|
|
|
Gramática.
Arte
que ensina a falar e a escrever correctamente. Segundo a sua
etimologia a gramática seria a ciência das letras do
alfabeto. Distinguem-se na gramática duma língua três partes
correspondentes aos três elementos do discurso: fonética ou
estudo dos sons e dos sinais que os representam; morfologia,
ou estudo da forma das palavras; e sintaxe ou estudo das relações
entre as palavras.
A
primeira gramática portuguesa, de que há notícia, data do
século XVI. Foi seu autor Fernão de Oliveira, presbítero secular
e professor de retórica em Coimbra, o qual vivia ainda em 1581. A
primeira edição da sua Gramática da língua portuguesa foi
publicada em Lisboa, em 1536, por ordem de D. Fernando de Almada,
filho de D. Antão, capitão geral de Portugal. Os falecidos conde
de Azevedo e Tito de Noronha publicaram em 1871 no Porto, uma nova
edição desta gramática. Ao primeiro mestre da língua portuguesa,
João de Barros, se deve a segunda Gramática da língua portuguesa,
Lisboa, 1540.
Sobre
o ensino da gramática há alguns documentos interessantes: O rei D.
Manuel determinou que não se pagasse moradia aos moços fidalgos
sem terem previamente apresentado certidão passada pelo mestre de
gramática. A ordem régia é assim concebida: - «Mayordomo-mór
Amigo, auemos por bem que nehum moço fidalgo não seja apontado nem
paga sua moradia, salvo por certidão de Dieg'Alvares Mestre de
Gramatica notificamovelo assi e mandamovos que asi se cunpra salvo
naquelles que nos especialmente vos apontarmos a declararmos.
Escripta em Lisboa a 22 de janeiro de 1500». (Provas da História
Genealógica, tomo III).
Segundo
o alvará de 30 de Setembro de 1770, a gramática portuguesa devia
ensinar-se seis meses antes da latina, pela Arte, que compôs
António José dos Reis Lobato, e a qual teve grande voga na sua época.
Alguns dos nossos autores antigos trataram desenvolvidamente de várias
partes da gramática. Assim, temos a Prosódia, de Bento
Pereira, Évora, 1634; a Ortografia de Duarte Nunes do Leão,
1576; etc. No Verdadeiro método de estudar, do arcediago de
Évora Luís António Verney; no Dicionário de invenções
origens e descobertas, de Alberto Pimentel; e no Mapa de
Portugal, vol. II, de João Baptista de Castro, encontram-se notícias
curiosas acerca do estudo da gramática.
|
|
|
|
|