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Cristóvão Aires
Cristóvão Aires de Magalhães

 

Magalhães Sepúlveda (Cristóvão Aires de).

 

n.      30 de março de 1853.
f.      
[ 10 de junho de 1930 ].

 

Tenente-coronel de cavalaria, lente da Escola do Exercito, deputado, governador civil de Bragança e de Coimbra, sócio efectivo da Academia das Ciências, da Academia de Historia de Madrid, do Instituto de Coimbra, escritor, poeta, jornalista, etc. 

Nasceu em Ribandar, Goa, a 27 de março de 1853, sendo filho de Rafael Aires de Magalhães e de D. Amália de Sousa Sepúlveda. 

Estando no ultimo ano do curso de infantaria da Escola Matemática e Militar de Nova Goa, foi escolhido em 1871, sendo governador da Índia o conde de S. Januário, para vir concluir os estudos a Portugal, sendo-lhe abonado o subsidio chamado das câmaras agrárias de Goa, que era destinado aos filhos da Índia, que mais se distinguissem nas escolas e nas provas publicas. Ali o conheceu o finado estadista e poeta Tomás Ribeiro, que muito animou o moço estudioso, que manifestava superior talento, e lhe encaminhou os primeiros passos na Europa. 

Chegando a Lisboa assentou praça em 5 de novembro de 1872, sendo promovido a alferes em 27 de dezembro de 1876, a tenente em 31 de outubro de 1884, a capitão em 12 de setembro do 1890, major em 30 de dezembro de 1901. O sr. Cristóvão Aires tem o curso de infantaria e cavalaria da Escola do Exercito, onde foi sempre laureado, completando-o com a cadeira de economia política no instituto, tendo cursado os preparatórios em Coimbra. Pertence ao estado-maior da sua arma. Matriculou-se depois no Curso Superior de Letras, onde obteve classificações distintas, concluindo os cursos de literatura, de filosofia e de história, que se professam naquele estabelecimento científico. Entrando na política filiou-se no Partido Regenerador, sendo eleito deputado por três vezes, a primeira em 1890, por Bardez, Goa, a segunda por Portalegre, e a terceira pelas ilhas de Goa. Foi governador civil de Bragança, e promotor de justiça no segundo conselho de guerra da 1.ª divisão. Como jornalista tem-se dedicado muito a questões militares, defendendo sempre os direitos e os legítimos interesses da sua corporação. Em 1876 fazia parte da redacção do Jornal do Comércio, de que foi director por muitos anos, e tem colaborado em diversas revistas e ilustrações. O sr. Cristóvão Aires é comendador e cavaleiro da Ordem de S. Tiago, oficial e cavaleiro da de Avis; comendador da de Carlos III, de Espanha; comendador da Ordem da Coroa da Prússia, com que o agraciou o imperador da Alemanha, quando escreveu a monografia do regimento de cavalaria n.º 4, de que aquele soberano é comandante honorário. Possui também a cruz de segunda classe da Ordem de Mérito Militar de Espanha, e as medalhas de prata de bons serviços e de comportamento exemplar. O sr. Cristóvão Aires é casado com a sr.ª D. Maria do Carmo, irmã da distinta escritora e poetisa sr.ª D. Maria Amália Vaz de Carvalho. 

Escreveu: Indianas e Portuguesas, vol. de versos, publicado em 1880, que teve mais edições; Novos horizontes, outro livro de versos; Lentejoulas a Longínquas, contos; Historia orgânica a política do exercito português. Publicou também o seu discurso proferido na sessão solene da Escola do Exército em homenagem aos expedicionários de África, e os seus discursos parlamentares, sendo um sobre assuntos militares, e outro sobre a Índia.

 

 

 

Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda
Geneall

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume IV, págs.
754-755.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral