|
Jorge de Avilez
|
|
Entrou para o Colégio dos Nobres em 1797 com os seus dois irmãos mais velhos, por motivo da lei sobre os Morgados
desse ano, e aí estudou Artes até
1801, data em que regressou a Portalegre. Pouco tempo esteve em casa por ter
regressado a Lisboa com a família nesse mesmo ano, devido à guerra que
assolava a região. Tendo ingressado no Exército como Cadete foi nomeado Coronel do
Regimento de Milícias do Crato em 24 de
Junho de 1804. Em 1807 era também escolhido para Superintendente das Coudelarias de
Portalegre, função que tinha sido do seu pai. O Regimento do Crato tendo sido licenciado, por motivo da reforma das Milícias de Outubro de 1807, em 1808 estará livre para organizar e comandar o Regimento de Voluntários de Portalegre, criado pela Junta Governativa de Portalegre, para ajudar na luta contra os franceses. Com a transferência do Regimento para o Exército, enquanto Batalhão de Caçadores n.º 1 foi nomeado, em princípios de 1809, seu comandante com o posto de Tenente-Coronel. Comandou o Batalhão em todas as batalhas e acções de campanha em que este participou, como parte da Divisão Ligeira, até Fevereiro de 1812, da batalha do Côa à de Fuentes d'Oñoro. Nesse ano foi promovido a coronel, e nomeado comandante do Regimento de Infantaria n.º 2, de Lagos, parte da célebre Brigada do Algarve que integrava a única Divisão Portuguesa organizada para servir conjuntamente com o Exército Britânico, tendo participado na conquista de Badajoz e na expulsão dos exércitos franceses de Espanha. Na batalha de Toulouse, última da guerra, comandou interinamente a brigada de que fazia parte. A mulher passou a acompanhá-lo a partir de Badajoz. Em 1816 foi promovido a Brigadeiro, e em 1817, devido à organização da Divisão de Voluntários do Príncipe, que foi para o Brasil ajudar na conquista de Montevideu, foi-lhe dado o posto de Marechal de campo. Em 1818, tornou-se Governador de Montevideu. Fez toda a campanha na «Banda Oriental do Uruguai», distinguindo-se na batalha de Paço de Arenas, em Setembro de 1819. Em 1821, ainda no Brasil, foi graduado em Tenente general devido à sua nomeação para Governador das Armas da Corte e Província do Rio de Janeiro, controlando os tumultos que se tinham dado por motivo da partida do rei e da corte para Lisboa. Em 5 de Julho de 1821 enquanto comandante das tropas portuguesas no Rio dirigiu o ultimato ao príncipe D. Pedro, para que jurasse as bases da Constituição, demitisse o conde dos Arcos e nomeasse uma junta governativa. Mais tarde, em Outubro, exigiu novamente a D. Pedro que anunciasse publicamente a sua adesão às decisões das Cortes reunidas em Lisboa. D. Pedro acatou de novo e decidiu-se, num primeiro impulso a regressar, também ele, à Europa. Mas em Janeiro de 1822 declarou publicamente que tinha decidido ficar no Brasil. Jorge de Avilez demitiu-se do governo das armas e com receio de um ataque das tropas brasileiras recuou para a Praia Grande, que fortificou. A divisão portuguesa embarcou em Fevereiro, chegando a Lisboa em Maio Regressado a Portugal, foi eleito deputado nesse mesmo ano. Em 1823, foi nomeado pelas Cortes comandante-em-chefe do Exército, para fazer frente às movimentações do Infante D. Miguel. Mas não conseguiu impedir o golpe de estado conhecido pela Vilafrancada, que acabou com o primeiro período liberal restabelecendo o regime absolutista. Foi preso no castelo de S. Jorge, sendo depois transferido para a Torre de Belém. Julgado foi destituído do seu posto de tenente general graduado e condenado a um ano de prisão em Castelo de Vide. Em Junho de 1827, durante a regência da Infanta D. Isabel Maria, foi ilibado e reconduzido no seu posto. Com o regresso de D. Miguel, o general Avilez pediu licença para ir para Portalegre, mas foi novamente preso, em Junho de 1828, sendo mandado para São Julião da Barra. Em 1832 foi transferido para Almeida e depois para Bragança, de onde conseguiu fugir para Espanha. Entretanto, a sua mulher também foi presa, estando na Torre de Belém, no Limoeiro e no Aljube, mas o corpo diplomático acreditado em Lisboa exigiu a sua libertação e conseguiu-a. D. Pedro reconciliado com o general, no fim da guerra civil, nomeou-o governador militar da Corte e província da Estremadura, sendo promovido a tenente general efectivo. Com a reorganização do exército passou a comandar a 1.ª divisão militar, sendo mais tarde transferido para a 7.ª, por motivos políticos. Nomeado Par do reino em 1835, tendo-lhe sido dado o título de Visconde do Reguengo, aderiu ao Setembrismo em 1836, sendo nomeado senador, de acordo com a Constituição de 1838. Em Abril de 1838 foi-lhe concedido o título de conde de Avilez.
Fonte:
|