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Príncipe de Waldeck
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Irmão mais novo de Frederico conde reinante de Waldeck e Pyrmont (1743-1812), o príncipe Cristiano começou a sua carreira militar no exército prussiano, transferindo-se para o exército austríaco em 1763 após a Guerra dos Sete Anos. No exército austríaco participou nas guerras contra o Império Otomano, assim como na Guerra da Sucessão da Baviera, tendo chegado ao posto de tenente-general. Com o início das Guerras da Revolução Francesa, participou na campanha do Norte contra a França revolucionária, sob as ordens do duque de Saxe-Teschen, tendo perdido um braço no ataque à fortaleza de Thionville em Outubro de 1792. Quartel-mestre general, equivalente ao posto de chefe de estado-maior, do exército austríaco da Flandres, era General de Cavalaria em 1797. Com a assinatura de um tratado de aliança entre a Espanha e a França de Julho de 1796, com o objectivo claro de atacar a Grã-Bretanha, Portugal precisava de aumentar os seus preparativos militares para uma invasão franco-espanhola que parecia avizinhar-se. Pensou-se em contratar o General Mack, o general austríaco que se renderia em Ulm em 1805, e o coronel Merfeldt, dois oficiais reformistas pertencentes à nova escola táctica prussiana, para dirigirem o exército de campanha, mas o primeiro não aceitou e o segundo não foi autorizado a sair do exército austríaco. Escolheu-se então o príncipe de Waldeck. Contratado em princípios de 1797, recebeu a patente de Marechal do Exército em Abril de 1797, tendo chegado a Portugal no mês seguinte. A falta de consideração como que o duque de Lafões, marechal-general do exército, o recebeu e o tratou ficou célebre na Europa. O príncipe de Waldeck ocupou o seu tempo em Portugal em viagens de inspecção aos regimentos estacionados nas fronteiras e no campo da Azambuja, pondo em prática as reformas que tinham sido decretadas em 1796, e que estavam em começo de execução quando chegou a Portugal. Em 24 de Setembro de 1798, 16 meses depois de ter desembarcado em Lisboa, morria nos seus aposentos no Palácio da Vila de Sintra. Foi enterrado no Cemitério das Nações Estrangeiras de Lisboa, o actual cemitério inglês.
A ver: Bibliografia: Alfred Opitz, «As Cartas familiares portuguesas de Christian August zu Waldeck», Biblos, LVII (1981), págs. 415-436; Henrique de Campos Ferreira Lima, «O Príncipe de Waldeck, Marechal do Exército Português», Boletim do Arquivo Histórico Militar, vol. VII (1937), págs. 241-254; Gastão de Melo Matos, «Waldeck, Cristiano Augusto Frederico, príncipe de», in Joel Serrão (dir.), Dicionário de História de Portugal, vol. VI, Porto, Iniciativas Editoriais, s.d., pág. 532.
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