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Santarém
(Manuel
Francisco de Barros e Sousa de Mesquita de Macedo Leitão e
Carvalhosa, 2.º visconde de).
n. 18
de novembro de 1791.
f. 17
de janeiro de 1855.
Senhor
de Pontével, Ereira e Lapa, alcaide-mor de Santarém, Golegã e
Almeirim; senhor do morgado de Vaqueiros, oficial-mor da Casa Real,
guarda-roupa de D. Maria I, comendador das ordens de S. Tiago e da
Torre e Espada e grã-cruz da de Cristo; grã-cruz da de Carlos III,
de Espanha, oficial do Cruzeiro do Brasil; ministro de Estado,
guarda-mor da Torre do Tombo, sócio das Academias Reais das Ciências
do Lisboa e de Berlim; do Instituto de França, das Sociedades de
Geografia de Berlim, Franqueforte, Londres, Paris, e S. Petersburgo;
do instituto Histórico e Geográfico do Brasil, etc.
Nasceu
em Lisboa a 18 de novembro de 1791, faleceu em Paris a 17 de janeiro
de 1855. Era filho do 1.º visconde do mesmo título, e da sua
primeira mulher.
Órfão
de mãe aos três anos incompletos de idade, foi aos onze colocado
por seu pai no Colégio dos Nobres em 24 de janeiro de 1803, onde
frequentou os estudos até 23 de outubro de 1807. Partindo a família
real em novembro seguinte para o Brasil, o jovem estudante também
embarcou,
indo na companhia de seu tio por afinidade, Francisco José Rufino
de Sousa Lobato, guarda-roupa de D. Maria I, e depois 1.º barão e
1.º visconde do Vila Nova da Rainha, casado com D. Maria Leocádia
Barbosa de Sousa, irmã do 1.º visconde de Santarém, e açafata da
rainha D. Maria I. No Rio de Janeiro começou logo a manifestar
grande dedicação por investigações históricas, com
especialidade, as referentes à, diplomacia, nos arquivos do Estado,
sendo igualmente um dos mais assíduos frequentadores e estudiosos
do gabinete de manuscritos e da Biblioteca Real daquela cidade,
cujos livros haviam constituído a preciosa biblioteca da Ajuda,
começada a organizar pelo rei D. José e que foram enviadas ao
Brasil por ordem do príncipe regente D. João em 1811.
Em 1809 principiou a coligir e a classificar por ordem cronológica
e a dividir por potências todos os apontamentos e notícias dos
documentos diplomáticos que encerram as nossas relações com as nações
estrangeiras. Em 1811 foi nomeado conselheiro de embaixada para
acompanhar o ministro plenipotenciário António Saldanha da Gama,
mais tarde conde de Porto Santo, ao congresso de Viena
de Áustria. Passaram-se ordens, para que fosse conduzido na corveta
que devia trazê-los para a Europa. Mas dias depois, tendo-se
considerado que estando ele encarregado da redacção de várias memórias
sobre os limites das nossas possessões ao sul da América e sobre
Olivença para serem enviadas tanto a Londres como Viena, em consequência
das disputas que então tínhamos com a corte de Madrid, se decidiu
que ficasse rio Brasil, e que só mais tarde fosse preencher uma das
missões vagas. Continuando pois a residir no Brasil, entregue aos
seus trabalhos predilectos, enamorou-se pouco depois de D. Maria Amália
de Saldanha da Gama, filha do 6.º conde da Ponte, João de Saldanha
ria Gama, governador da Baía, já então falecido, e sobrinha do já
citado António de Saldanha da Gama, com quem veio a casar a 30 do novembro
de 1816, na capela real do Rio de Janeiro.
Em
setembro de 1817 foi nomeado conselheiro de embaixada em Paris, e
voltando ao Brasil no fim desse armo, o ministro dos estrangeiros,
João Paulo Bezerra, lhe participou, que lhe estava reservada uma
das comissões da Europa, excepto a de Turim, por estar destinada ao
conde de Linhares. Por decreto de 6 de fevereiro de 1818, dia da
aclamação de D. João VI, sendo ainda desconhecida no Rio do
Janeiro a morte do 1.º visconde de Santarém, foi concedida ao
filho uma vida no título de seu pai, decreto que depois foi
confirmado pelo do 28 do mesmo mês e ano. Sucedeu a toda a casa
paterna e nos cargos que seu pai exercia sondo em 1819 autorizado a
tomar posse por seu bastante procurador. Resolvendo-se estabelecer
com a Dinamarca, como antigamente relações diplomáticas entre os
dois países por enviados extraordinários, foi nomeado o visconde
de Santarém, por decreto de 22 de janeiro do citado ano de 1819,
para servir na corte de Copenhaga com o carácter de encarregado de
negócios. Tendo de ir desempenhar este cargo, ou pelo menos ir
tomar posse, o visconde de Santarém saiu do Rio de Janeiro para a
Europa a 9 de abril desse ano, tendo então já coligido um tão
grande número de documentos diplomáticos, que a este tempo já
constituíam oitenta volumes, na maior parte in-folio. Em julho
ou agosto achava-se em Inglaterra, onde fez várias excursões pelo
interior, visitou a biblioteca pública de Plymouth, e passou a
Lisboa, fixando aqui residência para se ocupar dos negócios de sua
casa, agora mais complexos por causa de inventário e partilhas, e
para poder entregar-se a novas investigações diplomáticas nos
abundantes e riquíssimos documentos arquivados na Torre do Tombo,
onde por decreto de 31 de março de 1819, havia ordem para lhe serem
dadas todas as cópias que ele pedisse. Foi durante a sua residência
em Lisboa, que recebeu de D. João VI a mercê da alcaidaria mor de
Santarém, em sua vida, por alvará de 25 de agosto do mesmo ano, e
carta de 19 de abril de 1820.
Os
acontecimentos políticos de 1820, a que não aderiu, mostrando
grande predilecção pelos ideais absolutistas, o obrigaram a
abandonar Portugal, saindo a muito custo com oito pessoas de família
a 30 de setembro desse ano em direcção à Inglaterra, e chegando a
Falmouth a 15 do mês seguinte, seguiu para Londres, e daí para
Paris onde chegou a 21 de novembro. Durante a sua permanência nesta
cidade entregou-se a um trabalho espinhoso, examinando setenta e
quatro códices da Biblioteca Real, além dos manuscritos da
Biblioteca do Pantheon, da Biblioteca Mazarina o outros
arquivos de França. Foi por este tempo que nos Anais das Ciências,
das Artes e das Letras, publicados
em Paris, começaram a aparecer alguns escritos do visconde de
Santarém. Na Áustria realizava-se então o congresso de Larjbac, e
o ilustre diplomata foi quem em Paris recebeu do Brasil certas
ordens e instruções, que deviam ser transmitidas ao plenipotenciário
de Portugal que fosso assistir àquele congresso. Entretanto
rebentou no Rio elo Janeiro a revolução de 25 de fevereiro de
1821, que obrigou a família real a voltar para Lisboa. O visconde
de Santarém, tendo-se demitido do seu cargo, regressou também a
Lisboa. A Academia Real das Ciências o admitiu como sócio
correspondente, a 12 de dezembro de 1821. Dois anos depois foi-lhe
participado pelo conde do Palmela (nomeado ministro dos Estrangeiros
em julho do 1823), que o governo o nomeara enviado extraordinário e
ministro plenipotenciário para os Estados Unidos. Os diplomas, porém,
não chegaram a ser assinados em consequência da recusa persistente
e terminante do visconde em aceitar essa missão. Os motivos da
escusa apresentados a D. João VI, foram por este benevolamente
aceites, de sorte que não só os acolheu, como também lhe mandou
declarar que não o consideraria fora da carreira, e que logo que
houvesse uma missão vaga na Europa, seria ele o nomeado,
conservando-lhe, portanto, as honras inerentes. Por proposta de
Palmela, já então com o título de marquês, foi nomeado
guarda-mor da Torre do Tombo, pelos decretos de 13 e 27 de julho de
1821.
Tendo
falecido D. João VI, e tomando a regência do Reino a infanta D.
Isabel Maria, o visconde de Santarém foi nomeado ministro do Reino
por decreto de 8 de junho de 1827, acumulando depois os negócios
desta pasta com os de Marinha e Ultramar por decreto de 14 do agosto
do mesmo ano, de ambos os quais, porém, veio a ser exonerado por
decreto de 5 do mês seguinte. Entregue a regência do Reino ao
infante D. Miguel em Fevereiro do 1838 foi distribuída ao visconde
do Santarém a pasta importantíssima do Ministério dos
Estrangeiros, por decreto de 13 de março do mesmo ano,
conservando-a mesmo depois de D. Miguel ter passado de regente a
rei. Começou então uma época de verdadeiro martírio para esse
espírito inteligente e elevado, que tinha bastante lucidez para dar
os melhores conselhos, mas que não tinha bastante energia para os
fazer triunfar. Via os erros que se cometiam, e não os podia
remediar, e envolvia assim a sua responsabilidade efectiva, posto
que muitas vezes não tivesse realmente a responsabilidade moral dos
erros praticados. Este proceder do ilustre ministro acarretou-lhe a
má vontade dos colegas, que repeliam os seus conselhos, e as
intrigas que se forjaram contra ele, foram-se avolumando, chegando a
tal ponto que D. Miguel ao partir para Santarém, em 1833, o
demitiu, nomeando ministro dos Estrangeiros o conde de S. Lourenço,
a esse tempo ministro da Guerra. Julga-se que uma das causas
principais deste desvalimento, fora o célebre parecer dado por ele
ao duque de Lafões em ofício de 21 de março de 1833, acerca da
forma de conceder uma capitulação a D. Pedro, que chegara a pensar
nessa resolução extrema, num momento era que vira a sua causa
completamente perdida. Esse ofício que os liberais encontraram na
secretaria em Lisboa, e que foi publicado na Crónica
Constitucional de 17
de setembro do 1833, faz honra ao visconde de Santarém, à lucidez
do seu espírito e à sua perspicácia política, mas não
contribuiu pouco, decerto, para que no campo dos miguelistas fosse
apontado como constitucional declarado e perigoso. D. Pedro, regente
em nome de D. Maria II, também o exonerou do cargo de guarda-mor da
Torre do Tombo em julho de 1833. Na noite do 24 para 25 deste mês,
José Joaquim dos Reis e Manuel Vaz Parreiras, por ordem vocal que
lhes foi dada pelo encarregado da policia, se dirigiram à casa do
visconde de Santarém, e apreenderam toda a correspondência que
encontraram. O auto da diligência e inventário dos papéis
apreendidos foram remetidos em 8 de agosto a Cândido José Xavier
por Bernardim de Sousa e Luís Teixeira Homem de Brederode, sendo
nomeada uma comissão para proceder ao exame desses papéis. Apesar
do procedimento severo que D. Miguel tivera com o visconde de Santarém,
quando D. Miguel se viu obrigado a aceitar a convenção de Évora
Monte e a partir para o exílio, o visconde veio a Lisboa,
reconheceu o governo constitucional, e pedindo regularmente o seu
passaporte, que lho foi passado a 11 de junho de 1834, retirou-se
para Paris, e nunca mais voltou a Portugal.
Vendo-se
então naquela cidade, livre dos cuidados da política, e tendo à
sua disposição as mais ricas e selectas bibliotecas, voltou a
ocupar-se dedicadamente dos seus predilectos estudos, e principiou
essa longa e admirável campanha a favor dos direitos e da glória
dos portugueses na África, e em geral nas províncias por eles
descobertas. O governo aproveitou o seu talento e o seu estudo para
o encarregar de missões puramente literárias, encarregando-o em
1842 de publicar o Quadro elementar das relações políticas e
diplomáticas em Portugal com as diversas potências do mundo,
etc., e em 1816 o Corpo diplomático português.
São duas publicações valiosas e interessantíssimos os prólogos
e as notas com que o autor precede e acompanha cada um dos seus
volumes, mas os seus estudos cosmográfico-históricos é que são
realmente de extraordinário valor. Manejando perfeitamente a língua
francesa que empregava de preferência nas suas publicações de
história, de geografia, o visconde de Santarém foi o denodado
campeão dos direitos portugueses, e tão profundamente estudou e
conheceu esses assuntos, que apesar de não ter posição oficial,
era ele sempre o consultado pelo nosso ministro em Londres, conde de
Lavradio, que de aquela cidade ia a Paris de propósito para o
consultar, sempre que tinha alguma questão importante colonial para
discutir com o governo inglês. Quando o rei D. Pedro V andou
viajando esteve em Paris, assistindo nas Tulherias com o imperador
Napoleão III a uma recepção oficial, não conhecia pessoalmente o
visconde de Santarém, que também ali se encontrava confundido na
multidão. O imperador, notando isso, apresentou-o ao monarca
português, e D. Pedro V pediu-lhe desculpa de lhe não ter falado,
mas que somente o conhecia de nome. Instou para que o procurasse
todos os dias no pavilhão de Flora, onde eram os seus alojamentos,
para conversarem largamente nos assuntos que formavam a preocupação
do visconde, a que eram uma das grandes preocupações do moço e
estudioso soberano. Nessas longas conversações, D. Pedro V muitas
vezes insistiu com o visconde para que voltasse a Portugal, a que
ele constantemente se eximiu a acertar o convite, alegando que
estava em Paris no meio dos seus manuscritos, dos seus mapas o que
dificilmente encontraria em Lisboa os elementos de estudo que tinha
na capital francesa. A razão principal da recusa, era, que o
visconde de Santarém, mesmo por estar queixoso de D. Miguel a ponto
de ter quebrado todas as suas relações com o príncipe proscrito,
não queria aceitar mercê ou graça que pudesse implicar como que
uma recompensa desse procedimento que só o ressentimento lhe
inspirava.
A
obra com que o visconde de Santarém parece ter-se estreado na sua
longa carreira de erudito, é a Análise
histórico
numismática
de uma medalha de ouro do imperador Honório,
do quarto século
da era cristã.
Foi escrita no Rio de Janeiro em 1818, e imprimiu-se depois em
Falmouth, mas não se sabe em que ano. Por esse tempo trabalhava o
visconde ardentemente nos seus estudos diplomáticos, e segundo
consta, já em 1822 coleccionara os tratados celebrados por Portugal
até aos fins do século XVI, colecção que abrangia vinte e um
volumes. A sua missão de Copenhaga, depois os sucessos políticos
que se seguiram, desviaram-lhe a atenção dos estudos em que andava
empenhado, e só em 1825, depois, de ter sido nomeado guarda-mor da
Torre do Tombo, é que escreveu e imprimiu um novo livro intitulado:
Memórias
cronológicas
e autênticas
dos alcaides-mores
da vila
de Santarém,
desde o princípio
da monarquia
até ao presente. Essa
Memória
tratava de um assunto, por assim dizer pessoal, pois que a
alcaidaria-mor de Santarém fora dada a seu pai juntamente com o
viscondado. Membro da Sociedade Geográfica Francesa, o visconde de
Santarém foi um dos seus mais activos relatores, ocupando-se sempre
com grande predilecção das coisas portuguesas. Sendo tão
apreciado no estrangeiro como era em Portugal não só pertencia,
conforme dissemos, à Academia Real das Ciências, de Lisboa, como
também à Academia e à Sociedade dos Antiquários de Paris, e ao
Instituto de França, honra que dificilmente alcança um
estrangeiro. Era membro de muitas sociedades cientificas, já acima
citadas.
Bibliografia:
Notícia
dos manuscritos pertencentes ao direito público externo diplomático
de Portugal, e à história e literatura do mesmo país, que existem
na. Biblioteca Real de Paris, e outras da mesma capital, e nos
arquivos de França, examinados e coligidos, etc.
, Lisboa, 1827; foi reimpressa em 1865; Memória para a história
e teoria das Cortes gerais, que em Portugal se celebraram pelos três
estados do reino; ordenadas e compostas no ano de 1824, Parte I,
Lisboa, 1827; Parte II, 1828; a estas se juntam 2 opúsculos,
publicados em 1828 com o título de Alguns documentos para
servirem de prova à primeira parte, etc. e Alguns
documentos, etc., de prova à segunda parte; Lettre a M .
Mielle, officier de l'Université de France, etc., sur son
projet de l'Histoire religieuse et litteraire des Ordres monastiques
et militaires, Paris, 1835; a esta carta acrescentava em 1836; Notes
additionelles de Mr. le Vicomte de Santarem à Ia Lettre qu'il
adresse a Mr. le Baron Mielle; De l'introduction des procédés
relatifs à Ia fabrication des étoffes de soie dans Ia Peninsule
hispanique sous Ia domination des Arabes, Paris, 1838; Analyse
du Journal de Ia navigation de Ia flotte qui est allée à Ia terre
du Brésil de 1530 a 1532 pour Pedro Lopes de Sousa, publiée pour
Ia premiére fois á Lisbonne par Mr. de Varnhagen, Paris, 1810;
Introduccão e notas á Crónica do descobrimento e conquista da
Guiné, por Azurara, etc. , Paris, 1811; Memória sobre a
prioridade dos descobrimentos portugueses na costa de África
Ocidental, para servir de ilustração à «Crónica da Conquista da
Guiné» por Azurara, Paris, 1841; foi mandada imprimir pelo
governo em número de 500 exemplares, tirando-se 1.000 da que se
publicou em francês, mais ampliada, com o título: Recherches
sur Ia priorité de Ia découverte des pays situés sur Ia côte
Occidental d'Afrique, au-delà du cap Bojador, et sur les progrés
de Ia science qéographique, aprés les navigations des portugais au
XV siécle, acompagnées d'un Atlas composé de mappe-mondes, et de
cartes pour le plupart inedites, dressées depuis le XI jusqu'au
XVII siècle, Paris, 1812; Notice sur André Alvarez d'Almada
et sa Description de la Guiné, Paris, 1842; Quadro elementar
das relações politicas e diplomáticas de Portugal com as diversas
potências do mundo, desde o princípio da monarquia portuguesa até
aos nossos dias; Paris: tomo I e II; 1842; tomo III, e tomo IV
(1.ª parte), 1843; torno IV (2.ª parte), 1844; estes 5 volumes
incluem os documentos que dizem respeito ás relações de Portugal
o Espanha; tomo V, 1815; tomo VI, 1850; tomo VII, 1851; tomo VIII,
1853; neste volume ficou interrompida a série dos documentos
concernentes ás relações de Portugal com a França, vendo-se o
autor obrigado por motivos imprevistos a espaçar a continuação, o
a ocupar-se imediatamente do que dizia respeito à Inglaterra, e
nessa conformidade, imprimiu o tomo XIV, Paris, 1853; foi o último
tono que se publicou em vida do visconde, saindo póstumos o XVI e
seguintes, cuja publicação o governo cometeu à Academia Real das
Ciências; Corpo diplomático português, contendo todos os
tratados de paz, de aliança, de neutralidade, de trégua, de comércio,
de limites, de ajuste de casamentos, de cessões de território e de
outras transacções entre a coroa de Portugal e as diversas potências
do mundo, desde o princípio da monarquia até aos nossos dias;
tomo I. Portugal e Espanha, Paris, 1846; Notice sur la vie
et les travaux de M. da Cunha Barbosa, secrétaire perpetuel de
l'Institut historique et géographique du Brésil, etc. (Extrait
du Bulletin de Ia Société de Géographie, Mars, 1847),
Paris; Mémoire sur Ia question de savoir aquelle époque l'Amérique
meridionale a cessé d'être réprésentée dans les cartes géographiques
comme une ile d'une grande étendue (Extrait du Bulletin
de Ia Société de Géographie, Mars, 1817), Paris; Examen des
assertions contenues dans un opuscule intitulé «Sur Ia Publication
des Monuments de la Géographie» publié au mois d'Aout, 1847;
Paris; Florida Blanca (Le Comte de); extrait de l'Encyclopédie
des gens du monde, tomo XI, 1.e partie, Paris; Recherches
historiques, critiques et bibliographiques sur Améric Vespuce et
ses voyages, Paris, sem data; o autor publicara anteriormente um
esboço deste seu trabalho, com o titulo: Recherches sur Améric
Vespuce, et sur ses prétendues découvertes em 1501 et 1503 (Extrait
du Bulletin de Ia Société de Géographie, n.º 11) Paris,
1836; Notice sur l'état actuel de la publication de l'Atlas de
Mr. le Vicomte de Santarem, composé de mappe-mondes, de portulans
et de cartes historiques, depuis te VI jusqu'au VIII siécle, pour
Ia plupart inedites, tirées des manuscripts des différents bibliotéques
de l'Europe, pour servir, de preuves à l'Histoirre de la Géographie
da moyenage, et à celle des découvertes des portugais, Paris,
1816; Rapport lu par M. te Vicomte de Santarem à la Societé Géographique
sur l'ouvrage de M. Lopes de Lima intitulé: « Ensaios, etc.»,
Essais statistiques sur les possessions portugaises en outre-mer
(Extrait du Bulletin de Ia Societé de Géographie, Mars,
1846), Paris; Note sur la veritable date des instructions donnés
a un des premiers capitaines qui sont allés duns l'Inde aprés
Cabral, publiées dans les Annales Maritimes de Lisbonne, cahier,
n.º 7, 1815 (Extrait du BuIletin de Ia Société do Géographie,
septembre, 1846); Rapport sur une Mémoire de M. da Silveira,
reIativement à Ia découverte des terres du Prétre Jean de Ia Guinée
par les portugais, Paris, 1846; a obra de que se trata,
intitula-se: Memoria cronológica acerca do descobrimento das
terra, do Preste João das Índias, etc. coordenada por
Albano da Silveira; Essai sur l'histoire de Ia Cosmographique et de
Ia Cartographie pendant le moyen age, et sur les progrés de Ia Géographie
après les grandes découvertes du XV siécle, pour servir
d'introduction et d'explication á l'Atlas composé de mappe-mondes
et de portulans, et d'autres monuments géographiques depuis le VI
siécle de notre ére jus qu'au XVII, Paris, tomo I, 1849; II,
1850; III, 1852, De cada um destes volumes, impressos por ordem do
governo, tiraram-se 600 exemplares. O autor pretendia encerrar toda
a obra em 4 tomos. José da Silva Mendes Leal foi encarregado, por
decreto de 7 de Outubro de 1857, da sua continuação e parece que
se tomara a deliberação de ampliá-la até 6 tomos; Demonstração
dos direitos que tem a coroa de Portugal sobre os territórios
situados na costa Ocidental de África, entre o 5.º grau e 12
minutos e o 8.º de latitude meridional, Lisboa, 1855. O governo
mandou fazer uma tradução em inglês, Londres, 1856, que depois se
reimprimiu em 1877.
A
Sociedade de Geografia de Lisboa dedicou à memória do visconde de
Santarém uma sessão solene, em 11 de janeiro de 1907, na majestosa
sala Portugal, a que assistiu o rei D. Carlos, sendo inaugurado o
retrato daquele ilustre português, que especialmente se dedicou às
ciências geográficas deixando-nos notáveis e valiosas obras. O
retrato foi oferecida à Sociedade
do Geografia por seu neto, o actual visconde de Santarém. O
Elogio histórico foi feito pelo vice-presidente da Sociedade, o sr.
Vicente Almeida de Eça. Nos Boletins da Sociedade do
Geografia de 1904 e 1905, vêm publicadas algumas cartas inéditas
do visconde de Santarém. Em 1909, o sr. António Baião, director
da Torre do Tombo, publicou em Coimbra, o seguinte opúsculo: O
visconde de Santarém, como guarda-mor da Torre do Tombo. É uma
verdadeira homenagem histórica, onde se põem em relevo os notáveis
serviços que o ilustre diplomata e escritor prestou àquele
arquivo. O seu neto, 3.º visconde de Santarém, publicou em Lisboa,
1910, o seguinte: 2.º Visconde de Santarém: Opúsculos e
Esparsos, coligidos e coordenados por Jordão de Freitas, e
novamente publicados pelo 3.º visconde de Santarém; são 2
grossos volumes.
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Manuel
Francisco de Barros e Sousa da Mesquita de Macedo Leitão e
Carvalhosa, 2.º visconde de Santarém Genealogy (Geni.com)
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