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Marquês de la Rosière
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Alistou-se no exército francês em ... após ter concluído os seis anos de estudos na célebre escola real de engenharia de Mézières. Tendo estado nas Caraíbas e depois na Île de France (actual ilha Maurícia), trabalhou durante algum tempo para a Companhia francesa das Índias. No início da Guerra dos Sete Anos foi colocado no estado-maior do exército do marechal de Broglie. Com o fim da guerra, parece ter integrado o gabinete secreto de Luís XV, dirigido pelo conde de Broglie, irmão do marechal. Visitou a Inglaterra em 1763, segundo parece para preparar um estudo para um futuro desembarque francês na ilha. Mais tarde, em 1765, é-lhe dada a missão de inspeccionar toda a costa atlântica de França, de Dunquerque, no Canal da Mancha, até São João de Luz, no Golfo da Biscaia, e avaliar as forças marítimas do país. O seu relatório é bastante pessimista, já que, como escreve, se a velocidade de construção de navios é bastante boa, já o moral dos engenheiros, dos artífices e dos marinheiros é bastante mau, devido ao atraso de vários meses no pagamento de salários, sendo que a falta de dinheiro faz com que os armazéns estejam vazios. Em 1768 é-lhe dada nova missão de inspecção. A de apreciar a capacidade defensiva das costas e dos portos franceses face a um ataque britânico, e sugerir as obras necessárias. Rosière defenderá que o porto de Brest estava insuficientemente protegido, podendo ser atacado pela retaguarda das defesas. As suas opiniões incompatibilizam-no com o engenheiro Dajot, director das obras do porto. Só em 1776, com a nomeação de um novo governador militar da Bretanha, o marquês de Langeron, é que as sugestões de La Rozière começarão a ser postas em prática. Em 1780 recebeu o título de marquês, e em 1781 foi promovido ao posto de marechal de campo. Depois de ter dirigido na Bretanha alguns dos trabalhos de fortificação que tinha sugerido, realizados pela brigada que comandava, formada pelos regimentos de infantaria de Condé e Penthièvre. Emigrou em 1791, o ano da «emigração militar», com o seu filho mais velho, tendo ido para Conblenz ao encontro dos príncipes, irmãos de Luís XVI. Foi encarregado dos arquivos militares, sob a direcção superior do marechal de Broglie, e fez a campanha de 1792 como quartel-mestre general. Chamado a Inglaterra em 1794, acompanhará no Verão de 1795 o conde de Artois, o futuro Carlos X, na viagem à ilhas de Yeu e Noirmoutiers, em apoio à expedição de Quiberon. Em 1797, devido à preparação para uma possível guerra com a Espanha, aliada da França, é escolhido para chefe do estado-maior e comandante da Engenharia, com o título de Quartel-mestre General, sendo acompanhado por vários oficiais de engenharia emigrados, entre os quais o seu filho. Em 1801, devido à comprovação das suas aptidões militares por meio dos seus vários estudos sobre a defesa de Portugal, e aos seus conselhos - em 1798 defenderá que a expedição francesa organizada em Toulon se iria dirigir para o Egipto, o de facto aconteceu, como se sabe -, será nomeado comandante do Exército do Norte. Quando o conde de Goltz lhe retira todas as tropas de linha para as concentrar ao redor de Coimbra, considerando tal decisão um erro gravíssimo escreve a D. Rodrigo de Sousa Coutinho, o único secretário de estado em funções em Lisboa, pedindo a demissão. Goltz recua na decisão e reforça-o com vários regimentos. Em 1802, será encarregado da Inspecção das Fronteiras Terrestres e Marítimas, continuando um trabalho que já lhe era habitual, fazendo um levantamento completo da situação defensiva de Portugal, redigindo muitos dos relatórios das inspecções. Manteve-se em Portugal até à sua morte em 1808. Escreveu várias obras sobre táctica e história militar e deixou muitas outras manuscritas, de que a maior parte, se não a totalidade, foram levadas para França:
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