Noções gerais sobre metodologia e prática histórica.
2. Fichas As fichas são indispensáveis, tanto para o investigador como para o estudante. Elas são pontos de referência, pequenos fios de uma longa teia que vamos construindo ao longo dos anos. Constituir um ficheiro é uma das primeiras
necessidades de qualquer estudante e, claro, do investigador. Sobre este assunto não há regras
absolutas, e o que os professores, os investigadores e todas as pessoas que estudam num determinado momento um
assunto, para a realização de um trabalho
escolar ou de um relatório no emprego, podem fazer é transmitir a sua experiência de organização
do trabalho. Existem vários tipos de fichas, algumas são indispensáveis, outras estão dependentes do tipo de
trabalho que se irá realizar:
Se o objectivo fôr escrever o trabalho enumerando como foram encarados por diferentes autores um ou mais
assuntos, então o ficheiro a criar será formado por fichas temáticas.
Mas, se quisermos organizar a apresentação de um modo diferente, por exemplo,
por meio da descrição das posições de um autor sobre vários assuntos,
então realizaremos fichas de autor, e faremos uma ou mais fichas sobre
cada assunto tratado pelo autor estudado.
O tipo de ficha é determinado pelo tipo de trabalho, e pela maneira como o vamos apresentar.
Exemplo de uma ficha bibliográfica Na parte superior direita da ficha deve-se colocar a cota da Biblioteca em que a referenciámos, e do lado esquerdo para o que é que nos pode servir - para a introdução, para um capítulo, ou sub-capítulo, e assim por diante. As fichas bibliográficas são arrumadas em dois tipos de ficheiros: 1) O ficheiro bibliográfico, que registará todos os livros que se deverão procurar, e não apenas os que se tenham encontrado e lido; 2) O ficheiro de leitura, que compreende fichas dedicadas a livros, e artigos, que se leram efectivamente. O ficheiro bibliográfico deve acompanhar-nos sempre que vamos a uma biblioteca. As fichas só registam os dados essenciais do livro em questão e a sua localização nas bibliotecas que se tenha visitado. Poderá acrescentar-se uma nota qualquer, muito curta, a explicar porque estamos interessados em encontrar o livro, mas mais nada. Um ficheiro bibliográfico elaborado correctamente é um auxiliar extraordinário para o resto da vida. Com base nestas fichas criam-se as fichas de assuntos. As fichas bibliográficas devem ser escritas seguindo regras precisas de citação bibliográfica.
Todas as fichas são realizadas de acordo com uma regra geral: devem
conter uma única ideia ou a discussão de uma ideia, e conter informação de
uma única fonte. O formato pode ser um qualquer, mas o A5 como base parece-me o melhor; não
é grande nem é muito pequeno, e é um formato fácil de encontrar. Há os cadernos e
os blocos de apontamentos, e quando só temos folhas A4 à mão é fácil de
criar - é só dividir ao meio, não é verdade ! O papel em que se escreve não
deve ser muito leve, sendo que o mínimo deve ser o de 80 gr/m2, para
não se estragar ou
rasgar facilmente, e permitir a utilização dos mais diversos meios de escrita
- esferográficas, canetas de tinta permanente, marcadores, lápis -, sem borrar. O exemplo mostrado, que é uma ficha de citações não é obrigatório, mas as fichas
devem incluir
sempre 4 zonas, que neste exemplo estão separadas por linhas Reparem que as notas estão colocadas na parte de cima e do lado direito da
ficha, porque são as zonas mais visíveis quando necessitar-mos de as
folhear. O método normal de fichar um livro, ou um artigo que se está a ler,
ou que se leu, passa normalmente por 5 passos:
Caracterizam-se por terem
um ASSUNTO como CABEÇALHO, que é criado de acordo com o plano de estudo,
ou de acordo com uma lista de assuntos pré-existente, como seja a CDU -
Classificação Decimal Universal. Servem para serem agrupadas por temas, e
podermos assim saber facilmente o que lemos sobre um determinado assunto. O
conjunto das fichas temáticas cria um ficheiros de ideias que pode ser
organizado das maneiras mais variadas. Assim, numa tese sobre a História do
Exército, podemos ter fichas sobre o Corpo de oficiais, a Artilharia, a
Engenharia, os Hospitais, o material médico, a legislação; mas também
poderemos querer organizar as fichas de uma maneira cronológica, e organizá-lo
por períodos, para nos apercebermos da evolução diacrónica da instituição
militar, dos períodos de maior ou menor actividade legislativa, etc., etc. Por
isso é bom tentar dar uma data à ficha temática. Nestas fichas, é preciso,
aqui mais do que nunca, ter cuidado em notar bem o que é citação (entre aspas
" ") do que é escrito por nós ( parênteses rectos [ ]). | |
Fontes:
Umberto Eco,
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