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Meneses
(Luís
de Miranda Pereira Henriques de Meneses, 2.º visconde de).
n. 4
de abril de 1820.
f.
5 de maio de 1878
Fidalgo
cavaleiro da Casa Real; presidente da Junta do Crédito Público,
adido honorário à legação de Portugal em Roma, académico de mérito
da Academia Real das Belas Artes de Lisboa; sócio da Real Associação
dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses; capitão dos voluntários
nacionais; comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição;
cavaleiro da Torre e Espada, condecorado com a medalha algarismo n.º
2 das campanhas da Liberdade; grande oficial da Ordem de Nichan
Sftikar de Túnis, de 1.ª classe; comendador da de S. Maurício e
S. Lázaro; comendador da de S. Carlos de Mónaco; cavaleiro das de
Leopoldo da Bélgica e de S. Gregório Magno de Roma; laureado com a
medalha de ouro de sócio fundador da Scuola Dantesca
napolitana, com a medalha de prata de sócio honorário da Associação
dei Salvatori de Nápoles.
Nasceu
no Porto a 4 de abril de 1820, faleceu em Lisboa a 5 de maio de
1878. Era filho do 1.º visconde de Meneses, José António de
Miranda Pereira de Meneses, e de sua mulher, D. Elisa Eugénia
Edwards de Desanges. Desde muito novo começou a manifestar grande
vocação para a arte. Aprendeu desenho com um mestre francês, indo
depois aperfeiçoar-se no atelier do apreciado professor António
Manuel da Fonseca, onda estudou alguns anos, mostrando sempre o
maior entusiasmo pelas belas artes, e provando o seu aproveitamento
em obras dignas da atenção dos entendidos. Pelos fins do ano de
1893 o rei D. Fernando visitou o atelier para ver o quadro Eneias,
pintado por Fonseca. O distinto professor, aproveitando o ensejo,
apresentou-lhe o quadro do seu discípulo, representando A Morte
de Abel, a que o rei teceu os maiores elogios. Por essa ocasião
a Revolução de Setembro publicou um artigo laudatório a
respeito deste quadro, no qual se dizia que o pensamento que
presidira ã composição era superior ao do quadro de Guerreiro O
sacrifício de Isaac, etc.
Em
1844 partiu para Roma com intenção segundo diz o conde de
Raczynski, de ir estudar na Alemanha. Não realizou, porém, essa
intenção, porque a, sua estada fora de Portugal foi unicamente em
Roma e em Veneza. Em Roma teve por mestre o professor Overbeck, notável
artista alemão que se dedicara ao género místico, formando uma
escola; que foi por algum tempo muito apreciada na Alemanha. Dali
enviou o visconde de Meneses para Lisboa em 1851, alguns quadros
dessa escola entre os quais veio um para o rei D. Fernando,
acompanhado duma gravura do mesmo quadro. Depois, alargando mais os
seus estudos ocupou-se de outros assuntos inteiramente profanos, em
que foi mais feliz. Na exposição filantrópica realizada em
Lisboa, na sala do risco do arsenal da marinha realizada ene 1851
apresentou os seguintes quadros a óleo, que foram muito apreciados:
Um mendigo á porta de um casebre; Um soldado ferido em
batalha; Um retrato do Sr. C. W. King; Uma rapariga de
fantasia; Uma cena da vida contemporânea; O trovador
da aldeia; Selim; Uma vendedeira de uvas; Um
soldado veterano e Um assunto da vida contemporânea. À
exposição efectuada no Palácio de Cristal do Perto, em 1861,
enviou também diversos trabalhos, merecendo a honra de ser premiado
com a medalha de prata. Anteriormente, na primeira exposição da
Sociedade Promotora de Belas-Artes, da qual foi alguns tempos
vice-presidente também apresentara os quadros: Pescadores
portugueses; Retrato da viscondessa de Meneses; Salvador
Rosa e os bandidos da Calábria; O Tambor e Um caiador
de Lisboa.
O
visconde de Meneses casou a 8 de maio de 1858 com D. Carlota Emília
de Mac-Mahon Pereira Guimarães, filha de Francisco Pereira Guimarães,
doutor em Leis pela Universidade de Coimbra, juiz relator do Supremo
Conselho de Justiça Militar, e de sua mulher, D. Carlota Emília de
Mac-Mahon. O título foi renovado por decreto de 14 de dezembro de
1853.
Luís de Meneses, Visconde (1820-1878) A Arte em Portugal
Genealogia de
Luís de Miranda Pereira de Meneses, 2º visconde de Meneses Geneall.pt
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