|
William Beresford
|
|
Filho ilegítimo do Conde de Tyrone, futuro Marquês de Waterford,
frequentou a academia militar de
Estrasburgo e em Agosto de 1785 foi aceite como cadete no
6º Regimento de Infantaria. Em 1793 era capitão,
servindo com a Frota britânica do Mediterrâneo, tendo-se
notabilizado na ocupação da Córsega. Em 1794 era
tenente-coronel, servindo na Índia a partir de 1799. Em
1801 participou na campanha do Egipto, comandando o seu
regimento que pertencia ao contigente enviado da Índia. Em 1806, participou, com o posto de Brigadeiro, na captura do Cabo da Boa Esperança, colónia holandesa, e mais tarde, em 27 de Julho, ocupou a cidade de Buenos Aires. O levantamento da população da colónia espanhola em Agosto obrigou-o à capitulação, tendo sido feito prisioneiro. Conseguiu fugir seis meses mais tarde, regressando a Inglaterra. Em finais de 1807, devido à invasão de Portugal pelo exército de Junot, ocupou a ilha da Madeira, sendo promovido a Major-General em Abril de 1808. Foi transferido para o exército que desembarcou em Portugal em Agosto desse ano, chegando a Lisboa, já liberta da ocupação francesa, em Setembro. Mais tarde, comandou uma Brigada do Exército britânico que, sob o comando de John Moore, foi enviado para Espanha, tendo participado na Batalha da Corunha. Escolhido pelo governo britânico, de acordo com o parecer do general Wellesley, para comandar o Exército português, é-lhe atribuído o posto de Marechal do Exército, igual aos usados pelos duque de Waldeck, em 1797, e pelo conde de Goltz, em 1801. A sua missão, ao contrário do que se afirma, não foi tanto a de reorganizar o exército - obra de D. Miguel Pereira Forjaz, entre Julho de 1808 e Abril de 1809 -, mas sim a de compatibilizar a organização e a táctica existentes no exército português com a britânica, permitindo uma actuação conjunta no campo de batalha. É mais tarde que os seus poderes serão alargados, por meio da Carta Régia de 18. , que lhe permitirá propor mudanças na estrutura do exército, assim como das Milícias e das Ordenanças, sem que estas tenham de passar pelo Conselho de Regência, e pelo crivo de D. Miguel Pereira Forjaz. General com poucas qualidades para o comando em campanha, as suas falhas neste aspecto são conhecidas, sobretudo o seu incompetente posicionamento das forças aliadas na preparação da Batalha de Albuera em 1811; batalha que ganhou devido à iniciativa individual dos seus subordinados. Mas já durante a campanha de 1809 contra Soult tinha mostrado dificuldade em tirar partido de uma situação favorável, ao não apoiar convenientemente o general Silveira, na luta que este travava contra o exército de Soult em retirada. Depois de Albuera, nunca mais terá um comando independente, só voltando a dirigir tropas em 1814, durante a invasão do sul de França, mas sempre sob o comando directo e preocupado de Wellington. Com o fim da guerra em 1814 mantêm-se no comando do Exército português. Devido ao regresso de Napoleão a França em 1815, tenta organizar uma força expedicionária para se reunir ao exército britânico nos Países Baixos, que se preparava para invadir a França, não conseguindo os seus intentos devido à oposição da Regência. Viaja para o Brasil onde consegue do Rei poderes mais alargados, sendo feito Marechal-General, o título usado anteriormente pelo Barão Conde, pelo Conde de Lippe, pelo Duque de Lafões e pelo Duque de Wellington. Devido à Revolução de 1820, é demitido das suas funções, não lhe sendo permitido desembarcar em Portugal, quando chegou a Lisboa em Outubro vindo do Brasil.
Regressou a Portugal em 1826, mas a sua pretensão de regressar ao comando do Exército não
foi aceite. Foi membro do primeiro governo de Wellington, de 1828 a 1830, com o título de
Master General of Ordnance, equivalente em Portugal ao posto militar de Director do Arsenal.
Em 1834 publicou A Refutation of Napier’s Justification of his third volume onde tentou
defender as suas acções de 1811, muito criticadas pelo tenente-coronel Napier na sua
obra History of the War in the Peninsula.
|