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Carlos Lobo de Ávila
Carlos Lobo de Ávila

Lobo de Ávila (Carlos Orta).

 

n.      17 de março de 1860.
f.       9 de setembro de 1895.

 

Escritor, jornalista, deputado, ministro de Estado, etc. 

Nasceu em Lisboa a 17 de março de 1860, faleceu na mesma cidade a 9 de setembro de 1895. Era filho do conde de Valbom, Joaquim Tomás Lobo de Ávila, e de sua mulher, a condessa D. Maria Francisca de Paula Orta, filha dos 1.os viscondes de Orta. 

Bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, onde e fez um dos seus cursos mais distintos. Aos dezoito anos estreou-se nas letras com um livro de viagens que publicou em fins de 1878, intitulado Carteira de um viajante, tendo o subtítulo de Apontamentos a lápis, prefaciado por Pinheiro Chagas. Neste livro revelou Carlos Lobo de Ávila grandes qualidades de escritor. A carteira de um viajante fora escrita para se publicar em folhetins no antigo Diário da Manhã. Sendo estudante, redigiu em Coimbra a Revista Literária, e juntamente com Luís de Magalhães escreveu uns folhetos com o nome de Zumbidos, em que manifestou apreciáveis dotes críticos.

Não havia ainda realizado a formatura, quando foi eleito deputado, em junho de 1884, e na primeira recomposição do ministério presidido por Hintze Ribeiro, que se realizou em 1895, entrou para a pasta das Obras Públicas, passando depois para a dos estrangeiros. Foi redactor do Tempo, que depois se tornou órgão do partido constituinte, de que era chefe José Dias Ferreira. Colaborou em diferentes jornais políticos, como o Repórter, Correio da Noite, Novidades, Tarde, Diário Ilustrado, etc., sendo mais assíduo no Diário Ilustrado, onde publicou uma série de artigos políticos que foram muito apreciados, analisando e criticando um projecto de reforma da Carta Constitucional, apresentado por José Dias Ferreira. Esses artigos saíram coligidos num folheto. No Diário da Manha, respondeu-lhe Delfim de Almeida. No Diário Ilustrado, também publicou, com diversos pseudónimos, artigos e folhetins.

Carlos Lobo de Ávila faleceu quase repentinamente, aos trinta e quatro anos de idade, depois de regressar do Gerês, onde estivera fazendo uso das águas. Foi quem completou o livro O Príncipe Perfeito, que Oliveira Martins deixara incompleto, quando faleceu, aproveitando e coligindo todos os apontamentos que pertenciam àquele escritor e estadista.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume IV, pág.
468.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral