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Maria
Ana
(D.).
n.
21 de julho de 1843.
f. 5 de fevereiro de 1884.
Infanta
de Portugal, duquesa de Saxe-Coburgo-Gotha, e princesa da Saxónia
Real.
Nasceu
no paço das Necessidades a 21 de julho de 1843, faleceu em Dresde a
5 de fevereiro de 1884. Era a quinta filha da rainha D. Maria II, e
de seu segundo marido, o rei D. Fernando.
Foi
baptizada na capela do mesmo paço das Necessidades pelo cardeal
patriarca de Lisboa D. Francisco de S. Luís Saraiva, a 10 de agosto
do mesmo ano, recebendo na pia baptismal os nomes: D. Maria Ana
Fernanda Leopoldina Micaela Rafaela Gabriela Carlota Antónia Júlia
Vitória Praxedes Francisca de Assis Gonzaga de Bragança e Bourbon
Saxe-Coburgo-Gotha. A infanta tinha a grã-cruz da ordem de Nossa
Senhora da Conceição, e era dama das de Santa Isabel, de Sidónia,
de Saxónia, e de Maria Luísa, de Espanha. Foi educada com todo o
esmero, como todos os filhos da rainha D. Maria II, e ainda não
tinha completado dezasseis anos de idade, quando a 11 de maio de
1859 casou na capela do Paço das Necessidades com o príncipe
Frederico Augusto Jorge Luís Guilherme Maximiliano Carlos Maria
Nepomuceno Baptista Xavier Siríaco Romano, duque de Saxónia Real,
general de infantaria saxónia, comandante em chefe do corpo XII do
exército federal; chefe do 7.º regimento de infantaria n.º 106,
do regimento de fusileiros n.º 108, e do regimento prussiano n.º
16 de lanceiros de Altemark; grã-cruz das ordens de Cristo, de S
Bento de Avis; grã-cruz da ordem da Coroa de Arruda e da militar de
Santo Henrique, de Saxónia, vindo a falecer em 1904 rei de Saxe.
A
infanta D. Maria Ana antes do casamento renunciou os seus direitos
eventuais à coroa de Portugal por acto de 14 de abril de 1859. os
quais, conforme o disposto no artigo 2.º da carta de lei de 12 de fevereiro
de 1812, na falta de descendência masculina da rainha D. Maria II,
poderia reaver segundo a ordem de sucessão estabelecida na Carta
Constitucional. A princesa D. Maria Ana tinha uma alma de verdadeira
portuguesa, e teve sempre muitas saudades de Portugal. Na sua casa
de campo, situada nos arredores de Dresde, onde as montanhas, únicas
pela forma, desenrolam à vista do viajante vastos e curiosos
panoramas, a infanta não recebia pessoa alguma a não ser
portuguesa. Só Portugal dava passaporte para aquela encantadora
vivenda. Consistia o seu maior prazer em receber essas visitas que
lhe falavam a língua da sua infância de que sempre se recordava
com saudade. Com sua irmã, a infanta D. Antónia, entretinha
frequente correspondência em português, dizendo que era para se não
esquecer desta língua.
Morreu
vítima da sua dedicação. Havia muito tempo que uma enfermidade
pertinaz se apossara do seu filho mais novo, o príncipe Alberto, o
que obrigou a bondosa mãe a velar muitos meses junto do seu leito,
passando sem dormir, e sempre inquieta pelo estado melindroso do
doente. O príncipe Alberto restabeleceu-se, mas a dedicada mãe não
pôde resistir à canseira das suas vigílias, e faleceu. É
filho da malograda princesa portuguesa o rei de Saxe Frederico
Augusto, nascido em 1865, esposo divorciado da princesa Luísa,
condessa de Montignoso, cujo processo de separação fez grande ruído
em todo o mundo. O filho mais novo da senhora infanta D. Maria Ana
é o príncipe Maximiliano, doutor em teologia e em direito,
professor da universidade de Friburgo e candidato da Alemanha ao
barrete de cardeal. O príncipe Maximiliano tem grande reputação
como orador sagrado, sendo pregador da corte imperial.
Genealogia
da infanta D. Maria Ana
Geneall.pt
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