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Vasconcelos (Diogo Mendes).
n. 1
de maio de 1523.
f. 24 de dezembro de 1599.
Celebre latinista. Nasceu em Alter do
Chão em 1 de maio de 1523, faleceu em Évora a 24 de dezembro de
1599.
Era filho de Gonçalo Mendes de
Vasconcelos, e sobrinho do bispo de Viseu, D. Gonçalo Pinheiro, que
dirigiu a sua educação até 1537, ano em que teve de sair para
França como embaixador de D. João III. Como, porém, visse que
teria de se demorar, mandou ir para ali o sobrinho, e fê-lo entrar
no colégio de Bordéus, de que era reitor André de Gouveia. Foi
depois estudar jurisprudência na Universidade de Tolosa, vindo em
1543 concluir os seus estudos a Coimbra, onde se doutorou em ambos
os direitos. Ainda tornou a França a completar a sua esmeradíssima
educação nas universidades de Orleães e de Paris. Tendo adquirido
assim grandíssima reputação de ciência, teve a honra de ser
escolhido por D. João III para ser um dos seus embaixadores no
Concilio do Trento. Tendo-se interrompido e concilio pouco depois da
sua chegada, fez uma viagem a Itália, e tornando a Portugal,
recebeu um canonicato em Évora, e foi nomeado inquisidor dessa
mesma cidade pelo cardeal D. Henrique, inquisidor-mor, cargo que
mostrava que, se adquirira ciência nas universidades estrangeiras,
não levantara contudo bastante o seu espirito à altura de
elevadíssimos deveres que impõe às consciências um alto grau de
cultura intelectual. Deixou de ser inquisidor em 1573, e
conservou-se em Évora, onde anos mais tarde veio a falecer.
É longa a lista das suas obras,
porque demais a mais escreveu em variados géneros, sendo émulo de
André do Resende em assumptos arqueológicos, como o provam os scholios
latinos que compôs à famigerada obra de André de Resende sobre as
antiguidades lusitanas, e os comentários do município de Évora
também em latim, obras que saíram juntamente com o livro de
Resende e com uma autobiografia de Diogo Mendes de Vasconcelos
escrita em latim nas edições de Colónia de 1600, e de
Franquefurte de 1603 e de 1608. Em 1591 imprimiu em Évora a Vida
de D. Gonçalo Pinheiro, em latim, que se reimprimiu em Roma no
ano de 1597, e em Franquefurte no de 1608; e em 1593 imprimiu
também em Évora a Vida de André de Resende, em latim, que
se reimprimiu em Colónia em 1600. Escreveu igualmente a Vida de
Miguel Cabedo, impressa em Roma, 1597, e reimpressa em
Franquefurte em 1608. Na Biblioteca Lusitana de Barbosa
Machado vêm mencionadas muitas das suas obras, todas em latim; as
únicas que publicou em português foram uns Discursos da
agricultura, e uma Oração do Padre-nosso e da Ave-maria,
não só em verso português, mas também em verso latino.
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