Filho único de Patrick Forbes, de Skelater no condado de
Aberdeen, na Escócia, entrou para o exército aos 15 anos de idade,
como voluntário, durante o cerco à cidade holandesa de Maestricht,
no final da Guerra de Sucessão da Áustria, tendo conseguido tornar-se oficial.
Devido à declaração de guerra da Espanha e da França a Portugal
nos princípios de 1762, foi um dos primeiros oficiais a apresentar-se
como voluntário, respondendo ao apelo do conde reinante de
Lippe-Buckenbourg, para o acompanharem na sua missão de comandante em
chefe do exército luso-britânico.
Forbes ficou em Portugal após o fim da «Guerra Fantástica», ou
«Guerra do Pacto de Família», mantendo-se ao serviço no exército.
Sendo católico e tendo casado com uma portuguesa, passou
automaticamente a ser português, passando por isso a ter acesso ás
honras de cavaleiro das ordens militares.
Durante o reinado de D. José, foi subindo os postos chegando a Brigadeiro em 1775, mantendo-se, como era natural naquela
época, no comando de um regimento. Em 1769 tinha conseguido ser
transferido para o comando Regimento de Cavalaria de Almeida, vindo do
comando de um regimento de infantaria, o que parece provar a sua
aceitação pelo governo do marquês de Pombal.
No começo do reinado de D. Maria I, a sua carreira estagna, sendo
transferido para Trás-os-Montes. Só 14 anos depois de ter acedido ao
posto de Brigadeiro é promovido ao posto seguinte de marechal de
campo.
De facto, só em 1789 a sua carreira retoma o seu curso normal, possivelmente
devido à chegada à secretaria de estado dos negócios estrangeiros e
da guerra, em 1788, de um oficial general formado na escola militar do
conde de Lippe e na escola de governo do marquês de Pombal - Luís
Pinto de Sousa. Assim, depois da promoção de 1789, é nomeado Ajudante General do
Exército em 1791.
Mais tarde, quando se prepara a força expedicionária de apoio ao
exército espanhol, é nomeado comandante do Exército Auxiliar à
Coroa de Espanha - de facto uma Divisão reforçada. Esse comando, que
implica mais conhecimentos de diplomacia do que militares, é um
sucesso pelo qual será devidamente recompensado. Mas
incompatibiliza-o com o que se pode chamar de «partido
aristocrático» no exército, dirigido pelo futuro marquês de Alorna, Gomes
Freire de Andrade e Pamplona Corte-Real, todos eles gente do duque de
Lafões, e que serão os comandantes do exército português
reorganizado por Junot em 1808
João Forbes, que passa a ser conhecido no exército como
Forbes-Skellater a partir dos anos 80, promovido em 1794 ao posto de Tenente general, é nomeado
Inspector-geral da Infantaria em 1796, após o regresso do Rossilhão
e Catalunha, mantendo por uns tempos o cargo de Ajudante General. Com
a declaração de guerra da Espanha e França em Fevereiro de 1801, é
nomeado para o comando do Exército de Entre Douro e Guadiana, que
defende todas as fronteiras que dão acesso directo a Lisboa. Se com o
apoio do duque de Lafões, ou devido à sua perícia, a verdade é que
consegue retirar o exército do Alentejo para a margem Norte do Tejo
sem perdas significativas, impedindo o progresso rápido dos
espanhóis, permitindo por isso a rápida conclusão da Paz.
Em 1803 será nomeado General de Cavalaria, que se tinha tornado em
1797 um posto militar e já não uma função administrativa, tendo
tido uma parte importante na proposta de reforma do exército,
apresentada em 1803, e começada a aplicar em 1806.
Em 1807, embarcou com o príncipe regente quando a coroa portuguesa
se transferiu para o Brasil, devido à invasão de Junot, tendo
morrido logo que chegou ao Brasil, no qual tinha sido nomeado
Governador das Armas do Rio de Janeiro.
Fonte:
The Dictionary of National Biography,
founded in 1882 by George Smith
Oxford, Oxford University Press, 1998
James Neil,
Ian Roy of Skellater, A Scotish Soldier of Fortune being the Life of General John Forbes, of the Portuguese Army,
Aberdeen, D. Wyllie and Son, 1902
Posto /
função |
Corpo |
Data do decreto |
General de Cavalaria |
|
23 de Novembro de 1803 |
Comandante |
Exército de Entre Douro e Guadiana |
Março de 1801 |
Inspector-geral |
Infantaria |
17 de Dezembro de 1796 |
Tenente general |
|
25 de Abril de 1794 |
Tenente general graduado |
|
1793 |
Comandante |
Exército Auxiliar à Coroa de Espanha |
18 de Setembro de 1793 |
Ajudante General do Exército |
|
23 de Setembro de 1791 |
Marechal de campo |
|
9 de Abril de 1789 |
Coronel |
Reg. de Cav. de Bragança [Chaves] |
9 de Fevereiro de 1778 |
Brigadeiro |
|
30 de Maio de 1775 |
Coronel |
Reg. de Cav. de Almeida |
22 de Maio de 1773 |
Coronel |
2.º Reg. de Inf. de Elvas |
23 de Dezembro de 1767 |
Tenente-coronel |
Reg. de Inf. de Peniche |
3 de Junho de 1766 |
Major |
Reg. de Inf. de Peniche |
31 de Julho de 1764 |
Capitão de Granadeiros |
Reg. de Inf. de Peniche |
1762 [?] |
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Modificada em 25 de Fevereiro de
2009 |
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