Moço
fidalgo com exercício, grã-cruz da Ordem de S. Gregório Magno de
Roma, e da Coroa de Carvalho do Luxemburgo, fundada pelo grão-duque
Guilherme II.
Nasceu
a 11 de julho de 1822, faleceu em Lisboa a 25 de março de 1905. Era
filho do 3.º conde da Redinha, Nuno Gaspar de Carvalho Daun e
Lorena, e da condessa, sua mulher, D. Maria Vitória de Sampaio Melo
e Castro.
Era
um dos membros mais ilustres do partido legitimista. Herdou o título,
por morte de seu irmão mais velho, Manuel Maria da Luz de Carvalho
e Lorena. Merecendo especial simpatia do ramo proscrito da Casa de
Bragança pelos valiosos serviços que lhe prestara, foi alvo também
das mais altas distinções. O conde da Redinba foi pela primeira
vez às terras do exílio, tomando parte na deputação do partido
legitimista que, obedecendo aos desejos instantes da viúva de D.
Miguel e ao sentir do próprio partido, conduziu em mãos
portuguesas ao seio da terra estranha o cadáver do príncipe
proscrito. Quando mais tarde faleceu monsenhor Povolide, D. José
Maria da Cunha, foi o conde da Redinha nomeado tesoureiro da Subscrição
alimentícia da real família exilada,
lugar que exerceu até que esses honrosos sacrifícios partidários
puderam ser dispensados. Em abril de 1870 foi convidado a ir para
Roma servir de camarista ao jovem D. Miguel, filho do príncipe
proscrito, que estava então naquela cidade com sua mãe e sua irmã,
a infanta D. Maria das Neves. No ano seguinte foi nomeado pela
grande reunião realizada em Lisboa em 4 de junho de 1871, para
fazer parte da deputação encarregada de felicitar Pio IX por ocasião
do seu 25.º aniversário pontifical. Em 1873 foi a Brombach
representar o duque de Bragança e assinar em seu nome o contrato
ante-nupcial da infanta D. Maria Teresa com o arquiduque de Áustria
Carlos Luís. Em 1874 foi novamente chamado para assistir às núpcias
da infanta D. Maria José com o duque da Baviera, Carlos Teodoro,
mas dessa vez a doença impossibilitou-o de comparecer à cerimónia,
fazendo, contudo, parte, em 1876, em nome do filho de D. Miguel,
para de acordo com os representantes dos príncipes, duque de Parma,
e conde de Bardi, estabelecer as bases do contrato nupcial entre
este último príncipe e a infanta D. Maria Aldegundes de Bragança.
Por
morte do Dr. Carlos Zeferino Pinto Coelho, chefe do partido
legitimista, tomou o conde da Redinha este honroso cargo, e em 1893
ainda saiu de Portugal para assistir ao casamento da infanta D.
Maria Ana de Bragança com o grão-duque herdeiro do Luxemburgo. O
conde da Redinha foi padrinho de D. Maria Antónia de Bragança,
filha mais nova do príncipe proscrito, sendo a ele que o
pretendente dirigiu a sua carta-manifesto em 1883. No ano de 1879 o
papa Leão XIII o agraciou com a comenda da Ordem de S. Gregório
Magno, e com a grã-cruz da mesma ordem em 1883. No ano de 1892, o
grão-duque de Luxemburgo lhe conferiu a grã-cruz de Wassan, com as
respectivas insígnias. Merecendo toda a confiança de D. Miguel e a
incondicional simpatia do seu partido, o conde da Redinha
prestou-lhe muitos serviços, de que só se afastara pela sua idade
muito avançada. Por ocasião da sua retirada da vida activa do
partido político, que sempre muito o considerou, recebeu o ilustre
fidalgo legitimista as mais penhorantes provas de respeito dos seus
correligionários e amigos, publicando o antigo jornal a Nação,
a 18 de março de 1899, o seu retrato acompanhado de frases muito
lisonjeiras. O conde da Redinha, como pertencente ao partido
legitimista, não quis aceitar o título nem a comenda da Ordem de
S. Tiago, dos governos liberais.
Era
conde da Redinha, por nascimento. Casou em 12 de maio de 1843 com D.
Maria Joana Curvo Semedo Delgado da Silva, filha do desembargador da
Casa da Suplicação, o dr. António Delgado da Silva, cavaleiro da
Ordem de Cristo, e de sua mulher, D. Maria Amália Ludovice Curvo
Semedo, descendente do célebre Geraldo Sem Pavor, o
conquistador da cidade de Évora.