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Faria Pereira (José de).

 

n.       1774.
f.        10 de dezembro de 1839.

 

Coronel do Regimento de Milícias de Santarém, senhor da casa do Reguengo do Alviela, solar da família Faria Pereira, e senhor e administrador do morgado de Santa Maria do Almonda na igreja da Azinhaga, freguesia então do concelho de Santarém.

Nasceu em Alvaiázere em 1774, onde seus pais também possuíam uma importante casa a faleceu em 10 de dezembro de 1839, achando se sepultado na capela da mencionada casa do Reguengo. Era filho de José de Faria Pereira, senhor a administrador do referido morgado, a de sua mulher D. Antónia Inácia Jacinta de Barbudo. Neto por parte paterna do capitão Manuel de Faria Pereira (de quem descendem também os viscondes de Faria a os barões de Salgueiro) e de sua mulher D. Inácia de Vasconcelos; e neto pela parte materna do capitão Manuel Pinheiro Barbudo e Arnaut, da ilustre família destes apelidos em Alvaiázere, e de sua mulher D. Maria Frazão.

José de Faria assentou praça como cadete em Cavalaria 10 e nesta qualidade fazia parte do exército do Alentejo, comandado por D. José Carcóme, achando-se na praça de Olivença em 1801, quando esta foi tomada pelos espanhóis depois de rijo e valoroso combate em que ele tomou parte activa. Mais tarde, em 1810-1811, sendo tenente-coronel do referido regimento de milícias e 2.º comandante das forças portuguesas ao sul do Tejo, quando Massena, que tinha o seu quartel em Santarém ameaçava Lisboa, atravessou com alguns soldados aquele rio e veio lançar fogo ao paiol da pólvora que os franceses tinham na calçada da Atamarma, infligindo-lhes grande dano. Foi ele que também sustentou renhido combate com as forças francesas defronte da Chamusca, quando estas pretendiam forçar a passagem do Tejo, destruindo-lhes nessa ocasião com a artilharia de peque no calibre que levava consigo a que encontrara abandonada na quinta de Alorna, as embarcações que o inimigo estava construindo na Ribeira de Santarém, evitando assim a passagem deste para o sul.

Depois de reformado fez com outros a revolução constitucional de 1833 em Santarém, sendo então nomeado comandante da força armada. Ainda nessa época tentou impedir a passagem do Tejo ao visconde de Molelos defronte de Valada. Foi por diversas vezes governador militar de Abrantes de 1820 a 1826 e implantado o governo constitucional exerceu igual cargo em Torres Novas.

Em 1814 foi-lhe conferida carta de brasão de armas de que hoje usam os seus descendentes, a saber: um escudo partido em pala: na primeira as armas dos Farias que são em campo sanguíneo um castelo de prata com portas a frestas de preto entre duas flores-de-lis do mesmo metal a três em chefe: na segunda as armas dos Pereiras que são em campo vermelho uma cruz de prata florida e vazia de campo. Timbre o dos Farias que é o castelo do escudo com uma das flores de lis das armas sobre as ameias a por diferença uma brica de ouro com um trifólio verde.

José de Faria foi casado com D. Gertrudes Gil de Faria Pereira que faleceu em maio de 1848. Sucedeu-lhe seu filho primogénito José de Faria Pereira, último senhor e administrador do morgado de Santa Maria do Almonda, comendador da Ordem de N. Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa, capitão da companhia avulsa da Guarda Nacional de S. Vicente de Paul em 1847 a capitão do Batalhão Nacional de Santarém que, como seu pai, prestou assinalados serviços á Carta Constitucional, tendo falecido na sua casa da Azinhaga em 10 de setembro de 1877. Este José de Faria foi casado com D. Maria Rita Juge Guedes Serrão, irmã inteira de José Correia de Melo Serrão, último senhor e administrador do vínculo do Serrão, conhecido vulgarmente pelo morgado da Azinhaga, em cuja representação sucedeu a referida D. Maria Rita por seu irmão ter falecido sem descendência. É actual representante destas ilustres casas, Farias Pereiras e Serrões, reunidas agora numa só família, o sr. José Serrão de Faria Pereira, distinto e ilustrado cavalheiro, chefe regional do partido legitimista em que milita há muitos anos, e um dos maiores proprietários do distrito de Santarém.

 

 

 

Genealogia de José de Faria Pereira
Geneall.pt

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, pág.
294

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