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Grande
(José
Maria).
n. 13
de abril de 1799.
f. 15 de dezembro de 1857.
Do
conselho de Sua Majestade, comendador da Ordem de N. Sr.ª da Conceição,
cavaleiro da Torre e Espada, e da Legião de Honra, de França; par
do Reino; bacharel formado em Medicina pela Universidade de Coimbra,
doutor na mesma faculdade pela de Lovaina; director do Instituto Agrícola
e Escola regional de Lisboa; lente de botânica da Escola Politécnica,
director do Jardim Botânico da Ajuda; membro do Conselho Dramático
e do Conselho geral de Agricultura e Comércio do Ministério das
Obras Públicas; deputado, antigo governador civil de Lisboa,
director do Hospital Militar de Marvão, e médico visitador dos
Hospitais do Alentejo, sócio da Academia Real das Ciências de
Lisboa, na qual foi presidente de 1.ª classe; membro honorário da
Sociedade das Ciências Médicas da mesma cidade, de que também foi
presidente; membro honorário da Sociedade Farmacêutica Lusitana; sócio
correspondente da Academia Real das Ciências de Madrid, da Academia
Médico-cirúrgica de Génova, da Sociedade Nacional e Central de
Paris; da Academia de Medicina e Cirurgia de Cádis; do Instituto Médico
Valenciano, e de várias outras corporações científicas nacionais
e estrangeiras, etc.
Nasceu
em Portalegre a 13 de abril de 1799; faleceu a 15 de dezembro de
1857.
Era
filho do dr. Francisco Grande, natural de Espanha, e de D. Antónia
Isabel Caldeira do Andrade, natural do Crato. Matriculando-se em
Medicina ria Universidade, de Coimbra, recebeu o grau de, bacharel
em 1823, depois de ter feito um curso brilhante, alcançando prémios
em todos os anos. Em 1824 foi nomeado médico do hospital militar de
Infantaria n.º 8, e visitador dos hospitais militares no Alentejo,
exercendo estes cargos até 1828, em que, por causa dos sucessos políticos,
teve de emigrar para Espanha, regressando a Portugal, só depois de
estar restabelecido o governo constitucional. Desempenhou então as
funções de governador civil e dos cargos administrativos já
citados, até que em 1836, quando se deu a Revolução de Setembro,
novamente se viu forçado a sair do reino. Visitando então a
Inglaterra, França e Bélgica, tomou em 1838 o grau de doutor na
Universidade de Lovaina, e durante o tempo que viveu em França
ouviu as lições dos mais insignes professores de Medicina, Botânica
e Agricultura, travando com alguns deles íntimas relações de
amizade.
Portalegre
o elegeu deputado em várias legislaturas. Pouco tempo depois do seu
regresso obteve a cadeira de Botânica na Escola Politécnica, sendo-lhe
dada, a direcção do Jardim Botânico da Ajuda, que se encontrava
em lastimoso estado, e que ele logo melhorou. Foi escolhido para
representante de Portugal no congresso de Paris, sendo encarregado
de formular um código sanitário. Nessa reunião de sábios
tornou-se notável, e teve a glória de ver unanimemente aprovadas
muitas das opiniões e propostas que apresentou sobre vários pontos
importantes discutidos no congresso. Tendo sido ao mesmo tempo
encarregado de examinar os jardins botânicos e as granjas modelos,
logo que regressou a Portugal ocupou-se da organização do ensino
agrícola no nosso país, e concorreu poderosamente para que em 1852
se decretasse essa organização, instituindo-se o Instituto Agrícola,
de que foi nomeado director. Encarregado pela Academia Real das Ciências
de Lisboa de estudar o mal das vinhas na ilha da Madeira, foi a
consulta por ele dirigida, publicada no Diário
do Governo, sendo este o primeiro trabalho deste género, que
entre nós apareceu impresso. Publicou-o depois, muito mais
desenvolvido, nas memórias da Academia. Em Agosto de 1856,
ocupando-se dum trabalho sobre a agricultura e economia rural da
parte mais setentrional do Alentejo, foi a essa província para
obter os subsídios indispensáveis, e desenvolvendo-se ali a
epidemia da cólera-morbos,
apesar de já por muito tempo estar afastado da clínica tratou com
o maior zelo e dedicação a gente da freguesia de Ribeira de Nisa.
Na Gazeta Médica de Lisboa
veio a sua biografia, escrita pelo dr. Rodrigues de Gusmão, sendo
depois reproduzida nas Memórias biográficas dos Médicos
e Cirurgiões portugueses, em 1858, de pág. 80 a 91. Na Revista
contemporânea de 1857, também se encontra a sua biografia
acompanhada de retrato, e no vol. X do Jornal
de horticultura prática, sendo escrita por A. M. Lopes de
Carvalho, trazendo igualmente o retrato.
Bibliografia:
EIoqio historico do marquez
de Valença D. José Bernardino de PortuqaI e Castro, saiu nas
Memórias do Conservatório Real de Lisboa, tomo II, de pág. 53 a
59; Noticia biographica do
dIr. José Francisco Valorado, offerecida à sua viuva, Lisboa,
1850; Passeios no jardim
botanico d'A.juda; sairam na Ilustração, Jornal universal, a págs.
69, 76, 79, 91, 111, 115, 136, 144, 148, 196 e 200; Guia
e manual do cultivador, ou elementos de Agricultura; saiu no
jornal A Época, nos
tomos I e II publicados em 18488 e 1849; fez-se segunda edição em
separado, Lisboa, 1849; Discurso
recitado na sessão solemne da Sociedade das Sciencias Medicas de
Lisboa, pelo presidente, etc., Lisboa, 1845; Discurso
recitado na sessão solemne e anniversaria da Sociedade das
Sciencias
Medicas
de Lisboa, em 15 de junho de 1854, sendo eleito presidente, etc.;
inserto no Jornal da Sociedade, tomo XV, págs. 45 a 66; Considerações
sobre os principaes obstaculos que se oppõem ao aperfeiçoamento da
nossa agricultura, e sobre os meios de os remover, Lisboa,
1853; é um discurso que foi pronunciado por ocasião da inauguração
do Instituto Agrícola de Lisboa; Relatorio sobre os trabalhos
escolares, processos, operações e serviços ruraes, instituidos no
Instituto Agrícola de Lisboa; Lisboa, 1854;
Relatorio, etc.. no anno agrario de 1854 a 1855, Lisboa,
1855; Memoria sobre a
molestia das vinhas, Lisboa 1855,
com estampas; saiu também no tomo 1, parte 2.ª das Memórias
da Academia, nova série, classe 1.ª;
Discurso recitado na sessão publica da Academia Real das
Sciencias de 19 de novembro de 1856, servindo então de
vice‑presidente da Academia, Lisboa, 1856; e no
tomo II, parte I das Memórias, nova série, classe 2.ª;
Elogio ao sr. Antonio Feliciano de Castilho, estudante do quarto
anno de canones na Universidade de Coimbra; no Jornal
de Coimbra, n.º LXXXIX, parte II, pag. 183; o autor era então
estudante da faculdade de Medicina; Passeio do emigrado no Pére
La Chaise, em Paris, em 1837; na Revista Universal, tomo
VII, 1848, pág.
225; Discurso do sr. deputado José Maria Grande pronunciado na
sessão (da Câmara dos Deputados) de 11 e 12 de fevereiro de
1846, Lisboa, sem data; tiragem em separado do que saíra no
respectivo Diário da Câmara; Relatorio dos trabalhos escolares
do Instituto Agricola durante o anno de 1855 a 1858, Lisboa, 1857;
Relatório geral do jurado, relatorios especiaes, etc. (Exposição
da industria em 1849), Lisboa, 1850; era ele o presidente do
júri. Nos Diários da Câmara dos Deputados e no Diário
do Governo acham‑se os seus discursos parlamentares,
pronunciados em várias discussões nas câmaras legislativas, nas
épocas em que dela fez parte. Na Collecção de Poesias
recitadas na sala dos actos da Universidade, nas noites de 21 e 22
de novembro, em publica demonstração de regosijo pelo feliz
resultado do dia
17, 1820, publicada
em Coimbra, 1821, vêm também alguns versos seus, assim como no Jornal
de Coimbra,n.º LXXXII, parte 2.ª,
pág. 183, e
na Revista Universal Lisbonense, tomo VII, pág. 225. Encontram‑se
ainda vários artigos em jornais literários e políticos.
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José
Maria Grande [1844/1845 e 1853] Sociedade
das Ciências Médicas de Lisboa
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