CRONOLOGIA DO LIBERALISMO - DE 1777 A 1926
O Vintismo
de Agosto de 1820 a
Maio de 1823
1820 Agosto, 13 - Beresford embarca para Inglaterra. Agosto, 24 - Pronunciamento militar no Porto. Forma-se uma «Junta Provisória do Governo Supremo do Reino», presidida pelo brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca. Setembro, 15 - Pronunciamento militar em Lisboa. A regência é destituída nomeando-se um Governo interino. Setembro, 27 - A Junta Provisória e o Governo interino, chegam a acordo, em Alcobaça, sobre a junção do dois órgãos de governo. Cria-se uma «Junta Provisional do Governo Supremo do Reino», presidida pelo principal Freire, decano da Igreja de Lisboa, tendo como vice-presidente António da Silveira Pinto da Fonseca, e uma «Junta Provisional Preparatória das Cortes», presidida pelo conde de Sampaio, e tendo como vice-presidente o conde de Resende. Outubro, 1 - Os membros da «Junta Provisória» chegam a Lisboa. Outubro, 10 - Beresford, chega a Lisboa, mas é impedido de desembarcar. Outubro, 17 - Chega ao Rio de Janeiro a notícia da revolução do Porto. Novembro, 11 - Eclosão da Martinhada, conflito que opôs, no dia de São Martinho, uma facção composta de todo o tipo de grupos políticos e sociais, mas dominada sobretudo pelos grupos mais conservadores do exército e da sociedade, a outra composta de liberais moderados. O brigadeiro António Silveira Pinto da Fonseca e outros membros conservadores são afastados dos órgãos de governo. - Chega ao Rio de Janeiro a notícia da adesão de Lisboa à revolução do Porto. Novembro, 19 - Declaração das potências reunidas do Congresso de Troppau, desde Outubro e até Dezembro, formulando explicitamente a política de intervenção e de reacção contra o movimento liberal que se espalhava pelos países do sul da Europa. Novembro, 22 - De acordo com as instruções, assinadas por Fernandes Tomás, as eleições para as Cortes serão realizadas com base na lei preconizada pela Constituição espanhola de 1812.
1821 Janeiro, 1 - A guarnição militar da cidade do Pará estabelece uma junta constitucional, na ausência do governador. Janeiro, 26 - Reunião das Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, escolhida em eleições por sufrágio indirecto. As sessões realizam-se no Convento das Necessidades. Janeiro, 30 - As Cortes decretam a formação de um Conselho de Regência, para exercer o poder executivo em nome de D. João VI. Fevereiro, 10 - Na Baía a guarnição militar cria uma junta governativa que jura fidelidade a D. João VI e à futura Constituição a promulgar em Portugal. Fevereiro, 12 - Decreto amnistiando todos os cidadãos que tinham sido perseguidos, desde 1807, pelas suas ideias políticas. Fevereiro, 18 - D. João VI informa, por meio de um decreto, que o príncipe D. Pedro irá para Lisboa. Fevereiro, 26 - Golpe de estado no Rio de Janeiro. Com a conivência de D. Pedro, D. João VI é obrigado a jurar as bases da futura Constituição, e a decidir-se pelo regresso a Portugal. Março - Revolução liberal no Piemonte, no Reino da Sardenha. Março - O Exército austríaco entra no Reino das Duas-Sicílias e restabelece o regime absolutista. Março, 2 - A censura prévia para impressão é suspensa. Março, 4 - A amnistia decretada em 12 de Fevereiro é tornada extensiva aos conspiradores de 1817. Março, 9 - São aprovadas as bases da nova Constituição Política. Abril - O Exército austríaco entra no Piemonte, no Reino da Sardenha e restabelece o regime absolutista. Abril, 2 - As Cortes fazem saber ao Conselho de Regência que apenas seria considerado «membro da Sociedade» quem jurasse a lei fundamental do País. Abril, 7 - Abolição dos direitos banais pelas Cortes Constituintes. Abril, 22 - D. João VI nomeia D. Pedro regente e seu lugar-tenente no Brasil. Abril, 26 - A Corte parte do Brasil para Portugal. Março, 20 - Extinção do Tribunal do Santo Ofício - a Inquisição. Fundação do Banco de Lisboa, primeira instituição bancária em Portugal. Em 1846 dará origem ao Banco de Portugal Abril, 7 - A Constituinte abole os direitos banais. Maio, 5 - Os bens da Coroa são declarados bens nacionais e incorporados na Fazenda Nacional. Junho, 5 - D. Pedro jura as bases da Constituição. Julho, 3 - A esquadra que trouxe D. João VI, e a Corte, de regresso a Portugal entrou no Tejo. Julho, 4 - D. João VI, após desembarcar na Praça do Comércio, e participar num Te Deum em sua honra na Sé, dirige-se às Cortes onde jura novamente as bases da Constituição. Setembro, 29 - As Cortes decretam o regresso imediato do príncipe D. Pedro a Portugal, para realizar uma viagem de estudo, por Espanha, França e Inglaterra. Dezembro, 24 - A Junta de Governo de São Paulo pede a D. Pedro para não regressar a Portugal.
1822 Janeiro, 9 - Os membros do Senado da Câmara do Rio de Janeiro pedem a D. Pedro para não deixar o Brasil. Fevereiro, 19 - Revolta da Baía contra o domínio português, imediatamente sufocada por ordem de D. Pedro. Junho, 22 - Lei dos Forais. Agosto, 6 - Num «Manifesto do Príncipe Regente do Brasil» às potências estrangeiras, D. Pedro declarava que Portugal atentara contra os direitos do Brasil e impunha uma «tirania portuguesa». Agosto, 21 - O Banco de Lisboa abre as portas ao público. Setembro, 7 - Proclamação da Independência do Brasil. D. Pedro põem-se à frente da Revolução brasileira, com o chamado «Grito do Ipiranga». Setembro, 23 - Promulgação da Constituição Portuguesa. Outubro, 1 - D. João VI jura a Constituição. A rainha, D. Carlota Joaquina recusa-se a jurá-la, sendo transferida do Paço da Bemposta para a Quinta do Ramalhão.. Outubro, 4 - Os trabalhos das Cortes Constituintes terminam.. Outubro, 13 - D. Pedro é aclamado imperador do Brasil e seu defensor perpétuo, com o título de D. Pedro I. Fundação da Sociedade Promotora da Indústria Nacional, constituída por capitalistas, comerciantes, industriais e intelectuais. Outubro, 18 - As casas conventuais são reduzidas, por decreto, e é proibida a admissão de noviços. Novembro, 15 - Iniciam-se os trabalhos das primeiras Cortes Ordinárias. Dezembro, 24 - As Cortes Ordinárias nomeiam uma regência para o Brasil, a funcionar na Baía, com jurisdição sobre todas as províncias.
1823 Fevereiro, 23 - Revolta anti-liberal do 2.º Conde de Amarante, e de outros oficiais, em Vila Real. É a consequência do afastamento deste grupo conservador na Martinhada. Março - Extinção de todas as portagens, com algumas excepções relativas à Alfândega de Lisboa. Abril, 7 - Invasão francesa da Espanha. Os «30.000 filhos de São Luís» vão repor o regime absolutista em Espanha. Maio, 27 a 31 - Sublevação do infante D. Miguel, em Vila Franca de Xira, e que ficou por isso conhecido pela Vila Francada. A Constituição é abolida, e o regime absoluto é restabelecido. D. Miguel é nomeado comandante-chefe do Exército, com o tíitulo de generalíssimo.
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