Fidalgo
da Casa Real por sucessão a seus maiores, habilitado com o curso
superior de Letras; sócio correspondente da Academia das Ciências,
por diploma de 21 de março de 1872; sócio efectivo da Associação
dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses; correspondente do
Instituto de Coimbra, do Gabinete Português de Leitura de
Pernambuco; do Instituto Vasco da Gama de Nova Goa; da Associação
Literária Internacional de Paris; e honorário do Grémio Literário
Faialense e do Grémio Literário Artista da Horta; governador civil
do distrito da Horta; primeiro-oficial da Biblioteca Nacional de
Lisboa, poeta e escritor, etc.
Nasceu
a 30 de abril de 1840. É filho do 1.º visconde de Castilho. António
Feliciano de Castilho, e de sua segunda mulher D. Ana Carlota Xavier
Vidal de Castilho.
Sendo
nomeado governador civil da Horta em Outubro de 1877, exerceu estas
funções até fevereiro de 1878, em que recebeu a exonerarão;
sendo depois nomeado para o mesmo cargo para o distrito to de Ponta
Delgada, não aceitou a nomeação. O título de visconde foi
concedido em verificação de vida no de seu pai, por decreto de 1
de abril de 1873. Exerceu por algum tempo o cargo de correspondente
literário do Diário oficial do Rio de Janeiro. As suas
cartas saíam nos números dos domingos, tornando-se notáveis pela
variedade e escolha dos assuntos científicos e literários, e pela
elegância e elevação do
estilo.
É
longa a lista dos seus trabalhos, cujos títulos são os seguintes: Estudo
genealógico, biográfico e literário da família Castilho,
publicado no tomo III, da 2.ª edição da obra de seu pai. Estudos
sobre Camões, em 1863; O senhor António Feliciano de
Castilho e o senhor Antero do Quental, Lisboa, 1865, 2.ª edição,
1866; a propósito
da questão intitulada do Bom senso e bom gosto, ventilada
nesse tempo; Memorias dos vinte anos, fragmento, Lisboa,
1866; a respeito desta obra encontram-se apreciações muito
lisonjeiras, por Júlio César Machado e Jacinto Augusto de Freitas
Oliveira, em folhetins na Revolução de Setembro, de
Novembro de 1867, e por Pinheiro Chagas, no Anuário do Arquivo pitoresco,
do referido mês e ano; Primeiros versos, Paris, 1867; António
Ferreira, poeta quinhentista, estudos biográfico-literários,
seguidos de excertos do mesmo autor, Lisboa, 1875, três
volumes; são os tomos XI, XII e XIII da Livraria Clássica; D.
Inês de Castro, drama em 5 actos e em verso, Lisboa, 1875;
seguido de notas históricas, vindo entre elas uma longa resenha
bibliográfica, ou monografia acerca de Inês de Castro; O ermitério,
colecção de versos, Lisboa, 1876; Requerimento a sua majestade
el-rei pedindo a abolição das touradas em Portugal, Lisboa,
1876; feito e apresentado ao governo em nome da Sociedade Protectora
dos Animais; Relatório apresentado à Junta Geral do distrito
administrativo de Horta, pelo governador civil, visconde de Castilho,
publicado em 1877; Lisboa antiga, Primeira parte, O bairro alto,
Lisboa, 1879. Deste volume fez-se nova edição, correcta e
acrescentada, em 1903. Segunda parte, Bairros orientais, tomo
I e II na Universidade de Coimbra, em 1884; tomos III e IV em 1885;
tomo V, 1887; tomo VI, 1889; tomo VII, 1890; Memórias de
Castilho, tomo I (de 1800 a 1822); tomo II (de 1822 a 1831);
1881; ficou incompleta, sendo muito depois continuada no jornal O
Instituto, de Coimbra; Os últimos trinta anos, por Cesar de
Cantu, tradução, Lisboa, 1880; Jesu Cristo, por Luiz
Veuillot, tradução, Paris, 1881; O arquipélago dos Açores,
Lisboa, 1886; Ilhas Ocidentais do arquipélago açoriano,
Lisboa, 1886; Manuelinas, cancioneiro, Lisboa, 1889; Apontamentos
para o elogio histórico do ill.mo e ex.mo sr.
Inácio de Vilhena Barbosa, lidos na sessão solene da Real Associação
dos Arquitectos e Arqueólogos portugueses em 10 de maio de 1891,
1 folheto, Lisboa, 1891; A ribeira de Lisboa, descrição histórica
da margem do Tejo desde a Madre de Deus até Santos-o-Velho,
Lisboa, 1893; D. António da Costa, quadro biográfico-literário,
Lisboa, 1895; O cristianismo e o operariado, conferência
pronunciada perante a Associação Protectora dos Operários em 27
de abril de 1897, Lisboa, 1897; Elogio histórico do arquitecto
Joaquim Possidónio Narciso da Silva, proferido em sessão solene da
Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos portugueses em 28
de março de 1897, Lisboa, 1897; A mocidade de Gil Vicente, o
poeta, quadros da vida portuguesa nos seculos XV e XVI, Lisboa,
1897; Amores de Vieira Lusitano, Lisboa, 1901.