvito em Maio de 1766.
Nota: denominado assim pelo menos desde 1768, v. Madureira dos Santos, Catálogo dos Decretos do Conselho de Guerra ..., vol. III, p.513
Bibliografia: Bartolomeu de Sousa Mexia, Elogio do ... 1.º marquês de Alvito, Lisboa, Na Oficina de Miguel Rodrigues, 1773;Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Ministério do Reino, Negócios Militares [ 1762 ]; Jorge Borges de Macedo, Problemas de História da Indústria Portuguesa no Século XVIII, 2.ª ed., Lisboa, Querco («Conhecer Portugal, 1»), 1952, pág. 64; Madureira dos Santos, Catálogo dos Decretos do Extinto Conselho de Guerra, vols. II a IV; Cláudio de Chaby, Sinopse dos Decretos do Extinto Conselho de Guerra..., vols. IV e V; Arquivo Histórico Militar, Processos Individuais, Caixa 526: Barão Conde de Oriola.
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