A Internet

 



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Aquilo que chamamos Internet, e que muitas vezes não sabemos na verdade o que é, não é mais do que uma Rede de Computadores, a que os latino-americanos chamam de "Rede Mundial de Computadores." Esta rede tem um protocolo de comunicações que conhecemos por IP - Internet protocol.

Pintura
O Marceneiro de rodas

A história é conhecida. Começou na época da "Guerra das Estrelas," esse período frenético, e perigoso, de corrida aos armamentos que levou à implosão da União Soviética. O protocolo IP foi criado para permitir que a informação transmitida fosse dividida em pequenos pacotes e que se uma linha de transmissão dos dados não estivesse acessível, por um motivo qualquer, os dados encontrassem um outro caminho alternativo, sendo que só a conjugação dos diferentes pacotes num determinado computador permitiria visualizar os dados enviados. O exemplo que se dava há uns anos é que na Internet o caminho mais curto entre dois computadores ligados à Internet em Lisboa poderia passar pelo Japão. 

A futura Internet começou por ligar dois centros de investigação em duas universidades americanas, para permitir o envio de mensagens, e depois de ficheiros, de uma forma rápida e segura. O protocolo era, e é, extremamente flexível, e a rede teve um enorme sucesso na comunidade universitária onde foi aproveitada muito rapidamente para permitir o acesso aos arquivos das universidades. Os gopher apareceram por isso mesmo - e é o sector da rede onde se encontram as coisas mais extraordinárias; ou era porque a maior parte das páginas escritas para gophers está a ser transferida para html. Se existiu um Eldorado na Internet ele esteve aqui, e era pesquisável por meio de um programa chamado Veronica. Sendo um meio de arquivo hierárquico tornava necessário a existência de um centro, de um local que fosse considerado o começo - chamava-se "The Mother of all Gophers", que eram os servidores gopher da Universidade de Michigan. Outro sector extremamente interessante permitindo a divulgação de informação sem restrições de qualquer espécie foi e é a  Usenet, com a aparição dos "Newsgroups", que vieram substituir definitivamente as extraordinárias BBS.

Só há cerca de 7 anos é que a Internet se tornou aquilo que é hoje -  a World Wide Web (A Teia Global), que não é mais do que o sector da Internet onde é possível a visualização de ficheiros multimédia. Porque o grande problema dos programas informáticos existentes na altura - o DOS e o UNIX - é que não eram programas gráficos. Alguns pessoas ainda se lembrarão que foi só com o aparecimento do WordPerfect que a apresentação de uma fórmula passou a ser possível de uma forma relativamente fácil - digamos uns 5 minutos !. Não foi por acaso que o HTML foi inventado num dos maiores centros de pesquisa do mundo - o CERN, sedeado na Suíça.

Demorou algum tempo, mas hoje o IP é um protocolo de comunicações usado globalmente e não só quando nos ligamos à Internet. Permite o envio de mensagens escritas, de faxes, de ficheiros, de documentos de texto, de som e de imagens. Permite que todos estes tipos de documentos sejam visto ao mesmo tempo.

O futuro, já se sabe, passará por aqui. 

E o futuro é a produção de conteúdos distribuídos por meio de um protocolo de comunicações universal, e consultáveis por meio de diferentes terminais. Se quisermos ter capacidade de processamento dos conteúdos então utilizaremos um computador, se só nos interessam numa perspectiva lúdica então teremos uma televisão digital, se quisermos pequenas informações em locais que não são nem a nossa casa nem o nosso local de trabalho então iremos querer um telemóvel da 3.ª geração, etc. etc. Mas poderemos ter isto tudo num único produto, nos centros de diversão que já existem em torno de um computador com monitores gigantes. Poderemos querer ter o produto em papel, e então poderemos imprimi-lo, se o quisermos impresso como uma revista ou como um livro, então enviaremos os conteúdos para uma tipografia.

Por isso, o HTML, ou o que lhe sucederá, irá tornar-se o formato único de escrever, produzir bases de dados, folhas de cálculo, etc., o que tornará obsoleto a diferença entre sistemas operativos, baseados em processadores incompatíveis.

A unificação é o futuro, mas ela vai demorar.  Pouca gente se apercebeu que a primeira machadada dada na Nova Economia, quase antes de ela nascer, foi a recusa por parte dos operadores americanos de televisão de compatibilizar a resolução da TV digital com a dos monitores para computadores.  Os operadores tinham razão para estar apreensivos, e no fundo a crise das "dot.com", veio dar-lhes razão. A unificação ficou assim adiada por algum tempo.

As dificuldades continuarão enquanto se não realizarem duas coisas. A primeira, é a unificação da distribuição e da recepção dos conteúdos. Este problema, ao contrário do que pode parecer, é o mais fácil de resolver. É uma questão de as empresas - o mercado - descobrirem que é mais barato distribuir desta maneira. Uma crise na compra de espaço publicitário poderá levar a essa unificação.  A segunda é, penso, o problema mais importante e mais difícil de resolver. O que é que este meio unificado tem para dar às pessoas? Serviços, e só serviços. Mas serviços inovadores.

Uma empresa que me parece interessante de seguir é a Epinions (www.epinions.com). Esta empresa pretende que sejam os próprios consumidores a dar opiniões - «opinions» - sobre os produtos em que outros consumidores estão interessados. Para além disso, quando alguém se decide por um produto, e o quer comprar, o espaço permite escolhê-lo de uma lista comparativa, em que os produtos são listados por preço e rapidez de entrega, havendo ligações directas aos produtos apresentados nos locais comerciais. Como interessar os potenciais críticos a escrever para o espaço da Epinions? Dando-lhes uma parte dos ganhos com as potenciais vendas. Este tipo de serviço só é possível na Internet, e é claramente o que o diferencia dos outros meios. O espaço da Epinions na internet é um sucesso, e a empresa dirigida por gente vinda de grandes dot.com, como a Yahoo, @Home e American On Line (AOL), assim como da Netscape, espera vir a ser cotada, no futuro, na Bolsa de Nova Iorque.

A Internet e a educação, a investigação e a divulgação

O exemplo dado anteriormente é o modelo que, sendo um modelo comercial, deverá existir na educação, sendo que já existe em muitas universidades americanas, e que começa a existir em algumas instituições portuguesas. O que os estabelecimentos de ensino terão de dar aos seus alunos é, para além do ensino de qualidade, serviços, e inovadores. Deverão aconselhá-los, informá-los, dar-lhes acesso a currículos, bibliografias, textos, livros, documentos, por via electrónica; assim como às bibliotecas, arquivos, etc. E o aluno é que deve decidir o que utilizar, de uma lista que deve ser quase infindável, e que o obrigará a escolher e a necessitar de ajuda para escolher. Nada do que se fará por via electrónica substituirá o contacto directo com professores, papéis, livros, colegas, funcionários. Mas simplificará e muito o trabalho de todos. Sobretudo diminuirá muito sensivelmente o custo do ensino, permitindo desviar recursos para outras áreas.

Quando os investigadores puderem consultar os fundos dos principais arquivos portugueses, como já é possível fazer, em países como a Grã-Bretanha, por meio do seu computador, o trabalho de investigação será bastante mais rápido. Será preciso que a divulgação seja também electrónica e que as instituições de ensino negoceiem com as Editoras das revistas a sua divulgação pelos alunos e professores.

Mais importante do que isso, vai ser absolutamente necessário obrigar os professores  catedráticos e associados, mestres e licenciados de todas as áreas a criar páginas pessoais, com apresentação de currículos, divulgação de técnicas e experiências pessoais, análise de documentos, etc., etc. Os alunos devem ter para todas as disciplinas de todos os cursos, o programa da cadeira, as bibliografias fundamentais e secundárias, programação prévia das aulas, se possível com os sumários previstos, data dos testes e dos exames, tudo acessível a toda a população, para poder ser controlado por alunos, pais, ministérios, associações, etc., etc.. Aquilo que os docentes não tem tempo de dizer nas aulas e nos gabinetes, devem dizê-lo na Internet. Para que não haja desculpa de ninguém - nem dos professores, nem dos alunos, nem das direcções, nem dos ministérios, ... !

O que se está a criar é uma sociedade da informação, mas ela tem que se basear na existência de uma Sociedade Aberta - completamente aberta. Essa sim será a revolução a realizar em Portugal! Imaginar uma função pública com hábitos de responsabilização? Um inferno! Mas para a sociedade em geral um paraíso.

 


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