Castilho (Diogo de).

n.       
f.        c. 1573/1575.

Arquitecto, irmão de João de Castilho, também arquitecto, sendo ambos naturais da província das Astúrias, e quem trouxe para Portugal este apelido no século XVI. Era filho de Diogo Sanches de Castilho, e de sua mulher, D. Maria Zorella, Zorilla ou Zurilla. 

Nos primeiros anos a vida deste artista está ligada à de seu irmão. Trabalharam ambos na obra do coro da sé de Viseu; em 1517 figurava o seu nome nas obras do mosteiro de Belém, em 1524 foi nomeado mestre das obras dos paços reais de Coimbra, por carta régia de 7 de abril, para substituir Marcos Pires, que tinha falecido. Desde então exerceu sempre a sua actividade naquela cidade, que se tornara então um poderoso centro literário, um foco importante de desenvolvimento artístico. À reconstrução do convento de Santa Cruz sucedera por ordem de D. João III a edificação de vários colégios para o ensino de diversas ordens religiosas. É desta maneira, que Diogo de Castilho foi sucessivamente  empregado nas obras de Santa Cruz, nas dos paços reais, nos colégios das Artes e de S.  Jerónimo, nas do reparo da ponte e encanamento, umas puramente arquitectónicas, outras mais propriamente de engenharia. Alguns nobiliários o dão como tendo feito parte da governança da mesma cidade de Coimbra, chegando a ser vereador e provedor da Misericórdia. 

Em carta de 1 de dezembro de 1527 são-lhe concedidas as honras de cidadão do Porto, e pelo alvará de 18 de março de 1547, D. João III o nomeou cavaleiro da Casa Real, mestre das obras de pedraria e alvenaria da universidade, como até ali o fora das obras do convento de Santa Cruz. Casou no Porto com D. Isabel Ilharco, filha de Gonçalo Ilharco, nobre biscainho ali estabelecido, e tornou-se proprietário rural. 

O arquivo municipal de Coimbra fornece bastantes elementos para a biografia deste laborioso e infatigável artista, e o dr. Aires de Campos reuniu-os e condensou-os numa nota publicada a pág. 55 do Catálogo dos objetos existentes no museu de Arqueologia do Instituto de Coimbra. No Dicionário dos arquitectos engenheiros e construtores portugueses, veem publicados muitos documentos e dados biográficos de Diogo de Castilho, vol. I, de pág. 170 a 183, e de 530 a 534. 

A época da sua morte está fixada entre os anos de 1573 a 1575, contando mais de 80 anos.

Genealogia de Diogo de Castilho
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