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Monte
Alegre
(Manuel
Pinto de Morais
Bacelar, 1.º visconde
de)
n.
4 de setembro de 1741.
f. 1 de maio de 1816.
Grã-cruz
da Ordem da Torre
e Espada, senhor do morgado de N. Sr.ª da Assunção de Vilar de
Ossos e do de S. Miguel de Freixo; tenente-general, governador das Armas
da Beira Alta desde 1808 até 1816, etc. Nasceu a 4 de setembro de
1741, e faleceu a 1 de maio de 1816.
Era
filho do mestre de campo de infantaria auxiliar da guarnição de
Bragança, Lázaro Pinto de Morais Bacelar, e descendente dos
antigos senhores da Torre de Bacelar. Em 1756 alistou-se no
regimento de cavalaria, de ligeiros de Chaves, e por ocasião da
guerra de 1762 levantou à sua custa uma companhia de cavalaria,
para a qual obteve por decreto de 19 de junho o posto de capitão.
Com o regimento tomou parte nas operações militares marchando para
a província do Minho, que então foi ameaçada pelos lados de Valença,
e depois, por proposta do brigadeiro Smith. que comandava o corpo,
passou a exercer interinamente as funções de major. Promovido à
efectividade deste posto em julho de 1782, subiu a tenente-coronel
em março de 1789, e por fim a coronel em novembro de 1796 com o
comando do regimento em que sempre servira. Na malograda empresa que
durante a guerra de 1801 o marechal de campo Gomes Freire de Andrade
empreendeu com as tropas do comando do tenente-general D. Manuel José
Lobo contra Monte Rei cobriu Manuel Pinto Bacelar com grande bravura
e acerto a retirada das nossas tropas contribuindo poderosamente
para salvar as forças empenhadas naquele cometimento, e para manter
os créditos e honra das nossas armas. Concluída a guerra foi
promovido a brigadeiro, ficando sempre à frente do regimento, até
que este se refundiu com a denominação de cavalaria n.º 6, e o
seu chefe passou a agregado à primeira plana da corte.
Apesar
de afastado assim do serviço activo, quando em 1807 se projectou
resistir à invasão francesa, o brigadeiro Bacelar prontificou-se a
obedecer ás ordens do tenente general Sepúlveda, aceitando o
comando de uma planeada linha de defesa das províncias do norte que
o governo mandara formar, mas não chegou a entrar no exercício
desse cargo porque, como é sabido, todos esses preparativos para a
luta foram mandados suspender, e as tropas de Napoleão puderam
entrar em Portugal sem encontrar na sua frente quem lhes tomasse o
passo. Voltando novamente para a casa de Vilar de Ossos aí viveu
retirado até que, convocado pela voz patriótica de Sepúlveda em junho
de 1808, recebeu a nomeação de comandante interino das tropas do
distrito do Douro, nomeação que foi confirmada pela junta do
governo estabelecida no Porto. No desempenho desses deveres
patenteou toda a habilidade e energia de que era dotado, cuidando
activamente de reorganizar as tropas da província, principalmente
as de cavalaria, até que, rebentando em Viseu a revolução contra
os francesa, foi o brigadeiro Bacelar encarregado interinamente do
governe das armas da província da Beira pela necessidade de colocar
nesse posto, segundo diz a portaria que o nomeou, um oficial general
de confiança. Determinada a reorganização total do exército em
22 de julho, e mandados então constituir um corpo de operações na
Estremadura, outro de observações na Beira e Trás-osMontes, e
ainda um de reserva em Coimbra, foi a Bacelar entregue o comando do
segundo com o qual marchou das proximidades da Guarda em direcção
a Castelo Branco regulando os seus movimentos pelos do exército de
operações (que obedecia a Bernardim Freire de Andrade) de combinação
com os do exercito inglês de Wellesley. Continuando a marcha fez
importantes tomadias ao inimigo em Constância e Santarém, e depois
seguiu para Santo António do Tojal, afim de se unir ao exército de
operações estacionado em Mafra. Chamado depois a Lisboa com os
outros generais para se apresentar ao governo, foi promovido a
marechal de campo, e logo em seguida mandado para o Porto coadjuvar
o general Bernardim Freire nas importantes comissões de que fora
incumbido. Nos fins de 1808 foi mandato tomar o comando do corpo de
observação destinado
às províncias da Beira
e Trás-os-Montes, com o qual marchou para a cidade da Guarda e foi
ocupar as posições entre essa cidade e a de Castelo Branco, donde
conseguiu iludir as tentativas do general francês Lapisse que
diligenciava entrar na Beira Baixa, enquanto Soult invadia Portugal
pelo norte. Nas operações de Wellington para recuperar a cidade do
Porto, foi Bacelar encarregado de vários movimentos na direita do
exército anglo-luso, e tendo, segundo as instruções que recebera,
passado o Douro na Régua, dirigiu se sobre Mesão Frio, e daí foi
mandado marchar para Chaves, através da serra do Marão por Mondim
de Basto e Pernalves.
Depois
de expulsos os franceses, voltou o general Bacelar para o seu
comando da Beira, e tendo sido promovido a tenente-general, em Viseu
se conservou até que, sendo lhe dado, em junho de 1810, o comando
superior dos corpos de Milícias e Ordenanças das três províncias
do norte e partido do Porto, foi estabelecer o seu quartel general
em Lamego. Nesta situação cuidou atentamente em organizar as
tropas auxiliares do exército da província, e quando Massena
invadiu o território português, Bacelar manteve por muito tempo
livres dos inimigos as províncias do norte do reino, e em seguida
operando contra Drouet sobre o Alva e contra Claperéde, que havia
ocupado Lamego, conseguiu por fim, quando as tropas imperiais
retiravam, limitar o flanco esquerdo destas ao Mondego e preservar
os povos da margem direita desse rio dos horrores e catástrofes que
acompanhavam a passagem dos soldados franceses. Os serviços que então
prestou e nosso general tiveram por prémio uma carta de louvor do
marechal Wellington, a qual foi publicada, na Ordem do Dia, e mais
tarde o título de visconde de Monte Alegre, que o soberano lhe
conferiu no dia 17 de dezembro de 1811. Ainda no ano seguinte tomou
parte nas operações militares, quando Marmont e Brenier devastaram
algumas terras nossas próximas da fronteira, e daí por diante
continuou tranquilamente no seu comando da Beira até falecer em
Viseu.
O
visconde de Monte Alegre casou a 16 de julho de 1776 com D. Joana
Delfina Vanzeler Teixeira de Andrade Pinto, filha de Pedro Francisco
Vanzeler, coronel de dragões e governador do forte de S. Noutel em
Chaves, e de sua mulher, D. Maria Josefa Barbosa da Silva Teixeira
de Andrade Pinto.
Genealogia de Manuel Pinto de Morais Bacelar Geneall
Manuel
Pinto de Morais Bacelar, 1º visconde de Monte Alegre Genealogy
(Geni.com)
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