Exército
(Comando em chefe do).
A
direcção e comando supremo do exército foi nos primeiros tempos
da monarquia exercido pelo soberano, e depois da criação dos
cargos de condestável e marechal de campo no tempo de D. Fernando
I, foi a estes confiado o comando em chefe debaixo das ordens do
rei.
Depois
de 1640 foram comandantes em chefe:
1º
O conde de Vimioso, D. Afonso de Portugal, depois 1.º marquês de
Valença, sendo nomeado em 31 de dezembro de 1640 governador e capitão
general das armas de todo o reino, ficando-lhe sujeitos todos os
militares e os oficiais de fazenda e de justiça no que tocava aos
negócios de guerra;
2.°
O príncipe D. Teodósio foi nomeado em 23 de janeiro de 1651
governador e capitão-general das armas de todo o reino, ficando
todos os postos militares e consultas que tocavam à guerra
subordinadas ao seu poder,
3.°
O príncipe Guilherme, conde reinante de Schaumburg-Lippe nomeado em
3 de julho de 1762 marechal-general dos exércitos, sendo
encarregado do governo das armas de todas as tropas, e director
geral delas. Foi autorizado, por carta régia de 22 de setembro de
1764, a comandar da Alemanha, para onde partiu nesse mês. Voltou a
Portugal em outubro de 1777, e regressou ao seu país em Fevereiro
do ano seguinte.
4.º
O general duque de Lafões D. João Carlos de Bragança, nomeado em
19 de abril de 1797 marechal-general e encarregado do governo das
armas de todas as tropas e director geral delas, sendo dispensado do
comando em 23 de julho de 1801.
5.°
O marechal dos exércitos, conde de Goltz, nomeado em 23 de julho de
1801 comandante chefe do exército, tendo em 9 de junho de 1802
licença para voltar para a Alemanha.
6.º
O marechal dos exércitos, conde de ViomeniI, foi encarregado do
governo das armas de todas as tropas por decreto de 2 de novembro de
1801, e voltou para a Rússia em 1803.
7.°
O tenente-general do exército britânico, Guilherme Carr Beresford,
depois marquês de Campo Maior, foi nomeado em 7 de março de 1809
marechal dos exércitos e encarregado do comando chefe das tropas de
Portugal. Foi promovido a marechal-general em dezembro de 1815, e
por três vezes deixou o comando: a primeira, de 23 de abril a 27 de
agosto de 1814, por ter ido a Inglaterra, assumindo o comando
durante alguns dias de abril o marechal-general duque da Vitória, e
as outras duas, de 20 de Junho de 1818 a 5 de março seguinte, e de
4 de abril de 1820 até 15 de setembro do mesmo ano, por ter ido ao
Brasil, ficando comandante interino o tenente-general Francisco de
Paula Leite, depois visconde de Veiros. Como é sabido, esta comissão
ficou extinta pela revolução de 1820.
8.º
O tenente-general Jorge de Avilez Juzarte de Sousa Tavares, depois
conde de Avilez, foi nomeado pelas Cortes comandante chefe do exército
em 28 de maio de 1823, mas só serviu até 1 de junho, em consequência
dos sucessos políticos, conhecidos vulgarmente pelo nome de Vilafrancada.
9.°
O infante D. Miguel foi nomeado comandante chefe do exército em 1
de junho de 1823, e exonerado a 9 de maio de 1824.
10.º
D. Pedro, duque de Bragança, assumiu o comando chefe do exército
em 7 de março de 1832, e desde esse dia até 5 de novembro do mesmo
ano, foi comandante em chefe do Exército Libertador sob as ordens
do imperador, o tenente-general conde de Vila Flor, depois duque da
Terceira.
11.º
O príncipe D. Augusto, duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, foi
nomeado marechal-general, comandante chefe do exército em 20 de março
de 1835.
12.º
O marechal do exército duque da Terceira, nomeado em 28 de março
de 1835 comandante chefe interino do exército, e exonerado em 25 de
novembro seguinte.
13.º
O príncipe, depois rei, D. Fernando, nomeado marechal-general em 1
de janeiro de 1836 e comandante chefe até 30 de abril. Exerceu o
comando até 10 de setembro de 1836, e depois desde 17 de outubro de
1846 até 17 de maio de 1851.
14.º
O marechal do exército duque de Saldanha, nomeado no referido dia
17 de maio comandante chefe do exército, e exonerado em 18 de julho
de 1857, tendo servido interinamente durante a sua ausência da
capital, de 21 de julho a 15 de novembro de 1856, o conde da Ponte
de Santa Maria.
15.º
O referido tenente-general conde da Ponte de Santa Maria encarregado
interinamente do comando chefe do exército em 18 de julho de 1857,
e exonerado em 23 de setembro de 1859, por ter sido extinto este
elevado cargo militar.
Adenda:
O 3.º comandante chefe do Exército foi D. José António Lobo
da Silveira, 3.º conde de Oriola, 10.º barão de Alvito, 1.º
marquês do Alvito em 3 de maio de 1766, nomeado marechal em 5 de abril
de 1762.
O
8.º comandante chefe do Exército, com os mesmos poderes do duque
de Lafões, foi o general Arthur Wellesley, futuro duque de
Wellington, nomeado pela Regência em 29 de abril de 1809.
Biografia
de D. José António Lobo da Silveira
O Exército Português em
finais do Antigo Regime
Biografia
de Arthur Wellesley, duque de Wellington
O Exército Português em
finais do Antigo Regime
Genealogia
do marquês do Alvito
Geneall.pt
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